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segunda-feira, 8 de novembro de 2010
PERUANOS EXIGEM DE YALE DEVOLUÇÃO DE TESOUROS DE MACHU PICCHU
LIMA — Os peruanos foram às ruas de várias cidades, nesta sexta-feira, para exigir da universidade americana de Yale que devolva mais de 46.000 peças da cidadela inca de Machu Picchu, que foram levadas para lá no começo do século XX. O slogan lançado pelo governo resume-se à frase "Yale, devolva os bens de Macchu Picchu, viva o Peru!", que aparece em cartazes nas ruas de Lima e que é difundido em jornais e emissoras de rádio. Trata-se da primeira ação de massas promovida pelo governo do presidente Alan García, realizada quase cem anos depois que as peças saíram, entre 1912 e 1916, rumo à Universidade de Yale, levadas por uma expedição chefiada pelo aventureiro e explorador americano Hiram Bingham. Quatro mil pessoas se concentraram pacificamente na praça principal da cidade de Cuzco (sul dos Andes), antiga capital imperial dos incas, exibindo cartazes pedindo a devolução de Yale, contra a qual lançaram palavras de ordem, informaram autoridades regionais. Ao mesmo tempo, na cidadela de Machu Picchu, situada em uma área de selva, 120 km ao norte de Cuzco, grupos de manifestantes e delegações escolares subiam uma montanha, onde foi construída a fortaleza no século XV com o mesmo propósito de pedir a devolução das peças. Está prevista uma concentração, em Lima, a partir das 17h00 locais (20h00 de Brasília) no Campo de Marte, centro de Lima, à qual assistirá o chanceler José Antonio García Belaúnde. Os manifestantes, em seguida, participarão de uma passeata até a sede do Palácio de Justiça. "A marcha faz parte de uma estratégia, que será desenvolvida em todos os foros do exterior, que visa a pressionar Yale para que concretize a devolução", disse esta sexta-feira o chanceler perante uma comissão do Congresso. Esta estratégia incluiu o envio de uma carta do presidente García a seu colega, o presidente americano Barack Obama. Nesta carta, cujo texto foi publicado em jornais de Lima, García pede a Obama que se pronuncie, já que foi um presidente dos Estados Unidos, William Howard Taft, que obteve, em 1912, permissão e autorização para as atividades de Hiram Bingham no Peru. (AFP) Fonte: http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gZsSj2NpPYAoSLXJhRtdbnOx7YmQ?docId=CNG.2787c4212ccc0b96bc385b1d8ace86d7.a01. Acesso em: 8/11/2010. PERU AVALIA DENUNCIAR UNIVERSIDADE DE YALE POR PEÇAS DE MACHU PICCHU O governo peruano anunciou neste sábado que irá realizar uma campanha legal e midiática no mundo para exigir que a Universidade de Yale devolva ao país peças levadas de Machu Picchu pelo descobridor das ruínas, o americano Hiram Bingham. Em declarações à Radio Programas del Perú, o presidente do Conselho de Ministros, José Antonio Chang, se queixou de que "não houve boa vontade de Yale" nas conversas realizadas até agora sobre a devolução das peças. Desta forma, Chang assinalou que o Peru está avaliando "denunciar penalmente as autoridades de Yale". Em 27 de setembro, o presidente Alan García deu um ultimato ao centro de estudos para que devolva as peças arqueológicas antes de 7 de julho de 2011, quando será celebrado o centenário de descobrimento da famosa cidade inca. "Ou nos entendemos e confraternizamos em torno da integridade de Machu Picchu ou nos caracterizamos simplesmente como saqueadores de tesouros", assinalou o líder, que advogou por "renovar a amizade" com a prestigiada universidade. A "coleção de Yale" inclui mais de 46 mil peças, das quais apenas 369 estão em condições de ser exibidas. Segundo alguns especialistas, o valor da coleção é mais sentimental que arqueológico. FONTE: HTTP:http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4751323-EI8140,00.html. Acesso em: 8/11/2010.
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Direito à memória coletiva,
Patrimônio material
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Eles entraram contra a universidade? Interessante isso. E tb o fato de q, na época, as obras sairam com uma autorização prévia.
ResponderExcluirParece mais complicado do q aquele caso em que foram furtadas, ou tomadas em época de guerra.
