Uma das principais funções da memória coletiva é transmitir as informações entre as gerações que podem ajudar a prevenir catástrofes naturais e sociais: uma enchente, um terremoto, uma ditadura, uma chacina.
Quando a informação não é passada de forma adequada, as gerações que não viveram a experiência tendem a esquecer e às vezes não acreditam que o evento traumático aconteceu ou possa voltar a acontecer. E por não acreditarem, não tomam as medidas de prevenção e enfrentamento necessário.
O esquecimento, nesse caso, mina as capacidades de reação de populações inteiras que vão se tornar vítimas, de novo, e de novo.
Recentemente, assisti a um programa de televisão sobre catástrofes naturais, potencializadas pelas atuais mudanças climáticas. Um dos exemplos mostrados foi uma enchente em Paris, em 1910, que os especialistas afirmam voltará a ocorrer porém com efeitos mais devastadores em termos de vidas perdidas e patrimônio danificado.
Não é se vai ocorrer, mas quando vai ocorrer. O maior problema? As pessoas não acreditam nessa possibilidade, e um dos principais fatores é que a população de Paris foi muito reduzida na Segunda Guerra Mundial e não houve a eficiente transmissão da informação entre as gerações.
Aqui no Brasil a situação é um pouco diferente. A informação é até passada, mas as pessoas têm uma forma peculiar de interpretar e assimilar tragédias, e parece que as incorporam no cotidiano.
Bem, o resultado é quase o mesmo: não transmitir a informação, ou transmiti-la sem adotar as medidas necessárias para evitar que eventos parecidos causem tanto estrago são dois caminhos igualmente efetivos para repetir tragédias.
Para outros posts sobre o tema "trauma e memória coletiva" confira:
https://direitoamemoria.blogspot.com/2011/05/trauma-e-memoria-coletiva-viva-o-caso.html?m=0
http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/03/trauma-e-memoria-coletiva-2-marcos.html
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