O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eleições 2012: Prefeito e Vereadores

Ontem, domingo dia 07 de outubro de 2012, foi o dia dos cidadãos brasileiros exercerem o seu dever cívico de votar.

Lembro que votar, no final dos anos 80, era considerado uma grande conquista dos cidadãos, depois de décadas de ditadura.  Sim, havia, eleições na época da ditadura mas não havia a liberdade de expressão necessária para a criação de um ambiente político saudável.

Lembro que, quando era criança e adolescente, ainda nem tinha idade para ser cadastrada eleitoralmente, meu pai nos levava para comícios, para aprendermos a participar do processo eleitoral.  Eram comícios de efeito, mas ainda não havia o formato de show dos atuais.  Nós sentávamos ali para ver um político (não necessariamente candidato) falar sobre a construção de um mundo melhor: meu pai sempre acreditou nos discursos desse tipo, acho que é uma característica de sua geração, mas a minha já pegou um mundo desmaravilhado.

Então, existe uma grande diferença entre aqueles que consideram as eleições a ""festa da democracia", e eu, que não concebo uma festa onde a gente é obrigado a ir, e não servem bebidas.

A geração dos meus pais lutou pela volta da democracia.  Mas a vitória veio imbuída do espírito autoritário que ronda a nossa memória coletiva (cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/05/memoria-coletiva-e-autoritarismo.html  e http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/06/memoria-coletiva-e-autoritarismo-2.html)  e molda  a nossa mentalidade.  Quando pensaram em restabelecer o amplo direito de participação política, transformaram esse direito em um dever.

E as pessoas têm que se justificar quando não podem exercer o seu direito.  Isso não é muito esquisito? 

Já passou da hora de mudar a norma que estabelece a obrigatoriedade do voto.  Uma solução, honrando a tradição autoritária, poderia ser manter a obrigatoriedade do cadastramento eleitoral, mas sem a necessidade do comparecimento à votação ou justificativa.

Ou então deslocar a obrigatoriedade do voto para a obrigatoriedade de fiscalizar a gestão do candidato eleito.  Aqui falta um efetivo controle popular das decisões administrativas e políticas.

Para finalizar, duas observações:

1) A primeira é que o modo de realizar eleições é um orgulho nacional.  Afirmam, e acredito, que o processo eleitoral brasileiro é um dos mais eficientes e honestos.

2) Infelizmente, procedimento é forma, e como tal não garante um conteúdo adequado.É difícil escolher entre tantos candidatos que dizem exatamente a mesma coisa, independemente da legenda partidária (sobre isso, recomendo assistir a esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=PfO3tAtHYsA).

Todos parecem saber exatamente quais são os problemas do Brasil e quais são as medidas necessárias para superá-los.  Infelizmente, os mesmos problemas continuam eleição após eleição, o que nos leva a concluir que o verdadeiro problema do Brasil é de planejamento, execução e avalição das políticas, qualquer que seja o partido eleito.

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