O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sábado, 13 de outubro de 2012

Afeganistão: governo reescreve a História do país


Identificamos seis elementos que podem ser utilizados em uma política do esquecimento (DANTAS, 2010):

- a produção da memória oficial sem os fatos inadequados

- a concessão de anistias

- a fabricação de um consenso, geralmente sob a forma de discurso de "superação das ideologias"

- o silêncio sobre fatos conflituosos

- a busca da reconciliação nacional

- Comemorações da datas cívicas, escolhidas especificamente para veicular certos valores, em detrimento de outros

Nessa semana tivemos o inolvidável exemplo do item "produção da memória oficial sem os fatos inadequados", quando o governo do Afeganistão resolveu reescrever o passado, excluindo dos livros didáticos referências dos conflitos dos últimos 40 anos, ou apresentando uma mera cronologia, sem apresentar o contexto econômico, social, político e religioso que levaram ao atual estado de coisas (cf. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/08/120818_afeganistao_livros_ac.shtml).

Não tenho dúvidas de que em breve, qualquer que seja a ordem de aparição dos elementos acima, o governo irá implementar a sua política de esquecimento.

A mesma coisa aconteceu no Brasil, e esses elementos são facilmente reconhecíveis.  Atualmente, vivemos o momento de neutralizar alguns deles.  Por exemplo, o elemento "silêncio sobre os fatos conflituosos" vem sendo desvelado pelos vários sobreviventes de tortura que vão ao público contar sua história.

REFERÊNCIA

DANTAS, Fabiana Santos. Direito fundamental à memória. Curitiba: Juruá, 2010.

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