Essa é uma tradição das mais antigas, que também está em vias de extinção.
O velório é um momento muito solene, de reunião e confraternização entre os vivos, para honrar o falecido e executar os preparativos para a destinação dos restos mortais.
Eram cerimônias longas, e por isso era costume oferecer comida e café para as pessoas que ficavam ao lado do morto, às vezes durante o dia e a noite. Além do café, havia a tradição de oferecer bebidas alcoólicas, daí se dizer que "bebiam" o morto.
Portanto, beber o morto é tomar uma bebida alcoólica (geralmente cachaça, patrimônio imaterial http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/05/cachaca-patrimonio-imaterial-do-brasil.html) em homenagem ao falecido. Algumas vezes, sob a influência do álcool ou da memória dos vivos sobre o falecido, o velório se torna até festivo, e recebe o nome de gurufim.
Antes de ingerir a bebida, havia o costume de "lavar o pé", lavar o próprio pé com um pouquinho da bebida, para afastar a morte do seu caminho. Esse costume é parecido mas não se confunde com o ato de dar bebida ao "santo" (qual?), jogando um pouco da sua bebida (geralmente cachaça, patrimônio imaterial) no chão, que é uma forma geral de libação, para honrar a divindade.
Nas grandes cidades os ritos funerários estão cada vez mais rápidos e impessoais. Sendo praticamente instantâneos, não permitem mais a confraternização, o compartilhamento de memórias sobre o falecido, e não exigem mais que se ofereça comidas e bebidas.
Talvez em algumas cidades do interior e em alguns ritos religiosos essa tradição se mantenha. Mas, tal como as carpideiras (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/01/carpideiras.html), trata-se de um costume em vias de extinção.
Na última sexta-feira, dia 20/12/2013, faleceu o famoso cantor brasileiro Reginaldo Rossi, alcunhado de Rei do Brega. Conhecido por sua personalidade alegre e vida boêmia, o velório e sepultamento foram marcados por cantorias, homenagens, libações e brindes dos fãs em homenagem à sua memória.
ResponderExcluirBebeu-se bastante em homenagem a ele.
ResponderExcluirDesde ontem, os fãs lembram que faz dois anos desde a morte de Reginaldo Rossi (20/02/2013). Tenho certeza que em algum lugar, um fã saudoso beberá em homenagem a ele.
ResponderExcluirUm caminhão de cerveja tombou, espalhando diversas latas da bebida pela rua, que foram rapidamente recolhidas e consumidas. Dizem por aqui que esse foi o primeiro milagre de Reginaldo Rossi.
ResponderExcluirMeu Gurufim - Camunguelo/Carioquinha
ResponderExcluir"Eu vou fingir que morri
Pra ver quem vai chorar por mim
E quem vai ficar gargalhando no meu gurufim
Quem vai beber minha cachaça
E tomar do meu café
E quem vai ficar paquerando a minha mulher
Quando o caixão chegar
Eu me levanto da mesa
E vou logo apagar
As quarto velas acesas
E vou dizer pra minha mãe
Não chora
Amigo a gente vê é nessa hora".
Para ouvir:https://www.youtube.com/watch?v=A8tev1sAx1c
Pura verdade isso que li, muito criativo o texto. Amei
ResponderExcluirObrigada, Mércia!
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