Saudades! Sim.. talvez.. e por que não?...
Se o sonho foi tão alto e forte
Que pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!
Esquecer! Para quê?... Ah, como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão.
Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar
Mais decididamente me lembrar de ti!
E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais saudade andasse presa a mim!
ESPANCA, Florbela. Sóror Saudade. In: Poesia de Florbela Espanca. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p.190.
Florbela Espanca, o primeiro poema que eu cometi foi em homenagem à sua memória. Algum dia, se tiver a ousadia suficiente, vou publicá-lo.
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