Outro dia estive pensando em outro caso de legitimação p ação, qdo vi q o museu do Cairo entrou c/ ação contra a Alemanha. Eles argumentam q não possuem nunhuma imagem de Nefertiti no Egito (!?!)
A reportagem não deu detalhes juridicos, mas a questão da legitimidade ativa e passiva em caso de recuperação de patrimônio cultural é um tema interessante q dà panos pras mangas.
Em julho tive a chance de ver uma exposição chamada "A estratégia de evacuação das obras de arte do Louvre ao Castelo de Chambord durante a 2° Guerra".
Que negocio interessante da gota!
No melhor estilo 'no museu uso cinco sentidos'. Tinha coisa pra ver, ouvir, tocar, cheirar e falar (!)
O lance todo consistia em, antes do cerco apertar, ir escondendo coisa em Chambord. Mas o curador do Louvre sabia que seria impossivel evacuar tudo, não so pela dificuldade do transporte (muitas vezes noturno) a quantidade e fragilidade das obras, mas tb pelo tamanho de algumas delas, como a Vitoria de Samotrace (q, restaurada em uma época onde se admitia o refazimento tal qual o original, tornou inviavel a desmontagem das asas).
Então q criaram essa tal estratégia de que fala a exposição. O que chegou a ser em parte executada, contando com a ajuda de um alemão do dedo de veludo (ñ resisti :P) que disse: là vem o fogo!
Um video da época mostrava a Mona Lisa sendo carregada assim, com as mãos mesmo, um lençol por cima, quase caindo, pelo meio da rua. So tu vendo! (e pensar q hoje em dia, tem q fazer vir o oficial de justiça, dois peritos da seguradora, os técnicos do ar condicionado, num sei qtos funcionarios do museu etc).
Enfim, muito interessante esse teu post. Quantos outros casos ainda hà nessa tentativa de repatriação de patrimônio cultural?
Ah, mumias egipticias e Napoleão Bonaparte, queriam pegar a ficha ali, por favor.
Esse não é um caso de exportação ilícita, que seria regulamentado pela Convenção da UNESCO de 1970 (que trata sobre a exportação e importação ilícita de bens culturais).
ResponderExcluirHoje, no âmbito do Direito do Patrimônio Cultural há uma classificação de quatro tipos de normas: de proteção, conservação, restituição (no caso de tráfico ilícito) e de retorno.
Esse último tipo de normas, geralmente fruto de acordos internacionais bilaterais, é exatamente para aqueles bens que foram licitamente retirados do território, mas que são tão importantes para a identidade cultural e para a memória do povo, que se tornam alvo de reivindicações.
Até agora ninguém falou em processo judicial, e pela notícia dá para saber se houve violação dos termos de autorização. Pela época em que os bens foram retirados, acredito que não havia qualquer tipo de regulamentação.
Vai ser interessante de acompanhar!
Depois me fala mais dessa exposição, que eu achei interessantíssima.
Em relação à estátua de Nefertiti, diz a lenda que os nazistas detinham um famoso busto de Nerfetiti, que está desaparecido desde o fim da 2ª Guerra.
Professor Zahi Hawass teve aqui no Brasil em maio para pedir a repatriação da famosa 'Múmia do Rio de Janeiro' - presente dado por Muhammad I ao Imperador D. Pedro II.
ResponderExcluirnem sei em que pé tá isso. Mas acho que vão devolver...
Para devolver a múmia carioca tem que haver uma lei específica autorizando, porque é bem público, salvo engano.
ResponderExcluirLembrei que existe uma reivindicação parecida do Paraguay em face ao Brasil, relativamente ao retorno do canhão "El Cristiano", utilizado na Guerra do Brasil contra aquele Estado, o que tem gerado bastante polêmica.
ResponderExcluirSó para lembrar corretamente: Não foi a Guerra do Paraguai. Foi a Guerra do Brasil NO Paraguai.
É num é? Tem a bronca d'El Cristiano...tava pra ser devolvido também.
ResponderExcluirOs artefatos foram devolvidos: http://www.bbc.com/news/world-latin-america-20307487. Resta saber se todos foram.
ResponderExcluirA tendência de restituição de bens culturais consolidou-se nos últimos anos.
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