O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









domingo, 3 de abril de 2011

Peças incas são devolvidas ao Peru após 100 anos

Uma notícia importante para a memória coletiva do povo peruano: "Um lote de 363 peças incas de Machu Picchu chegou a Lima depois de serem retiradas pelo explorador americano Hiram Bingham do sítio arqueológico e levadas para a Universidade de Yale, nos Estados Unidos, 100 anos atrás. Um porta-voz do Ministério da Cultura do Peru afirmou que as peças arqueológicas foram transportadas por um avião de carga e estão em condições de serem exibidas imediatamente.O material será levado para o Palácio de Governo do Peru, onde serão recebidas pelo presidente do país, Alan García". Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/multimidia/videocasts/897494-pecas-incas-sao-devolvidas-ao-peru-apos-100-anos-veja.shtml Há também um vídeo nesse sítio, que permitia o download, por isso o colocamos aqui:
___________________________ Nós começamos a discussão sobre o retorno de bens culturais em posts de novembro de 2010, destacando que essa é uma reivindicação atual, legítima e consistente de povos que querem ver recomposta a sua memória coletiva e identidade cultural. Existe uma diferença normativa e procedimental em razão da maneira como o bem cultural saiu do território. Se for exportado ilicitamente, é regulamentado pela Convenção da UNESCO de 1970 (que trata sobre a exportação e importação ilícita de bens culturais), devendo ser restituído. Se o bem saiu licitamente, a pretensão é de retorno, e geralmente ocorre através de acordos internacionais bilaterais. Nesse caso o argumento não é a propriedade do bem,já que esse direito pertence ao seu detentor, mas a recomposição ou efetivação do direito à memória coletiva. Na semana passada escrevemos um post específico sobre o retorno de bens culturais, citando como exemplo o caso do Parthenon, cujos frisos foram retirados no século XIX e hoje se encontram no Museu Britânico, reivindicados pelo Ministério da Cultura da Grécia. Outros povos que têm seus bens espalhados pelo mundo também iniciaram o processo de reivindicação, por exemplo, a Jordânia requer o retorno dos "Evangelhos de Chumbo", reputados como a principal descoberta arqueológica do Cristianismo; o Egito requer o retorno de bens arqueológicos que se encontram nos principais museus do mundo, assim como os peruanos, colombianos, entre tantos. Também há vários bens arqueológicos, etnográficos e paleontológicos brasileiros em museus estrangeiros, que podem ser objeto de reivindicação legítima.

3 comentários:

  1. "Os requerimentos técnicos estabelecem que as caixas so podem ser abertas daqui hà dois dias"
    Ué, mas eu vi o homem ai do video abrindo... ahahaha.

    Rapaz, jà pensastes, que surpresa boa! Num é que a universidade devolveu mesmo o que eles tinham "pego emprestado".

    Aliàs, pegar emprestado durante 100 anos tem o nome de quê mesmo? Devolução ou retorno?

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  2. Antes de responder, levar em conta que eles receberam 363 peças, mas contam receber mais de 46 mil...é isso mesmo?

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  3. "Devolução após cem anos" é sinônimo de recobrar a dignidade institucional.

    Neste caso, trata-se de retorno.

    Não sei se essa instituição detém todo esse acervo, de 46 mil peças, ou se essa é uma estimativa de tudo que foi levado dos sítios arqueológicos.

    De todo jeito, tudo o que foi "emprestado" a Yale deverá ser devolvido até 2012. E tudo o que foi adquirido de outras formas também deveria ter o mesmo destino.

    Os bens culturais fundamentais para a memória e a identidade coletiva devem permanecer no local em que foram produzidos.

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