Aniversários são uma importante comemoração individual, que relembra o natalício de um indivíduo, ou seja, a sua data de nascimento. Como a nossa vida é medida em anos contados a partir desse marco, e essa contagem tem profunda significação social e jurídica, já que a idade condiciona a capacidade de exercício, é de se esperar que exista um ritual comemorativo. Entre nós, o aniversário de 15 anos é o único que possuía o caráter de "rito de passagem".
Aqui no Brasil os aniversários geralmente giram em torno de um bolo, mas não existe definição quanto à sua forma ou sabor. Em geral, o gosto individual do aniversariante determina esses aspectos e, na dúvida, é só escolher um de chocolate que não há erro.
Há também o costume de fazer a decoração com balões coloridos e acessórios como chapéu, língua de sogra (um brinquedo de soprar), apitos. É também uma oportunidade de entregar dádivas ao aniversariante em comemoração e confraternizar com os familiares e amigos.
O ponto culminante da comemoração é cantar a música tradicional conhecida como "Parabéns para você", acompanhada de palmas bem desencontradas. Ultimamente, após essa tradicional cantilena, as pessoas passaram a acrescentar uma parte assim : "é pique, é pique, é pique, é hora, é hora, é hora, rá-tim-bum" "Fulano, Fulano, Fulano (nome do aniversariante gritado efusivamente)". Esse é realmente um momento de tensão, já que dificilmente essa parte é cantada de acordo com a moral e os bons costumes.
Hoje é o meu aniversário, e como é tradição, todos os anos a minha mãe relembra como foi o meu nascimento. Conta-se que ela foi três vezes ao hospital mas não conseguiu dar à luz. Na quarta vez, achou melhor esperar um pouco antes de correr para lá de novo e, como Murphy e suas leis profetizariam, não deu tempo.
O fato é que eu nasci no elevador do hospital porque não deu tempo de chegar à sala de parto. É fato também que, como eu demorei a nascer, minha mãe disse que eu estava toda roxa, e é por isso que na minha certidão de nascimento consta a "cor: morena".
Aliás, essa estória de "cor de pele" no Brasil merece uma profunda reflexão sociológica, que eu não fazer porque hoje é meu aniversário. Mas se alguém tiver interesse de conhecer a diversidade de cores dos brasileiros, tais como, "morena jambo", "cor de burro quando foge", "fogoió", vale a pena conhecer o trabalho de uma das minhas artistas plásticas favoritas, Adriana Varejão: https://catracalivre.com.br/sp/agenda/gratis/adriana-varejao-define-as-cores-dos-brasileiros-em-exposicao-na-galeria-fortes-vilaca/.
A idéia dela foi muito interessante, desenvolver tintas que refletissem as cores indicadas pelos brasileiros no censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Pode ser mais legal que isso? http://guia.folha.uol.com.br/exposicoes/2014/04/1433660-de-fogoio-a-burro-quando-foge-artista-cria-tintas-inspiradas-em-tons-de-pele-brasileiros.shtml .
Feliz aniversario!!
ResponderExcluirAh eu não sabia que tu tinhas nascido no elevador... então agora tà tudo explicado...
E o que é melhor, hoje também é a celebração de Santa Sara Kali, protetora dos ciganos. Se é verdade que minha linhagem materna é cigana, então estou bem protegida.
ResponderExcluirÉ hoje! Feliz da vida e também é dia de Santa Sara Kali. Estou revoltada com o meu marido, que comprou o meu presente há um mês e levou muito a sério a brincadeira de escondê-lo. Há um mês eu reviro a casa inteira e ainda não o encontrei.
ResponderExcluirFoi ontem, e me diverti muitíssimo.
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