O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sábado, 15 de janeiro de 2011

A Deusa Memória

Na mitologia grega, a Memória tem origem divina e é personificada através de Mnemosyne, a titanide filha da deusa Gaia e do deus Urano (CARAZZAI; WERTHEIN, 2000, p. 10). Além de ser filha da Terra e do Céu, Mnemosyne também é irmã do Tempo (Cronos), tida como a protetora das Artes e da História, do que ressalta a sua íntima relação com o patrimônio cultural: não é à toa que é considerada a mãe das Musas. A deusa Memória carrega o bastão da sabedoria talhado em loureiro (skeptron) e sua função é revelar o que foi e o que será (VERNANT, 1990, p. 141). Presidindo a função poética, concedia aos poetas e adivinhos o poder de voltar às origens e à essência (geralmente identificadas com o passado) e lembrá-las para a coletividade e também conferia o dom da imortalidade, pois quem se torna memorável não morreria jamais (CHAUÍ, 2001, p. 126). Olha a ilustração de Rossetti: Uma das funções mais importantes da memória é ser fonte de respostas às questões que intrigam o ser humano - a sua origem, identidade e a sua posição e papel no mundo - por isso é muito significativo que Mnemosyne esteja ligada à faculdade da orientação e da desorientação no tempo e no espaço (DANTAS, 2010). Outra função importante da Deusa Memória era a seleção das informações que seriam transmitidas, por isso existe uma relação entre Mnemosyne e Lemosyne (esquecimento). A sacralização da memória e sua representação como uma deusa mostram a sua importância social, além da sua vinculação com Artes, a História, e a Ciência, representadas pelas Musas que não só são suas filhas mitológicas, mas que por ela são nutridas com informação. A Memória ainda foi considerada parte da virtude da Prudência, juntamente com a Inteligência e a Providência, por São Tomás de Aquino. Mas finalmente estabeleceu-se enquanto técnica ou ferramenta (mnemotécnica), baseada na sistematização dos registros a partir da criação de lugares e de uma ordem de disposição específica. Esse caráter utilitário da memória parece que está predominando, haja vista a ânsia de êxito em provas, vestibular, e principalmente em concursos públicos. A necessidade de acumular informações para ter sucesso profissional tem levado a uma busca incessante por livros e métodos que prometem o incremento da capacidade de memorização. Entretanto, não podemos esquecer que a memória não é um simples depósito. Para ser eficiente, enquanto fonte informação, também exige inteligência, sagacidade, sensibilidade e a capacidade de realizar associações e abstrações. Outra função interessante para a memória é o entretenimento, ótima para aqueles momentos de espera infindável (fila de banco, de consultório médico, esperando o ônibus). Ficar lembrando de fatos e pessoas engraçadas pode proporcionar muita diversão, embora frequentemente cause estranheza nas pessoas em volta (Como pode se divertir nessa fila gigantesca, e nesse calor? Só pode ser doida), agravada por ocasionais gargalhadas solitárias. É claro que se pode usar a memória para fins mais nobres, por exemplo, fazer o exercício disciplinado diário de realizar o exame de consciência dos pitagóricos, conhecendo a si mesmo pelos seus próprios meios. Mas, por enquanto, vamos pensar apenas nos aspectos mais divertidos da memória. REFERÊNCIAS CARAZZAI, Emilio; WERTHEIN, Jorge. Memória, um lugar a ser visitado. In: UNESCO. Patrimônio mundial no Brasil. Brasília: UNESCO: Caixa Econômica Federal, 2000. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2001. DANTAS, Fabiana Santos. Direito fundamental à memória. Curitiba: Juruá, 2010. VERNANT, Jean-Pierre. Mito e Pensamento entre os gregos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

25 comentários:

  1. Mas é clássica mesmo. Cadê Tot? Cadê Uwaias (o Lobo da memória)?

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  2. Explique-se. O que é o "lobo da memória"? O que Tot tem a ver com isso?

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  3. Você sabia que os iogurtes gregos, ao invés de leite, são feitos à base de creme de leite?

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  4. @Denise, devidamente arrobada, não posso acreditar que os iogurtes gregos são feitos à base de creme de leite. Impossível.

    Isso deve ser ilícito em algum lugar.Nunca ouviram falar de colesterol não?

    Lembrei que, há muito tempo, fui a um almoço na casa de uma amiga e tomei o melhor suco de pêssego de todos os tempos. Quando perguntei à mãe dela como fazia, em resumo, era à base de creme de leite e adoçado com leite condensado.

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  5. E porque estamos falando da Grécia, o tal do pêssego grego natural é melhor que o de lata. E quando a gente coloca o creme de leite fresco em cima se pode "comer a infinito" (como diria uma colega).

    Você jà comeu leite condensado não açucarado? Puuutz! Eh bom pra caramba.

    Bom, o tal do iogurte grego é com creme de leite mesmo. E tem o com bônus de compota da morango em cima.

    Deve ser por isso que os gregos estão endividados... de calorias!!!

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  6. Eita...isso parece bom a vera.

    @Fabiana: Tot apareceu ao lendário faraó Menés ensinou a escrita. O faraó ficou preocupado que com isto as pessoas não memorizassem mais nada...olha ai.
    Uwaias é o lobo que visita os Sufi nos sonhos iniciáticos. Ele conta os segredos (têm o mesmo significado quase em árabe..."segredo" e "memória") do mundo sobrenatural. Os derviches tentam cortar caminho pra não falar com o lobo porque ele, as vezes, engana. Já pensasse?

    @Denise - tu vem por aqui quando? Tenho um convite pra te fazer...

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  7. Obrigada pela informação, vou pesquisar.

    Mas Tot não é a memória personificada, nem o lobo que você falou é uma divindade (aparentemente).

    Estava dando uma olhada em algumas lendas brasileiras, mas não encontrei nada ainda que indicasse um "padroeiro" da memória.

    Alguma sugestão?

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  8. AAahhh...é restrito às divindades?! Pensei que estávamos em mitologia para principiantes.

    Putz...nas lendas indígenas? Deve ser uma entidade feminina. Talvez tenha se fundido (oopa!) com alguma figura africana.

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  9. @Fabiana: Vale mudar de territorio?

    Veja bem, na India induista, 'Smara' é ao mesmo tempo deusa da memoria e do amor.

    Isso pode fazer pensar que a unica memoria que importa ser lembrada é a do amor. Que achas? Parece ser isso, em todo caso, pros indianos hinduistas.

    Mas dai vem o problema da reencarnação aceita pelos indianos, porque não se explica o porquê de se esquecer tudo quando se (re)nasce. Nem mesmo o amor! Eles aceitam q o ser que renasce tem ligações com o que se foi, mas não lembra nada daquilo que foi. Veja ai, é um khama o amor!*

    Ai entra outra pergunta: existiria diferença entre lembrar e relembrar? Parece que sim pra os politeistas indianos malucos. Foi procurando isso que eu acabei chegando a uma (tentativa de) explicação dada pelo teatro hindu. Na peça 'Sakuntalâ de Kâlidâsa' se explica q a amnésia inicial do ser é uma catastrofe, mas a compensação virá! 'É a felicidade que invade o ser quando da memoria é reencontrada'.(?!)

    Como se (na minha modesta interpretação) o prazer de lembrar - que é o que busca - so é possivel porque se esqueceu, embora não se quisesse/escolhesse esquecer.

    Mas essa explicação hinduista não voga na India budista, onde a interpretação é outra. A expressão brahmanica 'smara' equivale à 'Smrti' pra os budistas, e tb significa memoria, mas com o complemento da audição, ou seja, aquilo que se aprende ouvindo; o texto que passa da boca dos antepassados aos ouvidos das gerações que sucedem.

    Esta ultima explicação é, sem duvida, bem mais proxima do sentido que nós temos de memoria no ocidente (vc falou disso num post). Vai ver (e aqui convém perguntar pra Albino) a idéia budista memoria teve a influência dos arabes q por là passaram.**

    @Albino: Se a pergunta da doutora ñ for restrita às divindades, voto em São Longuinho.

    Se admitirmos o caracter polipotente de deuses e santos, S. Longuinho nos promete encontrar coisas perdidas. Uma vez encontradas, a gente se dà conta que na verdade elas não estavam perdidas, mas apenas que esquecemos onde as colocamos.

    Dai, faltando outra divindade/santidade, voto em São Longuinho como represente da memoria no Brasil. (esperando que ele seja brasileiro...).

    _____________________
    * Idéia que aliàs era o ponto fraco da teoria platônica. Platão nunca explicou porque, se tudo existia no mundo das idéias, a gente tinha que reaprender tudo ao nascer. Ou: como, no processo de sair do mundo das idéias para o material, dava-se esse processo de esquecimento. Enfim, uma besteira, não fosse o fato de que tudo seria mais facil se pudessemos acumular memoria ao infito!

    ** Meu prof. de 'cultura arabe para os nulos em 30h/a' nos falou da profissão 'viajante-contador', muito respeitada pela sociedade antes da revelação do Corão.
    Vai ver, esses caras deram um toque em Buda, sacou?!
    Mas ai vem outro problema: que qual Buda se fala?!

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  10. Muito interessante! Seguindo a sua dica, fui estudar um pouco e verifiquei que "Smrti" também pode ser Lei ou código de conduta. Daí a expressão "Manu Smrti" (Código de Manu).

    Encontrei outras referências a divindades da Memória:

    México - Tezcatlipoca

    Candomblé - Orixá Nanã (viu Albino, o que a memória faz? Sua associação intuitiva da memória com uma divindade africana, e feminina!, estava certa).

    Há referências na mitologia Grega e Romana a Hermes - Mercúrio como Deus da Memória, a quem se pedia a graça de ter boa memória. Ele foi associado posteriormente a TOT, mas não especificamente no aspecto memória, mas provavelmente pela referência à linguagem e à interpretação.

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  11. @Denise, porque no post anterior esqueci de arrobar você...

    Como estou de férias, fui pesquisar sobre São Longuinho e sua relação com a memória.

    São Longuinho foi o soldado que perfurou o corpo de Cristo com uma lança (daí vem o seu nome)após a crucificação.

    Na Crença Popular Brasileira (CPB), a invocação a São Longuinho é assim:

    "São Longuinho, São Longuinho, se eu achar (nome do objeto perdido) dou três pulinhos". Quando encontrar, deve dar os três pulinhos dizendo o nome do Santo três vezes.

    Analisando a crença, só poderia associar São Longuinho à memória se a pessoa lembrasse onde estava o objeto perdido. Mas parece que, ao invocar São Longuinho, as pessoas conseguem encontrar o objeto acidentalmente.

    O objeto perdido simplesmente aparece, então São Longuinho não pode ser considerado padroeiro da memória, embora ajude com objetos esquecidos e a crença nele possa ser considerada, em si mesma, como patrimônio imaterial.

    A priori, São Longuinho está fora da lista. Prazo para recorrer: 5 dias.

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    1. Sobre São Longuinho: https://www.youtube.com/watch?v=CCQo9v7MZeY.

      Ou não.

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  12. Lembrei que o "Negrinho do Pastoreio" também é invocado para encontrar objetos perdidos na região Sul do Brasil.

    Vou escrever um post só sobre lendas brasileiras. Tentem lembrar de alguma (além da comadre Fulôzinha, Caipora e Curupira).

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  13. A tradução exagerou na sintese.

    A palavra 'smriti' ou 'smṛti' significa 'mémoria' no sentido de 'A Tradição'.

    Somanda à palavra 'shrûti' ou 'śrūti', que significa 'audição' e 'A Revelação' formam o conjunto de escrituras sagradas denominada 'Veda'.

    O Codigo de Manu é um dos livros que compõe o Veda.

    Os textos do 'Smriti' (memoria) foram escritos por 'personagens santos'com a finalidade de adaptar a doutrina do Veda às condições da idade cosmica de Kali-Yuga.

    Manu foi um desses 'personagens', pois era filho de brahma (chopp?!).

    ______________________
    Por que vocês me levam à sério?

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  14. Não esqueça da mula-sem-cabeça e do saci.

    "Em briga de saci não tem rasteira!"

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  15. Passo 'in albis' meu prazo pra recorrer.Esse São Longuinho ñ se engaja em obrigações de resultado.
    Tà fora esse cara!

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  16. Em briga de saci não tem rasteira...Essa é boa,e vou usar!

    Tu sabias que existe uma "associação nacional de criadores de saci" e um "observatório de sacis". E que no Brasil o 31/12, que por aqui agora chamam de "Raloim", evidente referência fonética ao Halloween, foi instituído como dia do Saci para promover as assombrações brasileiras em detrimento da invasão das assombrações estrangeiras?

    Pois é...

    E a Perna Cabeluda?

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  17. Boitatá, Mãe d´água...

    Você foi falar em Saci, e estou de férias e te levo a sério, resultado: estou pesquisando e encontrei um livro interessantíssimo de Monteiro Lobato.

    "Sacy-Pererê: o resultado de um inquérito", onde publicou o resultado de um inquérito (enquete) com os leitores do jornal Estado de São Paulo, realizado em 1918, para tentar descobrir as reais características do Saci. Os relatos são divertidíssimos!

    Desde ontem estou fazendo a tabulação dos depoimentos para verificar se a conclusão de Monteiro Lobato foi acurada, considerando os relatos disponíveis...Como eu te disse, estou de férias, não me julguem (@Denise, @Albino, @todo mundo).

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  18. A lenda do boto conta, embora cá com os meus botões eu sempre ache que é desculpa de mocinha descuidada.

    Vi no site http://www.gita.ddns.com.br/pergunte/dharana.php, que Krishna afirma que Deus é a memória personificada. Assim consta a explicação no site:
    "O Senhor Krishna disse no Bhagavad-gita 10.34, que a memória é uma das Suas “qualidades femininas”. Isso é importante, uma vez que se deve preservar a energia seminal para podermos ter uma boa memória. Um Yogi não deve perder o seu sêmen. Uma pessoa casada, que ainda não pôde renunciar ao sexo, deve fazer isto apenas uma vez por mês e sempre após o pôr-do-sol. Caso contrário perde todo o prana. Nosso corpo recebe uma certa quantia de prana ao nascer, e aos poucos vai perdendo. Com a perda do sêmen há a perda do prana. Com a perda do sêmen há a perda da memória. Brahmacharya é uma ciência perfeita. E todos deveriam praticá-la. Isso sabiam até mesmo os filósofos gregos. Platão defendia esta idéia com ênfase. Ele criticava, inclusive, a associação com muitas pessoas não devotas. Ele defendia uma
    boa prática de exercícios físicos para ajudar na memória. Ele era um entusiasta praticante de exercícios. O Yoga afirma isto. Por isso temos que ser equilibrados para se ter uma boa memória. E amar a Deus sobre todas as coisas é o melhor execício de memória que há. Isso pode ser conseguido pela prática diária do canto dos Santos Nomes do Senhor"

    Só fiquei um pouco preocupada com a exigência de abstinência sexual...

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  19. @Albino: Favor comentar:

    "Com a perda do sêmen há a perda da memória."

    Eu enquanto mulher, não tenho legitimidade.

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  20. @Fabiana: Precisamos conhecer mais sobre esse povo. Eles, jà estão hà tempos de olho na gente. O BRIC propiciou isso.

    Da parte dos brasileiros, temo que tudo fique restrito à novela das 8h.

    Outro dia vi a defesa de tese de uma colega chinesa. Ela desenvolveu uma interpretação da idéia ocidental sobre desenvolvimento sustentavel à luz do confusionismo.

    Eu não entendi nem as figuras...Ahahahaha...

    Enfim, quando vamos conhecer a China e a India?

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  21. Acho que você tem toda razão. Nós devemos mesmo conhecer a China e a Índia, não só para deslocar o nosso eixo ocidental umbigal, mas para comer, comer, comer.

    Sabe aquele filme "Comer, Rezar e Amar"? Nada a ver. A gente só fica no comer mesmo.

    O problema é que "China" e "Índia" são praticamente dois continentes inteiros, grande extensão territorial e população enorme. A gente vai ter que planejar muito bem, e conhecer por partes.

    Sem contar que por ali ainda há outros lugares imperdíveis, por exemplo, o Nepal, a Mongólia, entre outros.

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  22. Voltando à discussão sobre a personificação da memória, nessa semana voltei a refletir sobre o orixá Nanã.

    Essa entidade é vinculada ao baobá, que simboliza a ancestralidade e a permanência (porque é longeva). Curiosamente, também é considerada como a "árvore do esquecimento", talvez porque absorvesse a memória dos homens e mulheres que faziam o ritual de dar-lhe voltas.

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  23. Sobre Mnemosine, Alberto Manguel (2001, p. 273) afirma que foi adotada pelos romanos Moneta, epíteto de Juno, em cujo tempo atiravam moedas. O autor ainda faz duas citações interessantes: Mnemosine cria as "pedras de toque do passado" (2001, p. 281), e todos os monumentos trazem tacitamente a inscrição "lembre-se e pense" (p. 273).
    Lembre-se e pense.
    MANGUEL, Alberto. Lendo imagens. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

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