O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sábado, 16 de maio de 2015

Lembrar Jacques-Louis David

Sempre que leio um livro, ouço música, vejo quadros ou espetáculos, penso que os autores foram pessoas comuns, com problemas e circunstâncias tão mundanas, e procuro perceber isso nas suas obras.

Nessa semana estava estudando sobre iconografia política (e sua influência na memória, é claro), quando me dei conta de que as imagens que eu tenho da Revolução Francesa são a visão de um homem, o deputado e pintor David (1748-1825).

Lembrando dos meus livros de História na época da escola, são os seus quadros que ilustram o evento. "O último suspiro de Marat", quadro famosíssimo,  até a sagração de Napoleão. Em uma breve vida humana, ele conseguiu ser testemunha privilegiada da História, participou da Revolução Francesa, assistiu à ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, e foi capaz de criar documentos históricos que nos permitem entrever como os fatos aconteceram.

Evidentemente, devemos analisar as declarações (pintadas) do artista com cautela e, em uma primeira análise, tentar abstrair a sua motivação política e parcialidade evidente.  E, em segunda análise tentar contextualizá-las, porque também são uma importante fonte de informação.

David, para mim, foi um gênio da propaganda política.  Acredito que conseguiu comunicar muito bem, através da suas imagens e ações, as suas idéias sobre heroísmo, nação, sacrifício, política.  Embora não seja um dos meus pintores favoritos (tenho amores variados em época, estilo e escolas, se é que podemos rotular artistas assim), reconheço que suas obras explicam uma época, e marcaram profundamente a minha memória.

Lembrar Jacques-Louis David é saber que a arte é uma forma de comunicação poderosa e nunca é neutra.

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