O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









terça-feira, 13 de setembro de 2011

Colecionismo e memória

Apesar dos protestos generalizados aqui em casa, eu assisto a um programa de televisão chamado "Obsessivos Compulsivos", cujo título original é "Hoarders".

O programa mostra casos extremos de colecionismo, transtorno que consiste basicamente em acumular compulsivamente objetos. Não se trata simplesmente de possuir coisas, mas principalmente de guardar as memórias que esses objetos portam.

E, pelo colecionismo extremo, as pessoas acabam literalmente submersas nas memórias acumuladas, com prejuízo para a sua saúde física e mental, além de prejudicar seriamente a higidez do seu meio ambiente doméstico.

Todo colecionador é um pouco compulsivo, a questão parece ser a sabedoria com a qual gerencia o seu acúmulo. Se a coleção é bem disposta e organizada, e desde que não traga prejuízos à saúde financeira, parece que não chega a representar um problema psicológico: muitos dos acervos de obras de arte que hoje estão em museus resultam do colecionismo de pessoas abastadas.

Há também a solução de colecionar bens imateriais. Eu, por exemplo, coleciono as lembranças dos lugares e das pessoas que conheço, e de vez em quando remexo a minha cabeça atrás delas (embora recentemente tenha descoberto, para minha surpresa, que coleciono também livros e azulejos de viagem).

Conheço também uma pessoa que coleciona palavras. Na verdade, essa pessoa cujo nome não vou declinar, coleciona sinônimos da palavra "ânus" e parece se divertir muito quando começa a recitar sua coleção.

Cada um guarda o que pode, não é mesmo?

2 comentários:

  1. @Dotôra: acho que colecionar somente se associa à memoria se o colecionador dà a sua coleção tal finalidade.

    A grande parte dos colecionadores, acho eu, são apenas compulsivos - leves ou graves, pouco importa - de certos objetos. Sim, objetos, pois os colecionares do coisas imateriais como sinônimos da palavra 'anus', entram na categoria de "loucos de todo gênero" (eu sei de quem a senhora està falando...).

    Insisto no fato de que não se coleciona para lembrar. Do contrario, do que lembraria o sujeito que sofre da Sindrome de Diogenes?!?

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  2. O apego que as pessoas têm aos objetos, pelos menos é o que o discurso delas informa, decorre do fato do valor que elas depositam, e normalmente estão associadas a lembranças.

    Elas não conseguem jogar nada fora porque tudo lembra alguma coisa, por mais insignificante que seja. Se para mim ou para você determinados objetos (e as memórias que eles portam) são descartáveis, para esses colecionadores nada pode ser esquecido, nada pode ser jogado fora.

    É muitas daquelas pessoas parecem ter essa síndrome mesmo, mas acho que é porque só mostram os casos mais extremos, e a Síndrome de Diógenes é apontada como um "estágio final" de colecionismo.

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