Esquecedouros são locais de esquecimento. Já tratamos de alguns deles aqui no blog:
L'Oubliette e disappointment room (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/06/esquecedouros.html),
asilos (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/07/esquecedouros-asilos.html),
orfanatos (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/06/esquecedouros-orfanatos.html),
prisões (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/10/esquecedouros-prisoes.html),
roda dos enjeitados (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/06/esquecedouros-roda-dos-enjeitados.html),
lixão (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/06/esquecedouros-roda-dos-enjeitados.html).
Hoje gostaria de refletir sobre os manicômios. Se os doentes mentais já foram invisíveis em nossa sociedade, imagine o depósito onde eram colocados. Os manicômios brasileiros seguem a mesma regra e mentalidade que criaram as prisões.
Os hospícios e manicômios são lugares de cumprimento de prisão perpétua, visto que muitas doenças mentais são incuráveis. O tratamento (ou a falta dele) dispensado às pessoas era absolutamente desumano, mas aparentemente adequado à representação de não-humanos dos internos.
A mentalidade que moldou esses manicômios foi responsável por uma tragédia humana, no famoso Manicômio de Barbacena, onde aproximadamente 60 mil pessoas morreram, e enquanto vivas sofreram a degradação de sua dignidade humana, por inobservância dos direitos fundamentais.
Sobre o caso, há o livro "Holocausto brasileiro", de Daniela Arbex (http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/08/1320727-livro-holocausto-brasileiro-relata-horrores-de-hospicio-mineiro.shtml), que eu ainda não li, mas pretendo.
Sem dúvida, é uma história que precisa ser contada e lembrada para reforçar a luta anti-manicomial. Imagino que os hospícios, enquanto lugares especializados, devem continuar existindo. Mas o controle social do que ocorre alí deve ser muito mais rigoroso.
Putz, outro dia eu escrevi um comentario inspiradissimo aqui, e esse teu blérg engoliu. Fala pra ele que eu não sou um robô porra!!
ResponderExcluirEnfim, era pra dizer que na França imoveis perto de manicômicos são muitissimo desvalorizados. Jà imoveis perto de cemitérios, são muito caros.
A resposta quando a gente pergunta o porquê: " - Todo mundo quer morar perto de onde não faz barulho...."
A expressão "a paz dos cemitérios" acabou de ganhar um significado mercadológico...
ResponderExcluirNessa semana que estou de férias - 08/09 a 19/09/2014 - li o livro Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex. A trágica história do Hospital Colônia de Barbacena e de seus pacientes não pode ser esquecida.
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