O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









domingo, 5 de junho de 2011

Cinco frases que podem ser usadas no dia-a-dia para violar o direito à memória.

Dicas para indicar frases/idéias/mentalidades/argumentos capazes de violar o direito à memória:

1) Esqueçam o que eu escrevi! Exemplo supostamente fornecido pelo ex-Presidente Prof. Fernando Henrique Cardoso, que jura nunca ter dito tal frase. Esse é o poder da memória coletiva: o ex-presidente é mais lembrado pelo que não disse, mas infelizmente a gente só lembra disso.

2) "Vê se me esquece!", essa frase pode ser subsitutída com sucesso por "Vê se me erra" e "Larga do meu pé, chulé". Explícita estratégia de esquecimento, consistindo em deixar de lado cobranças contra pessoas.

3) "Vamos passar uma borracha no assunto". Diferentemente do item 2, em que o aspecto é pessoal, aqui queremos esquecer um tema, fato ou circunstância. Pode ser substituído por "colocar panos quentes", embora neste último caso evidentemente a situação só fica controlada, amortecida ou amolecida paliativamente.

Sempre achei engraçada a expressão "colocar panos quentes" para amenizar a situação. Dizem que é tem origem na terapêutica tradicional, em que fazer compressas com panos quentes melhora determinados desconfortos físicos (antigamente era usada para febres, partos). Também pode significar colocar cobertas, ocultando coisas por baixo dos panos.

4) "Vamos superar essa situação em nome de...". Aí você completa com o que tiver maior apelo no momento: "reconciliação nacional" (anistia brasileira), paz social (ameaça velada contra quem continua fazendo perguntas), nosso casamento (quando um dos cônjuges fez besteira), dos nossos filhos (quando um dos cônjuges quer continuar a fazer besteira), etc...

5) "Isso é revanchismo". Essa frase tem como finalidade apontar um argumento ad hominem. Neste caso a intenção é calar ou desqualificar o teimoso, o revanchista, o chato, que continua fazendo perguntas sobre questões já ultrapassadas, do ponto de vista de alguns.

Os memorialistas (quando a memória é forma de subversão) geralmente são identificados desta maneira.

Diante dessas frases, ou similares, a dica é parar e pensar: por que e para quem o esquecimento é útil?

2 comentários:

  1. Não é bem uma violação, mas pode usar para indicar "superação": a expressão "a fila andou" é, por vezes, tão cruel.

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