O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









segunda-feira, 25 de março de 2013

Semana Santa 2013: análise cronológica da comemoração a partir do relato dos apóstolos

Vamos refletir sobre a cronologia dos eventos da chamada "Semana Santa", co-memoração cristã da maior relevância.  Nunca consegui entender direito a cronologia dos fatos, então resolvi estudar a Bíblia, em memória de Jesus (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/06/fazei-isso-em-memoria-de-mim.html).

Tentei encontrar no Novo Testamento alguma referência aos dias da semana (que certamente eram diferentes do que usamos hoje), mas não localizei.  Existe um período de viagem, em que Jesus está se dirigindo a Jerusalém.  Em João 12, afirma-se que "seis dias antes da Páscoa", ele chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, ressuscitado.  Na casa de Lázaro, Jesus fôra ungido com nardo.

Aqui encontrei uma pequena diferença entre o relato de Mateus 26 e João 12.  Em Mateus, Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso, sendo ungido com perfume de nardo puro por uma mulher. Segundo Jesus, e para conter a indignação dos que viam a cena (pelo desperdício de perfume), ele disse que a mulher apenas antecipou a unção do seu corpo para o sepultamento.

E aparentemente, segundo Mateus, essa unção foi depois que Jesus chegou em Jerusalém, e não antes, como consta em João.

Pela tradição, entendi que ele chegou em Jerusalém no domingo, pediu para pegarem o jumentinho, que seria o início da jornada espiritual comemorada na semana santa:

1º dia:  A "Semana Santa"  começa a ser contada do domingo (ontem), quando Jesus chegou a Jerusalém e foi recebido por pessoas que seguravam ramos de palmeira.  Por isso é chamado de "domingo de ramos" e por isso os peregrinos que vão a Jerusalém são chamados de palmeiros.

O ramo de palma também simboliza a vitória sobre o mundo, e é por isso que os mártires católicos são retratados segurando ramos de palmeiras.

Nesse dia ele foi ao Templo, e expulsou os mercadores (Marcos, 11:15).  Aparentemente esse ato foi o que causou indignação entre os escribas e os anciãos, que então decidiram matá-lo (Marcos 11:18). Há uma referência de descontentamento anterior do Sinédrio, quando Jesus ressuscitou Lázaro (cf. João 11:45).

Saíram da cidade à tarde.


2º dia:  Segunda-Feira

De manhã, passaram de novo pela figueira que no dia anterior Jesus tinha amaldiçoado, ao entrar em Jerusalém (Marcos, 11:14 e 20).

Voltaram nesta manhã ao Templo, onde foi questionado pela expulsão dos mercadores (com que autoridade o fizeste?) Marcos, 12:28. Para responder ao questionamento de sua autoridade, Jesus retrucou perguntando sobre o Batismo de João, o que causou constrangimento político aos anciãos e escribas.

Ele lhes contou uma parábola e foi embora.  Mais tarde, nesse mesmo dia, mandaram os fariseus  para questioná-lo sobre o dever de pagar tributos à César, quando Jesus respondeu que deviam pagar.  Dai a César o que é de César (a moeda, que tinha a efígie do Imperador), e a Deus o que lhe pertence.

(Parênteses para a minha opinião:  Essa foi uma manifestação política muito séria, de respeito ao poder colonial, pelo menos temporariamente, e de separação entre a religião e a política).

O segundo dia em Jerusalém parece que foi bem movimentado, pois Jesus recebeu diversas visitas enquanto ensinava no Templo:  dos fariseus, questionando sobre os tributos de César; depois dos saduceus, perguntando sobre ressurreição; depois um escriba, perguntando sobre qual era o principal mandamento, assistiu à oferta da viúva pobre.

3º dia:  Terça-Feira:   De acordo com o Evangelho de Mateus, 26:2, Jesus reuniu-se com sacerdotes e escribas e disse "Sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado".  Foi nesse dia que os sacerdotes, escribas e anciãos reuniram-se na sala de Caifás e decidiram prender  e matar Jesus, mas "não durante a festa, para não haver tumulto entre o povo".

Em Marcos 14, há uma referência de que dali a dois dias seria a festa dos pães asmos (ázimos), que foi quando aconteceu a última ceia, o que parece confirmar esta cronologia.

Foi nesta terça-feira fatídica, que Judas Iscariotes vendeu-se aos sacerdotes (Marcos, 14: 10).

4º dia:  Quarta-feira.  Não percebi nenhuma atividade relatada na quarta-feira.  Nesse dia é celebrado o ofício das Trevas.

