O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Bacurau

Ontem fui assistir ao filme "Bacurau", e entendo o interesse em torno da obra.  Imagino que deve ser fascinante ver uma estória intrigante em uma paisagem tão diferente, tão bonita e tão hostil ao mesmo tempo.

Eu já estive em muitas bacuraus, essa paisagem é uma velha conhecida, tão bem descrita pelos versos de Carlos Pena Filho (http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/10/memoria-poetica-carlos-pena-filho-2.html), e a temática do filme também.

Tudo nesse filme é familiar para mim: o cenário, a tragédia, o desfecho.  A ficção nesse caso se aproxima de uma realidade que pode ter existido ou pode acontecer. Talvez os personagens sejam diferentes, os motivos de quem ataca, mas a Bacurau e as razões de quem se defende são sempre as mesmas.

Cada pessoa que assistir ao filme vai criar a sua própria interpretação, o seu próprio juízo e entendimento. Cada pessoa vai destacar e enfatizar algum trecho, alguma cena que mais impressionou.

Do meu ponto de vista, o mais importante no filme foi o convite reiterado para que os forasteiros visitassem o Museu Histórico de Bacurau, mas nenhum deles se preocupou em conhecer a história e a memória daquela gente. Ninguém se preocupou de saber sobre que fatos foram construídas as identidades pessoais e coletiva daquela comunidade.

E aí...

Eu, que conheço essa história, essa gente e as Bacuraus, entendi perfeitamente o que ia acontecer quando vi o acervo do Museu. Não sabia "como", mas sabia o porquê, e isso é a informação que a memória coletiva nos provê.

Um comentário:

  1. A minha vontade é falar sobre cada uma das referências que encontrei no filme, mas acho que estraga a experiência de quem vai assistir. Estou anotando tudo que gostaria de apontar no filme, e vou fazer uma sequencia desse post: 'Bacurau 2".

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