Considero saber ler e escrever uma das principais conquistas do ser humano, e são atos importantes à aquisição e transmissão da memória coletiva e individual.
Eu aprendi a ler em uma cartilha. Eram livrinhos ilustrados que traziam uma letra e uma figurinha representativa da palavra que começava com ela. Por exemplo, a letra A era um anjinho e a letra U tinha um cacho de uva.
Eu adorava a minha cartilha e nem me lembro como era antes de saber ler e escrever. Parece tão natural, não é? Mas no Brasil existem muitas pessoas que não tiveram essa oportunidade, e aqui infelizmente para ser considerado "alfabetizado" (dizem) a pessoa só precisa saber assinar o próprio nome.
Ler é conseguir compreender, contextualizar. Escrever é conseguir transmitir idéias de forma clara e eficiente. Uns com mais habilidade e outros com menos, uns com talento e outros sem, o importante é que todos tenham a oportunidade de aprender e exercer essas artes tão antigas, que já foram até sagradas, cada um na medida de suas possibilidades.
Pessoalmente, acredito que as pessoas estão lendo e escrevendo mais atualmente, em razão da Internet. Mas infelizmente parece que a rapidez e a limitação dos meios de comunicação contemporâneos exigem a modificação das línguas, a adoção de palavras abreviadas que, no meu sentir, acabam por empobrecê-las.
Parece que hoje em dia as cartilhas foram abolidas, e os métodos de alfabetização modificaram-se. O fato é que eu sou uma pessoa do milênio passado, e assim como aconteceu com os meus avós (que aprenderam Latim e Grego na escola), vou poder contar como nós aprendíamos "naqueles tempos".
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ResponderExcluirAboliu-se também o caderno de caligrafia, justificando-se na metodologia da aprendizagem que consiste à ensinar à ler em letras maiusculas.
ResponderExcluirSalvo engano, a primeira geração q se formou assim no BR é a do meu sobrinho Artur, ou seja, +- uns 10 anos. De fato, tenho que admitir que a coisa vai muito mais rapido, eu acompanhei a alfabetização dele. Ou seja, a criança aprende a ler porque identifica simbolos mais simples e em menos quantidade, enquanto a gente tinha q aprender o alfabeto maiusculo e minusculo ao menos tempo.
Identificar na cartilha e reproduzir no caderno de caligrafia!! Ok, era muito.
Mas o problema é que não é cumprida a promessa de mais tarde (qdo a coordenação motora da criança é melhor) complementar o aprendizado, incluindo então caligrafia de minusculas.
Pode parecer bobagem, porque em tese a pessoa poderia viver sem nunca aprender minusculas, afinal o teclado do computador so tem maiusculas. Mas é ingênuo pensar assim. O empobrecimento virà, não sei ao certo de quê nem onde, mas virà... talvez no simples fato de que o céu ficou mais perto.
Outro dia o pessoal da pedagogia da univ. teve que se explicar publicamente. Como era possivel que 100% dos estudantes chineses levavam pau no primeiro ano por falta?
Simples, meu caro Watson. Eles nunca conseguiam enviar a tempo o trabalho pro professor, porque este anotava no quadro seu email em minusculas, dai q os estudantes chineses chegavam na biblioteca e não conseguiam enviar o trabalho pq não identificavam no teclado de letras latinas, as tais letras que o prof. colocou no quadro.
Parece ridiculo e risivel, mas levou-se anos pra descobrir q o problema era esse. Antes, todo mundo, inclusive professores, estigmatizava os estudantes chineses daqui como "pessoas q nunca respeitam prazos para entrega de trabalhos, não se esforçam pra falar a lingua, e não buscam se integrar na cultura francesa".
Dà-pà-tu?
Isso é sério?
ResponderExcluirSempre achei estranho que os colombianos e os norte-americanos só escreviam em letra "de forma", e não na forma cursiva como nós fazemos.
Qual era o problema com o método antigo de ler e escrever? Esse negócio de aprender dois alfabetos diferentes não é um problema de verdade.
Difícil é aprender três, como ocorre no Árabe, que tem um tipo de letra inicial, um medial e um final. E as letras são bem mais elaboradas.