5º dia:  Quinta-feira, quando aconteceu a Última Ceia, e Judas Iscariotes foi receber o pagamento de trinta dinheiros por entregar Jesus.  Nessa mesma noite, Pedro negou Jesus três vezes.

Nessa mesma noite Jesus foi ao Jardim das Oliveiras (Getsêmani) para rezar e temer por seu destino, e também foi preso.

Entre esse evento e o cantar do galo (ou seja, antes de amanhecer), Jesus foi conduzido à casa de Caifás (sinédrio) e Pedro negou conhecer Jesus, negou ser galileu, negou ter o sotaque da Galiléia, foi quando o galo cantou. (Mateus, 26:6-75).

6º: dia:  Sexta-feira da Paixão de Cristo. Cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/04/sexta-feira-da-paixao-de-cristo.html  

Começou o dia com o suicídio de Judas Iscariotes.

Jesus foi julgado pela multidão, já que Pilatos lavou as mãos (estou inocente do sangue deste homem.  A responsabilidade é vossa).

Nesse dia recebeu sanções físicas e morais, foi torturado e levado ao Gólgota para a crucificação.  Durante o caminho, ainda foi humilhado e provocado (cf. Mateus 27:32-49).

Desde a crucificação até a morte, aparentemente passaram três horas (da hora sexta à hora nona).  Quando Jesus morreu houve um terremoto, e os sepulcros se abriram  e os corpos dos santos que dormiam ressurgiram (Mateus, 27:52-53), e andaram pela cidade e foram vistos pela população.

Observação: nos Evangelhos de Marcos e João não encontrei nenhuma referência à ressurreição dos que estavam  sepultados.

Nesse dia o corpo de Jesus foi envolvido no Sudário, patrocinado por José de Arimatéia.

7º dia:  Sábado de Aleluia.  Não verificamos relatos no sábado.

8º dia:  Domingo de Páscoa, quando Jesus ressuscitou.

"Passado o sábado", Jesus ressurrecto apareceu de manhã cedo a Maria, da qual havia expulsado sete demônios (Marcos, 16).

Nesse mesmo dia apareceu aos discípulos e ascendeu aos céus.

Se por acaso a minha cronologia dos relatos não estiver correta, por favor, corrijam-me.  Agora acredito que vou conseguir lembrar melhor, porque a narrativa está  mais estruturada.

11 comentários:

  1. Expulsou temporariamente os mercadores do templo. Depois eles voltaram.

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  2. Decidi. Algum dia vou visitar Jerusalem. Que cidade importante para a história da Humanidade! Jesus, Balduíno IV e Saladino, Herodes, João Batista.

    Pensando em Balduíno IV e nos relatos bíblicos, parece que a lepra (hanseníase) era endêmica naquela região. Em 2009 foi encontrado um corpo, datado do século I, com os vestígios mais antigos de lepra em Israel (cf. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u667259.shtml).

    No Brasil, que é o segundo colocado mundial em número de ocorrências, é considerada uma doença endêmica.

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  3. Fiz algumas pesquisas e aparentemente a "hora nona" corresponde às 15 h.

    Então, houve trevas do meio dia às três da tarde no dia da Paixão.

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  4. O ritual da "malhação de Judas" é realizado no sábado de Aleluia. Aqui no Brasil a tradição permite que sejam escolhidos personagens atuais para serem malhados como se fossem Judas. Geralmente são escolhidos políticos, mas qualquer um pode representá-lo.

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  5. Outra análise: https://www.youtube.com/watch?v=RIXwHQ4NpNw

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  6. Observação: a cronologia exposta é a da fatídica semana que culminou na crucificação. Nao consideramos os supostos quarenta dias posteriores à Ressurreição (que se comemora hoje, no domingo de Páscoa), em que Jesus caminhou sobre a Terra.

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  7. Domingo de Ramos, hoje dia 13 de abril de 2014. Comemora-se a entrada de Jesus em Jerusalém. Ele já devia ser importante, já que foi recebido com essa saudação tão especial.

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  8. Lembro que em um domingo de ramos, fiquei presa no teleférico em Montserrat, e tive que rapelar para sair de lá.

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  9. Pela cronologia, a esta hora (07:50) de 25/03/2016, Judas Iscariotes já se suicidou, e Cristo está sendo levado para o julgamento. Tempos difíceis ainda virão.

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  10. Pela cronologia, hoje será celebrado o ofício de Trevas.

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