Uma notícia importante para a memória coletiva do povo peruano: "Um lote de 363 peças incas de Machu Picchu chegou a Lima depois de serem retiradas pelo explorador americano Hiram Bingham do sítio arqueológico e levadas para a Universidade de Yale, nos Estados Unidos, 100 anos atrás. Um porta-voz do Ministério da Cultura do Peru afirmou que as peças arqueológicas foram transportadas por um avião de carga e estão em condições de serem exibidas imediatamente.O material será levado para o Palácio de Governo do Peru, onde serão recebidas pelo presidente do país, Alan García". Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/897494-pecas-incas-sao-devolvidas-ao-peru-apos-100-anos-veja.shtml Há também um vídeo nesse sítio, que permitia o download, por isso o colocamos aqui:
___________________________ Nós começamos a discussão sobre o retorno de bens culturais em posts de novembro de 2010, destacando que essa é uma reivindicação atual, legítima e consistente de povos que querem ver recomposta a sua memória coletiva e identidade cultural. Existe uma diferença normativa e procedimental em razão da maneira como o bem cultural saiu do território. Se for exportado ilicitamente, é regulamentado pela Convenção da UNESCO de 1970 (que trata sobre a exportação e importação ilícita de bens culturais), devendo ser restituído. Se o bem saiu licitamente, a pretensão é de retorno, e geralmente ocorre através de acordos internacionais bilaterais. Nesse caso o argumento não é a propriedade do bem,já que esse direito pertence ao seu detentor, mas a recomposição ou efetivação do direito à memória coletiva. Na semana passada escrevemos um post específico sobre o retorno de bens culturais, citando como exemplo o caso do Parthenon, cujos frisos foram retirados no século XIX e hoje se encontram no Museu Britânico, reivindicados pelo Ministério da Cultura da Grécia. Outros povos que têm seus bens espalhados pelo mundo também iniciaram o processo de reivindicação, por exemplo, a Jordânia requer o retorno dos "Evangelhos de Chumbo", reputados como a principal descoberta arqueológica do Cristianismo; o Egito requer o retorno de bens arqueológicos que se encontram nos principais museus do mundo, assim como os peruanos, colombianos, entre tantos. Também há vários bens arqueológicos, etnográficos e paleontológicos brasileiros em museus estrangeiros, que podem ser objeto de reivindicação legítima.
"Os requerimentos técnicos estabelecem que as caixas so podem ser abertas daqui hà dois dias"
ResponderExcluirUé, mas eu vi o homem ai do video abrindo... ahahaha.
Rapaz, jà pensastes, que surpresa boa! Num é que a universidade devolveu mesmo o que eles tinham "pego emprestado".
Aliàs, pegar emprestado durante 100 anos tem o nome de quê mesmo? Devolução ou retorno?
Antes de responder, levar em conta que eles receberam 363 peças, mas contam receber mais de 46 mil...é isso mesmo?
ResponderExcluir"Devolução após cem anos" é sinônimo de recobrar a dignidade institucional.
ResponderExcluirNeste caso, trata-se de retorno.
Não sei se essa instituição detém todo esse acervo, de 46 mil peças, ou se essa é uma estimativa de tudo que foi levado dos sítios arqueológicos.
De todo jeito, tudo o que foi "emprestado" a Yale deverá ser devolvido até 2012. E tudo o que foi adquirido de outras formas também deveria ter o mesmo destino.
Os bens culturais fundamentais para a memória e a identidade coletiva devem permanecer no local em que foram produzidos.