Sempre gostei muito de mapas, que são documentos incríveis e por vezes até mesmo belos, que além de servirem para representar territórios também contam história. É um exercício realmente interessante fazer uma análise comparativa das mudanças dos mapas nos últimos, digamos, dois séculos, para a gente perceber que são muito dinâmicos.
Eu tinha essa falsa idéia de que mapas (e consequentemente territórios) eram estáveis, mas quando comecei a lembrar do início dos meus estudos de Geografia, na agora longínqua quinta série ginasial, percebo que o mundo que eu estudei nos mapas mudou muito. Antes da quinta série a gente via um pouco de Geografia misturada com História, e temperada um pouco de Sociologia e doutrinação estatal em uma matéria chamada "Estudos Sociais", que aparentemente nem existe mais.
Foi nessa época que eu aprendi que o Brasil é um país abençoado, e aqui em se plantando tudo dá. Que somos os maiorais em rios, recursos naturais, seríamos no futuro uma espécie de celeiro mundial e isso parece que se confirmou parcialmente, especialmente em produtos oriundos de monocultivo. E também aprendi que a nossa população foi formada pela miscigenação harmônica de três matrizes raciais (?), os brancos portugueses, os negros e os indígenas, mas isso é tema para outra discussão.
Retomando o caminho dos mapas, além de observar as mudanças de configuração de territórios, gosto muito de aprender sobre os nomes que aqueles territórios tiveram ao longo do tempo e, quem sabe, retomá-los por homenagem à tradição, como na nossa campanha permanente pelo resgate e manutenção de nomes tradicionais: http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/06/campanha-pelo-resgate-e-manutencao-de.html.
O Brasil, por exemplo, é um Estado jovem e o seu território tem se mantido estável no último século. Parte do nosso território já foi chamada de Pindorama antes do marco oficial do contato (no ano de 1500), depois foi chamada de Ilha ou Terra de Vera Cruz pelos ocupantes portugueses, e posteriormente Brasil.
O nome Brasil tem duas explicações: a primeira, mais difundida, diz que se refere à árvore do Pau-Brasil e que por isso nós seríamos o único país do mundo que possui nome de árvore. Se houvesse uma competição de países que possuem nome de árvore, nós seríamos campeões.
A outra explicação, mais misteriosa e instigante, afirma que havia nos planisférios medievais a referência a uma Ilha Brasil, Berzil ou Bracia, situada a oeste do Arquipélago de Açores. Alguns a localizam no fim da Inglaterra ou Irlanda, onde existe uma Brazil-Rock e a lenda de Hy Brazil ou Ilha de São Brandão.
O interessante é que em uma ou outra versões a referência à cor vermelha é constante seja em relação ao pau-brasil ou em relação ao sulfureto de mercúrio (cinábrio) que parece ter originado o nome irlandês Brazil.
Enfim, é uma diversão para mim apontar o dedo no mapa e tentar descobrir como aqueles lugares se formaram e se chamavam antigamente.
Referência
Otero, Edgardo. A origem dos nomes dos países. São Paulo: Panda Books, 2006.
Aproveitando o ensejo, a maior parte do território que compõe a atual Ucrânia chamava-se Rus de Kiev entre os séculos IX e XII. No século XVII integrava o território russo, embora com autonomia, sendo denominada de "Malo Rossiya", Rússia Pequena, até o século XVIII, quando sua autonomia foi retirada.
ResponderExcluirNo século XX integrou a União Soviética, até a data de sua independência em 24/0/1991.
A primeira vez que o nome Ucrânia apareceu foi em 1187, fazendo referência a Krai (fronteira) territórios que margeavam a Polônia. Então era como se fosse uma faixa de fronteira entre a Rússia e a Polônia.
Referência
Otero, Edgardo. op.cit. p. 402.
O que isso nos mostra? Que sempre houve uma aspiração à autonomia dos denominados "ucranianos", que reiteradamente foi alcançada e depois retirada pela Rússia, até a independência. Nos mostra também que a questão territorial sempre foi polêmica, não só por ser "fronteira" mas porque seguidamente integrava e não integrava o território russo.
