Na série "Provérbios", os posts sempre analisam dois provérbios/ditos populares para verificar se veiculam verdadeiramente a sabedoria intergeracional, ou se são apenas de idiotices reproduzidas e transmitidas automaticamente.
Até criamos uma campanha permanente contra a transmissão, promoção e difusão de ditos populares idiotas http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/09/campanha-contra-transmissao-difusao-e.html, porque acreditamos que a memória coletiva não deve servir para enraizar preconceitos e difundir a violência simbólica.
Não gosto particularmente do provérbio "o risco que corre o pau, corre o machado", porque traz embutida uma falsa idéia de reciprocidade e proporcionalidade. O risco que o pau corre é muito maior do o que corre o machado, evidentemente. A retributividade e a proporcionalidade, nem no provérbio e nem na vida, é imediata e infalível, mas contingente (ou seja, pode ou não ocorrer).
Além disso, a idéia de retributividade imediata e automática me faz lembrar a Lei de Talião, e consequentemente a idéia de retaliação, o que prejudica a noção de Justiça. Assim, todos os provérbios que impliquem retaliação também estão excluídos da minha lista, por exemplo, "pau que bate em Chico, bate em Francisco".
Para compensar, aprendi um novo provérbio nesta semana, e o considero muito sábio: "A maré mansa não faz bom marinheiro". Concordo: as turbulências da vida fortalecem o nosso caráter e nos ensinam a navegar.
Vou fazer de tudo para encaixá-lo em alguma conversa, mesmo que não faça o menor sentido.
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