O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quinta-feira, 28 de junho de 2012

Comissões da Verdade: ampliação do rol dos convocados

A multiplicação de "comissões da verdade" é um fato notável na experiência brasileira de transição.  Verifico que várias entidades públicas e privadas estão contribuindo para o esforço porque existe, sim, uma demanda reprimida pela memória e pela verdade no Brasil, e também para secundar o trabalho da Comissão Nacional que, todos sabemos, é hercúleo e não conseguirá ser suficiente no curto prazo (e longo período) estipulados em Lei.

Essa diversidade de polos implica também uma diversidade de focos, e por isso constantemente assistimos propostas diferentes de convocação ou investigação.  A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio de Janeiro, criou a sua própria comissão e pretende analisar a conduta dos promotores e juízes militares na época da ditadura: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2012/06/28/oab-rj-cria-comissao-da-verdade-para-saber-atuacao-de-juizes-na-ditadura/.

Muito interessante a proposta, pois até agora as denúncias e constatações tratam daqueles que executaram ordens. Investigar quem deu essas ordem ou as legitimou é sempre um esforço válido de completude da verdade.

Infelizmente, sinto que talvez os esforços sejam infrutíferos, embora seja nosso dever moral perseguir objetivos (ainda que aparentemente inatingíveis) na busca pela memória e pela verdade. Para tanto, vale como ilustração uma das fotografias mais educativas que já vi: em uma audiência da qual participava uma brasileira considerada "subversiva", que por acaso hoje é a Presidenta do Brasil, só ela mostrava o rosto, enquanto os juízes ocultavam a sua identidade: http://www.gp1.com.br/noticias/foto-inedita-mostra-dilma-em-interrogatorio-em-1970-223115.html  

Se em pleno regime ilegítimo que os amparava as pessoas escondiam os seus rostos, será que agora vão mostrá-los?

2 comentários:

  1. O ideal democratico passa também por esses caminhos que não chegam a lugar nenhum. Eh por isso que é um ideal. Do contrario seria um concreto, e não haveria mais nada a perseguir como objetivo.

    Ok, é retorica, mas veja o que existia antes e o que temos agora. Existe mais democracia em paises que metem o dedo da ferida pra tentar ver, do que nos que nem tentam.

    Pisada na bola mais grave houve na decisão sobre a lei da anistia, mas esta é uma outra historia.

    Apesar de tudo, acho que o Brasil vai bem no q tange às instituições democraticas, e a comissão da verdade é um exemplo disto. Falo aqui se comparado a, por exemplo, democracias mais antigas, onde nada muda desde de séculos, sacou?

    24 anos é pouco na historia de um pais e de uma constituição, então acho q por enquanto a gente tà caminhando bem.

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  2. Aquela foto é foda mesmo. No dia q ela foi publicada na internet, eu fiquei um tempão olhando. Salvei no meu computador e fiquei analisando os minimos detalhes. Até me emocionei (?!)

    Eu fiquei curiosa pra saber quem tirou essa foto. E do q encontrei, parece que tem um verdadeiro quiproco na estoria da foto ela mesma. Porque pensa bem, não hà nenhuma razão para q essa foto exista. Não se admite jornalistas nas sessões de julgamento até hoje, qto mais na junta militar durante a ditadura. E se ela tiver sido feita por um fotografo, digamos, oficial, qual o sentido de registrar a audiência em foto? E pq a foto faria parte do processo se ñ é elemento de convicção? E no caso, os juizes estam cientes q alguém tirava uma foto e eles foram prevenidos a tempo de esconder o rosto. Dilma tb, eu acho. Se fosse fotojornalismo, o clic deveria ser espontâneo. E o q ela tem nas mãos? Vi alguém dizendo q era a cédula de identidade... ñ creio. E, se for, a situação é montada. E, se for montada? E por ai vai...

    Enfim, acho q tem coisa ainda a fuçar nessa foto. Quem vazou a foto primeiro pra Revista Epoca? Tu tens o tal livro do Ricardo Amaral pra ver se ele explica mais alguma coisa?

    Outro dia fui naquele sebo de livro novo de q falei (falei?). Enfim, lembrei de tu qd vi um livro sobre 100 anos de foto jornalismo. Quase comprei pra tu, mas botar no correio ia sair dez vezes mais caro q o livro. Eh foda. Diz ai, se tu quiser, eu volto là e compro, azar do frete. Eu fiquei pensando q esse livro podia te servir para dar varias idéias de post no teu blérg.

    Là pelas tantas, tem uma foto de uma reportagem francesa sobre o baile de carnaval no Rio em 1950. O titulo era: o inferno de todos os anos recomeçou no Rio". Ahahah...

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