Tem mais um detalhe importante. O berço da civilização naquela região parece ser Rus de Kiev, que hoje é parte do território ucraniano. Se alguma doutrina nacionalista russa pretender recuperar a grandeza e a pureza original, essa região certamente seria alvo de reivindicações.
...brancos, negros, indios... E pardos fenicios, E ruivos celtas!!!!!!!!!!
ResponderExcluirFabiâââna!
Pronto. Nesse caminho perigoso nenhum mapa pode ajudá-la, Dra. Denise.
ResponderExcluirNão preciso de mapas. Tenho na veia o espirito dos meus antepassados fenicios que eram os desbravadores de todos os mares!
ResponderExcluirSe a senhora quiser ser herdeira de portugueses, seja sozinha, problema teu.
Portugueses pelo lado paterno e ciganos (a confirmar) pelo lado materno. SE, e repito se, os fenícios estiveram no Brasil, acredito que estiveram de passagem e não deixaram descendência, ainda mais para as bandas de onde vieram os seus antepassados.
ResponderExcluirAntepassados distantes, tão distantes, do litoral.
ResponderExcluirO mato cresce rapido naquela região. Cresceu e apagou o caminho que atravessava do Atlântico até o Pacifico.
ResponderExcluirOs indios do local eram poligâmicos, você coloca a mão no fogo pela ausência de descendentes?
Não vou mais discutir, você enquanto cigana de quinta geração deveria advinhar tudo isso. Gostaria so de acrescentar uma coisa: despeito é coisa muito feia...
Com todo respeito, estou dando risadas de embolar aqui do meu lado do argumento. Que brabeza engraçada a sua, que quer ser descendente de fenícios à força...
ResponderExcluirOlha que interessante... para viabilizar a sua ascendência fenícia você jogou a carta do mato que cresce, da poligamia, tudo isso presumindo que os fenícios aqui aportaram e travaram contato com a população local. E que a população local contactada andou, andou, miscigenou, andou e andou até lá onde os seus antepassados se escondiam, tão longe do mar.
Não é melhor manter as coisas simples do que fazer essa confusão ancestral?
Não!
ResponderExcluirSó isso? Não!? Cadê o amor pelo debate?
ResponderExcluirOlha so quem fala! Você é quem não tem amor pelo debate, mas sim prazer de me contrariar. No fundo você sabe que eu tenho razão, mas é do contra so pra me deixar neuvosa.
ResponderExcluirOlhe dona Maria, os arqueologos jà abandonaram a tese do homem originario na Africa; acabou aquele negocio de que começou na Africa e foi em direção ao sol nascente, atravessou o estreito blablabla. No dia de hoje ninguém sabe ao certo de onde veio o homem. Os grandes grupos de procuradores com pincel dividiram o mapa mundi e estão fuçando em todo lugar à procura do ancestral comum, e nada garante que ele não està nas Américas. A coisa é tipo "quem achar primeiro grita bingo!"
Entonces, se em relação ao ancestral comum é isso, a gente pode dizer que Fenicios é pinto, povinho recente este, do qual se saberia muito não fosse o que se perdeu durante a idade média, e que tb tà sendo procurado. Então nada impede que eles tenham realmente viajado além-mar e explorado essas terras beeem mais do que imagina nossa vã historia recente contada pelos colonizadores. Deixar descendentes é o menos importante de tão obvio.
Além do mais, como hoje arqueologos trabalham com equipes multidisciplinares, nada me impede de dar meu pitaco nisso tudo. Eu sou observatorio internacional, sabia não? Não sei porque tanto espanto com a minha teoria.
Agora eu reverto a tua pergunta: não é mais facil manter as coisas simples (o mato cresceu tb cobrindo as pirâmides, a poligamia existia, Kuelap e Igà so não vê quem não quer etc), do que engolir essa confusão colonial (caravelas, calmaria etc)???
24 de agosto, Dia da Independência da Ucrânia.
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