O premiê israelense Benjamin Netanyahu fez uma declaração intrigante sobre a "responsabilidade" de um líder palestino no holocausto em outubro de 2015. Para ele, Hitler foi fortemente influenciado por uma liderança palestina, culminando no processo de extermínio de milhões de pessoas, judeus ou não: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/10/netanyahu-e-criticado-por-dizer-que-palestino-deu-ideia-do-holocausto.html.
A Alemanha lidou com o seu passado da 2ª Guerra de forma reflexiva, transparente e responsável (e algum dia vamos discutir essa política pública da memória aqui). Por isso, rapidamente, a chanceler Angela Merkel afirmou a "nossa responsabilidade como Alemanha pelo Holocausto". Cf. http://www.jerusalemonline.com/news/world-news/the-israeli-connection/germany-we-are-responsible-for-the-holocaust-16579
A memória é o quadro de referências das pessoas, grupos e dos Estados, que contextualiza e dá sentido aos gestos, às opiniões. É também a matéria-prima da reflexão ética que tem como objeto o passado. Ao assumir a responsabilidade da Alemanha, a chanceler honrou a memória das vítimas e também garante que os alemães não vão sofrer no futuro os efeitos de ideologias nefastas como ocorreu no passado.
A Alemanha, parece, tenta aprender com os seus erros, assumindo a responsabilidade sem que isso signifique se enclausurar na culpa e nem esquecê-los.
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