O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quinta-feira, 31 de maio de 2012

Biscoitos sortidos: transformando memória em ação

Era uma vez... uma linda menininha que adorava lanchar biscoitos assistindo à "Sessão da tarde".


A caixa dos "biscoitos sortidos" que minha mãe comprava continha os segredos do universo, em formas e sabores variados. Havia alguma coisa de condicionamento pavloviano nos lanches da tarde: quando minha mãe pegava essa caixa, e a abria de sopetão, o barulho me fazia imediatamente salivar e ficar com os olhos esbugalhados.

Mas uma coisa sempre me incomodou nessa caixa de biscoitos sortidos: por que havia tão poucos biscoitos do tipo champagne? Acho que eram apenas dois ou três por caixa, o que evidentemente não supre a demanda doméstica desse tipo de biscoito.

Essa é uma das coisas incompreensíveis para mim. As outras são: por que fazem sonhos de goiaba? Por que não há um pacote só de jujubas vermelhas? Por que nos pacotes de jujuba há predominância de jujubas amarelas, que ninguém gosta?

Não vou generalizar tanto. Mas o fato é que as pessoas de bem não gostam de jujuba amarela. Eu não conheço ninguém que goste.

Enfim, nessa semana resolvi transformar a minha revolta da infância em ação. Comprei uma caixa exclusivamente de biscoitos champagne, fiz uma garrafa de café, e descontei anos de frustração.

2 comentários:

  1. Nessa semana, saiu uma notícia de que a "Sessão da tarde" vai ser desativada. É o fim de uma era.

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  2. Esse post ganhou um novo e excitante capítulo. Aprendi com Dra. Denise que o tal biscoito champagne chama-se em francês de "biscuit boudoir" porque, aparentemente, era consumido pelas senhoras no seu boudoir, enquanto bebiam champagne.

    Esse é um costume de outras épocas, que aparentemente não é mais cultivado, o que é um excelente motivo para testá-lo e se for bom, resgatá-lo.

    Não será um processo fácil pois não tenho um boudoir, que seria aquele local, geralmente um quarto, privativo de senhoras, utilizado para seus momentos íntimos de arrumação. No nosso apertamento (apartamento apertado) não temos esse tipo de regalia, além do que há uma regra geral de que não podemos levar comida para os quartos por causa das baratas.

    A solução parece ser transformar a minúscula área de serviço em boudoir, para comer biscoitos champagne em pé mesmo, o que evidentemente significaria levar essa prática ao fundo do poço.

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