O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









domingo, 18 de setembro de 2011

Memória brasileira: o flagelo da seca

Na década de 80 houve uma grande campanha publicitária, intitulada "Nordeste Urgente", que tinha por finalidade sensibilizar o Brasil para a grave situação dos refugiados da seca do Nordeste. Olha aí o link da campanha no youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=v9dLzQnv3HA

As imagens me impressionaram muito: milhares de figuras esquálidas, andando lentamente em uma procissão triste, ou sentados à beira da estrada esperando não sei o que.

Apesar de nunca haver sofrido na pele os efeitos da seca devastadora, na nossa região nós somos educados a viver com pouca água, a conviver com o racionamento cíclico. Quando era criança, era muito comum ver nas casas muitos baldes e vasilhas espalhados, panelas e tudo em que se pudesse acumular água para enfrentar longos períodos de um abastecimento irregular e insuficiente.

Ainda hoje pratico o salutar hábito de economizar recursos hídricos, mais por memória traumática do que necessariamente por consciência ecológica.

Faz algum tempo que eu não ouço falar do "flagelo da seca", será que o sertão virou mar?

Do meu peculiar ponto de vista, acredito que a natureza nunca está errada. Nunca vi ninguém fazer campanha contra o flagelo da seca no deserto do Atacama ou Saara, e olhe que apesar o processo de desertificação em curso, a caatinga ainda é um bioma que pode ser preservado.

Parece-me que a melhor maneira de evitar que essas pessoas se tornem refugiados ambientais é planejar, criar estratégias de convivência com a seca que lhes permitam a sustentabilidade. Não vemos mais campanhas contra o flagelo da seca, mas com certeza ainda existem refugiados ambientais, exilados econômicos, que não são contemplados com uma política pública eficiente.

Gostaria muito de saber qual foi o resultado da campanha publicitária, mas infelizmente para a memória coletiva, raramente a gente sabe o fim dessas estórias.

4 comentários:

  1. Nada a ver com o post (ou quase nada...), mas essa eu não podia deixar passar:

    http://www.aveworld.com.br/noticias/post/campanha-de-comemoracao-do-dia-mundial-do-ovo-no-brasil-sera-lancada-nesta-quarta-feira-dia-21-em-sao-paulo

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  2. Lembra de qdo te falei da revisão da memoria dos (considerados) desertores de guerra? Pois então, eu so não tinha pensado no caso dos homosexuais.

    Mas vale tanto quanto. Olha ai o exemplo:
    http://pt.euronews.net/2011/09/20/eua-fim-da-discriminacao-sexual-nas-forcas-armadas/

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  3. O flagelo da seca agora está ocorrendo no Estado de São Paulo: https://br.noticias.yahoo.com/mesmo-chuvas-volume-cantareira-volta-cair-135400067.html.

    Ao contrário do que nos ensinaram na escola, a água é um recurso finito e não-renovável. A quantidade de água e a sua capacidade de renovação estão decrescendo, então, gerenciar com eficiência é preciso.

    Priorizar dessentação humana e animal.
    Priorizar usos não-consuntivos.

    Sustentabilidade é harmonizar a demanda com a oferta.

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  4. Em relação ao Estado de São Paulo, fiquei muito curiosa para saber qual é o percentual de água consumida pela indústria, em relação aos usos de dessentação. Qual é a prioridade da SABESP?

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