Outubro, mês em que os brasileiros descendentes de imigrantes alemães (re)afirmam as suas identidades e memórias coletivas. É um importante momento de celebração, regado a cerveja e com tira-gosto de marreco recheado.
Para conhecer um pouco da festa: http://www.mundieditora.com.br/digital/halloblumenau/
Nunca fui a uma Oktoberfest, mas deve ser muitíssimo interessante. A oferta de comidas "típicas", de roupas "típicas" e pessoas "típicas", ajuda a manter a identidade coletiva e a memória, ainda que de forma sazonal.
Mas, tudo é uma questão de leitura e interpretação, não é verdade? Até então, tudo o que eu sabia sobre a fest partiu das narrativas de amigos, que saíram da nossa ensolarada e carnavalesca região para celebrar a memória germânica. Eu, sempre muito curiosa, perguntava:
- E aí, como é a festa? Como as pessoas comemoram, que tipo de representação coletiva perpetuam através da performance?
- É muita pegação! Uhuuuu! Cerveja pacarai, mulher (gatos, depende de quem conta) bonita, comida boa (com e sem duplo sentido).
- Tá, já sei. Mas eu quero mesmo saber é dos veículos da memória coletiva, como e o que as pessoas comemoram?
- Carnaval, Fabiana. É um carnaval. Uhuu! muita pegação.
Chega. Será possível que a nossa lente cultural impõe esse tipo de interpretação? Será que só porque tem muita bebida, muita música, muita gente, e consequentemente muita pegação, é um carnaval?
Pensando bem...é sim.
Minha visão foi um pouco modificada depois de namorar e casar com um catarinense germano-descendente. Eu sempre pergunto, e ele pacientemente explica em detalhes, como acontece a Oktoberfest na cidade natal e vizinhança, que possui uma escala muito menor do que em Blumenau, mas é bem representativa e conta com o envolvimento das pessoas.
(abrindo parênteses, pessoas envolvidas que caminham atrás de um caminhãozinho que distribui chopp).
É realmente emocionante ver as pessoas positivamente celebrando a sua identidade, isso mantém a auto-estima alta e permite que nós, os outros, também possamos aprender costumes e compartilhar tradições. E isso tudo sem sair do Brasil, não é máximo?
(abrindo parênteses, achei muito engraçado quando a minha sogra me convidou para comer um rollmops, e a avó do meu marido me olhou e disse "schnell". Tão bonitinho... Ah, lá as pessoas xingam em alemão também).
Imagino que a Oktoberfest dos países europeus de cultura germânica deve ser diferente da festa que acontece aqui, o que é ótimo pois há diversidade.
Meu marido acaba de me corrigir: "não é cerveja, é chopp".
ResponderExcluirEle também disse que eu esqueci de falar sobre a "centopéia do chopp". Esqueci, nada, nunca tinha ouvido falar disso.
Para quem quiser conhecer uma centopéia do chopp: http://www.youtube.com/watch?v=Nt2Dv_mrGQk
Parai, deixa ver se eu entendi. Quer dizer que Oktoberfest + pegação = carnaval ?
ResponderExcluirSe sim, tenho que concordar. Pois correr atràs de copão de chopp o dia inteiro é exatamente o que fazem os alemães nessa festa... sendo que eles não pegam ninguém!
Oktoberfest à brasileira é isso! E tome sincretismo!
Pegam, sim,rapaz... Só não sabem muito bem o que foi, depois da décima caneca de chopp.
ResponderExcluirDenise, taí uma coisa que falta no nosso curriculum vitae...Se lascar no chopp das festas de outubro em Santa Catarina.
ResponderExcluirBora?
Bora. Mas a festa original tà mais perto de mim... e tu sabes, depois da décima caneca, encontrar o caminho de casa é fogo! (uau, quanto trocadalho!)
ResponderExcluirTu vens quando?
ResponderExcluirOktoberfest: Alemão para turista ver
ResponderExcluirEm outubro, estamos recebendo a visita da minha sogra germânica em casa e, evidentemente, tive que perguntar diariamente sobre as tradições da cidade dela e do período.
ResponderExcluirConfesso que fiquei muito assustada quando percebi que essas festas alemãs misturam bebida alcoólica e a prática esportiva do tiro. Tem sempre um tiro ao prato, ao alvo, ao pássaro entremeados com chopp e cerveja. É isso mesmo?
Para a minha sogra germânica as palavras e expressões têm um sentido muito próprio. Por exemplo, se algo é feito da maneira tradicional e correta, ela diz que é "coisa de alemão".
ResponderExcluirSe é bem feita "é coisa de alemão" ou "parece coisa de alemão".
E se for boa, mas desconhecida, "bem que podia ser coisa de alemão".
Uaiktoberfest, a Oktoberfest de Minas Gerais. hehehe, achei engraçado.
ResponderExcluir