Augusto dos Anjos é um dos meus poetas favoritos, e em 2012 completa cem anos (parece que foi ontem...) da publicação do seu único e precioso livro "Eu".
Aqui no Blog nós comemoraremos esse marco através de posts dedicados ao poeta, e o primeiro deles trouxe o poema "vandalismo": http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/03/vandalismo.html.
Apesar das breves biografia e bibliografia, muito há para ser dito sobre Augusto dos Anjos. Um dos seus poemas mais conhecidos é "versos íntimos":
"Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"
Toda vez que a falta de educação me aborrece, ou me aborrecem o trânsito, o calor e as merdas cotidianas, lembro que é normal sentir a inevitável necessidade de também ser fera. Lembro de Augusto dos Anjos, respiro fundo, e sigo em frente.
Mas tinha que ser Versos Íntimos...
ResponderExcluirQue bom! Temos que comemorar esse centenário porque a poesia de Augusto dos Anjos é muito especial.
ResponderExcluirDá uma olhada na escultura que o meu irmão fez em homenagem a ele:
http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/02/comemoracoes-do-centenario-de-eu-de.html
Neste ano, 110 anos.
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