Nesta série relembro as minhas atitudes mais incompreensíveis/ultrajantes e sem sentido, na tentativa de realizar um exame de consciência à moda pitagórica, baseado na rememoração.
Em posts anteriores citei micos com (contra) outras pessoas reais (um guarda de trânsito, um ex-namorado) ou que eu jurava que fosse real (um quadro do Museo del Prado), mas esse foi íntimo e particular.
Eu estava fazendo dieta e, por razões de saúde, não podia comer doces. Mas, infelizmente, toda essa proibição aguça o meu paladar ou então estava em abstinência, e o fato é que bastou não poder para que eu ficasse com mais vontade ainda.
E a vontade atingiu um ponto irresistível, quando lembrei que concordo com Wilde ao afirmar que resiste a tudo, menos às tentações. O que eu fiz? Arrumei a solução perfeita para comer o doce sem sentir culpa, nem infringir nenhuma regra moral.
Comprei um bolo e fingi que estava em uma festa de aniversário, com direito a parabéns e tudo. Dei a primeira fatia para mim mesma, agradeci, e a comi de consciência tranquila pois, afinal, não ia fazer desfeita para o aniversariante imaginário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário