O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sábado, 25 de maio de 2013

Cartilha

Considero saber ler e escrever  uma das principais conquistas do ser humano, e são atos importantes à aquisição e transmissão da memória coletiva e individual.

Eu aprendi a ler em uma cartilha.  Eram livrinhos ilustrados que traziam uma letra e uma figurinha representativa da palavra que começava com ela.  Por exemplo, a letra A era um anjinho e a letra U tinha um cacho de uva.

Eu adorava a minha cartilha e nem me lembro como era antes de saber ler e escrever. Parece tão natural, não é?  Mas no Brasil existem muitas pessoas que não tiveram essa oportunidade, e aqui infelizmente para ser considerado "alfabetizado" (dizem) a pessoa só precisa saber assinar o próprio nome.

Ler é conseguir compreender, contextualizar.  Escrever é conseguir transmitir idéias de forma clara e eficiente. Uns com mais habilidade e outros com menos, uns com talento e outros sem, o importante é que todos tenham  a oportunidade de aprender e exercer essas artes tão antigas, que já foram até sagradas, cada um na medida de suas possibilidades.

Pessoalmente, acredito que as pessoas estão lendo e escrevendo mais atualmente, em razão da Internet.  Mas infelizmente parece que a rapidez e a limitação dos meios de comunicação contemporâneos exigem a modificação das línguas, a adoção de palavras abreviadas que, no meu sentir, acabam por empobrecê-las.

Parece que hoje em dia as cartilhas foram abolidas, e os métodos de alfabetização modificaram-se.  O fato é que eu sou uma pessoa do milênio passado, e assim como aconteceu com os meus avós (que aprenderam Latim e Grego na escola), vou poder contar como nós aprendíamos "naqueles tempos".  

3 comentários:

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  2. Aboliu-se também o caderno de caligrafia, justificando-se na metodologia da aprendizagem que consiste à ensinar à ler em letras maiusculas.

    Salvo engano, a primeira geração q se formou assim no BR é a do meu sobrinho Artur, ou seja, +- uns 10 anos. De fato, tenho que admitir que a coisa vai muito mais rapido, eu acompanhei a alfabetização dele. Ou seja, a criança aprende a ler porque identifica simbolos mais simples e em menos quantidade, enquanto a gente tinha q aprender o alfabeto maiusculo e minusculo ao menos tempo.
    Identificar na cartilha e reproduzir no caderno de caligrafia!! Ok, era muito.

    Mas o problema é que não é cumprida a promessa de mais tarde (qdo a coordenação motora da criança é melhor) complementar o aprendizado, incluindo então caligrafia de minusculas.

    Pode parecer bobagem, porque em tese a pessoa poderia viver sem nunca aprender minusculas, afinal o teclado do computador so tem maiusculas. Mas é ingênuo pensar assim. O empobrecimento virà, não sei ao certo de quê nem onde, mas virà... talvez no simples fato de que o céu ficou mais perto.

    Outro dia o pessoal da pedagogia da univ. teve que se explicar publicamente. Como era possivel que 100% dos estudantes chineses levavam pau no primeiro ano por falta?

    Simples, meu caro Watson. Eles nunca conseguiam enviar a tempo o trabalho pro professor, porque este anotava no quadro seu email em minusculas, dai q os estudantes chineses chegavam na biblioteca e não conseguiam enviar o trabalho pq não identificavam no teclado de letras latinas, as tais letras que o prof. colocou no quadro.

    Parece ridiculo e risivel, mas levou-se anos pra descobrir q o problema era esse. Antes, todo mundo, inclusive professores, estigmatizava os estudantes chineses daqui como "pessoas q nunca respeitam prazos para entrega de trabalhos, não se esforçam pra falar a lingua, e não buscam se integrar na cultura francesa".

    Dà-pà-tu?

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  3. Isso é sério?

    Sempre achei estranho que os colombianos e os norte-americanos só escreviam em letra "de forma", e não na forma cursiva como nós fazemos.

    Qual era o problema com o método antigo de ler e escrever? Esse negócio de aprender dois alfabetos diferentes não é um problema de verdade.

    Difícil é aprender três, como ocorre no Árabe, que tem um tipo de letra inicial, um medial e um final. E as letras são bem mais elaboradas.

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