67.600 resultados no Google: o incêndio do edifício Joelma é um daqueles eventos que marcaram, pelo trauma, a memória coletiva brasileira.
Era um edifício novo, com apenas 3 anos de utilização, e foi tomado pelas chamas em 01/02/1974. A tragédia deixou um saldo de aproximadamente 180 mortos, mais de trezentos feridos, e imagens que já ficaram gravadas em nossa memória pela repetição periódica.
Não bastasse integrar a lista de tragédias coletivas (porque as individuais por aqui passam despercebidas), juntamente com o caso Bateau Mouche, e dois grandes acidentes aéreos nos últimos anos, o caso do Edifício Joelma é emblemático para a memória porque:
a) Existem imagens terríveis e dramáticas do evento;
b) Foram produzidos filmes sobre o assunto;
c) Foram criadas narrativas sobre o evento e sobre o lugar, inclusive quanto a uma possível assombração. No terreno em que foi construído o edifício, havia uma casa em que foram cometidos vários assassinatos, e algumas pessoas acreditam perceber uma relação de causalidade entre aqueles eventos e o incêndio.
Mas, três outros aspectos chamam a minha atenção no caso do Edifício Joelma;
1 - Treze vítimas que morreram no elevador, e não puderam ser identificadas, foram enterradas lado a lado em um cemitério de São Paulo (capital). São chamadas de "Treze almas benditas" e tornaram-se santos populares;
Talvez fosse possível, hoje, realizar exames de DNA para identificar essas vítimas, pois algumas podem constar da lista de pessoas desaparecidas.
2 - O Edifício Joelma mudou de nome, com certeza para evitar as lembranças do evento traumático. Hoje é chamado "Edifício Praça da Bandeira".
3 - Não consegui descobrir qual o resultado do inquérito: se alguém foi punido, se houve o pagamento de indenizações. A causa do incêndio aparentemente foi um curto-circuito, mas não há muita informação disponível sobre o que efetivamente aconteceu, o que sem dúvida deixa o relato inconcluso, prejudicando a formação da memória coletiva suficiente.
Fabiana, cinco pessoas foram punidas pela tragédia em 1975, porque a Justiça entendeu o caso Joelma como crime por negligência, já que, dois anos antes do triste fato, ocorreu outro semelhante, que foi o incêndio do Edifício Andraus, provocado também por curto circuito. No entanto, as penas foram curtas. Quanto à história das 13 almas, prefiro deixar o misticismo de lado e perguntar porque ninguém até agora se interessou em esclarecer as identidades destas 13 vítimas. Seria interessante se alguém tivesse coragem de desvendar esse mistério.
ResponderExcluirParabéns pela postagem, curta, mas clara e coerente.
Muito obrigada pelas informações e pelos cumprimentos!
ExcluirAgradeço muitíssimo a informação sobre o resultado do inquérito, pois há pouca disponível.
Em relação à identificação das vítimas, parece-me que já há a tecnologia necessária. O que falta, talvez, seja a pressão dos familiares para mostrar a necessidade de realizá-la.
Sempre pesquiso coisas sobre o Joelma, mas nunca encontrei uma lista de desaparecidos no incêndio, mas é uma coincidência muito grande de que 13 pessoas que não eram para estar ali morreram e entraram com desaparecidas e não vítimas do incêndio
ResponderExcluirCaro Cássio,
ExcluirNão sabemos se as treze pessoas constam de listas de desaparecidos. Acreditamos que, se isso aconteceu, hoje existe tecnologia para tentar identificá-las.
Verdade, e o estranho não haver o interesse nisso
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