O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Agendolatria e as repercussões para a memória individual

Fim de ano, e consequentemente, fim de agenda. As últimas folhas serão utilizadas para traçar planos para 2012.

Hora de comprar uma nova agenda, com um reluzente 2012 escrito na frente. Nesse ano, por ser prospectivamente histórico, já que nele ocorrerá o fim de antigas profecias, vou comprar duas agendas, deixando uma de reserva caso o mundo não acabe.

As agendas são muito úteis e servem para auxiliar a memória cotidiana. Tudo se consigna na agenda para não esquecer: desde datas de aniversário, compromissos importantes, período menstrual, e vários etceteras. Serve também para organizar a nossa vida, evitando o choque de horários, pessoas e interesses.

Entretanto, há pessoas que desenvolvem uma relação de dependência psicológica, e às vezes física, com as suas agendas. A "agendolatria" é um vício ou adicção em agendas que pode prejudicar consideravelmente a memória, porque simplesmente as pessoas param de exercitá-la, e sequer tentam lembrar de compromissos.

Eu, por exemplo, consigno tudo na minha agenda, mas acabo esquecendo dela em qualquer lugar, o que me força não só a lembrar sozinha dos compromissos, mas a realizar uma peregrinação por todos os lugares por quais passei ultimamente, perguntando por ela.

É uma boa chance de rever pessoas e lugares, mas infelizmente é também um pouco humilhante. Já cansei de ouvir frases como: "só não perde a cabeça porque está grudada no pescoço", "de novo, Fabiana?", "Por que não amarra a agenda numa cordinha do pescoço?" (afinal de contas, que relação é essa entre esquecimento e pescoço?). Há também aqueles que preferem cometer falta, entrando de carrinho nos meus pobres joelhos: "E é porque escreveu uma tese sobre a memória..."

Enfim.

Há também as pessoas que são viciadas nas agendas alheias, às vezes por ossos do ofício, como as secretarias. Às vezes por simples intromissão.

Em síntese, as agendas são boas e importantes, mas devem manter o seu lugar de auxiliares da memória, e não de substitutas.

3 comentários:

  1. Na minha opinião, agenda serve pra ser substituta da memoria. E ela é ainda mais importante quando cumpre esta destinação, pois nos serve quando vão chegando os quarenta...

    P.S. Vc viu meu cantinho recentemente?

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