O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sexta-feira, 5 de agosto de 2011

CAMPANHA PELA REVITALIZAÇÃO DO USO DE NOMES PRÓPRIOS TRADICIONAIS

Meus amigos, vivemos tempos difíceis no Brasil.

Um tempo em que o ato simbólico, ritualístico, político e filosófico de nomear pessoas chegou ao cúmulo da desmoralização.

No ato primeiro de covardia contra a prole, pobres bebês deitados em seus bercinhos, que sequer podem reclamar ou correr, e ninguém considera o seu choro desesperado, em algum lugar do Brasil, um pai ou mãe aponta o dedo e diz: "seu nome será Maiconjequi".

Esta não é uma campanha contra a adoção de nomes estrangeiros. É contra a corruptela e desnaturação de nomes estrangeiros: Maiconjequi (Michael Jackson) e Uésli Esnaipe (Wesley Snipes) não são homenagens aos artistas, é só errado, muito errado.

Por que, meu Deus, os nomes agora abusam de letras duplas e exóticas? É aí que um simples "Camila" vira Kammyllah, e o belo "Vitória" torna-se uma derrota - Vittorya.

E, em um mau hábito que está sendo mais disseminado que bicho de pé coçado, agora os pais inventaram de construir o nome dos filhos com partes do seu próprio nome. Não é suficiente partilhar os gens da pessoa, contribuir com cromossomos? Chega, o seu nome já será perpetuado, não precisa criar um Marcivaldo (Márcia + Evaldo) para isso.

O ato de nomear pessoas também passa por modismos, e através deles podemos identificar predominâncias, épocas, eventos importantes para a memória coletiva, sem contar que os nomes em si são reminiscências de outras épocas.

Então, vamos resgatar nomes antigos que foram esquecidos, e que possuem belos significados: Hermengarda, Austregésilo, Balbina, Eufrásia, Eulina (o nome da minha bisavó, cf. http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/07/minha-bisavo-eulina.html) , e tantos outros que merecem ser lembrados.

Esta é uma campanha pela revitalização do uso de nomes tradicionais.

5 comentários:

  1. Percebo que esse problema com nomes próprios ultrapassa fronteiras. A Nova Zelândia proibiu o uso de nomes que possam levar à pessoa ao ridículo.

    Os exemplos são dramáticos e quase inconcebíveis. Está proibido chamar o bebê de "Number 16 Bus Shelter" ou "Talula Does the Hula From Hawaii". Cf. http://www.theglobeandmail.com/life/the-hot-button/new-zealand-bans-odd-baby-names-no-more-lucifers-dukes-or-kings/article2102204/

    Nessa mesma notícia, afirma-se que alguém tentou registrar um bebê como "Brfxxccxxmnpcccclllmmnprxvclmnckssqlbb11116", que teoricamente seria pronunciado como Albin.

    Tempos difíceis, realmente.

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  2. Sei que essa campanha é pela revitalização de nomes próprios, ou seja prenomes, mas não podia deixar de comentar a seguinte notícia: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2013/09/16/americana-vence-batalha-legal-por-sobrenome-de-36-letras-em-documento.htm

    A luta da senhora Janice Keihanaikukauakahihuliheekahaunaele é pelo resgate de um sobrenome que indica as suas origens polinésias. É isso aí, tem que lutar pela manutenção do sobrenome, pela memória que ele porta, e exigir que os documentos oficiais de identificação sejam de um tamanho adequado para acomodá-lo.

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  3. Hoje li essa reportagem (http://www.ultimahora.com/paraguay-una-nacion-bilinge-que-rechaza-los-nombres-guarani-n864863.html), que relata a dificuldade que os pais paraguaios têm para registrar as suas crianças com nomes tradicionais em Guarani. No caso específico da reportagem, relata-se a recusa pela funcionaria pública responsável que, em um ato de violência simbólica, disse que não registraria o nome porque a criança sentir-se-ia ofendida e humilhada por portá-lo. O nome? Lautaro Ñamandu, o primeiro em homenagem a um guerreiro homônimo, e o segundo faz referência mitológica à origem do Universo. Além de tudo isso, achei o som do nome muito bonito. Pelo menos o governo reconhece o problema e tentará educar a todos os Cartórios sobre os nomes indígenas mais comuns para evitar problemas como esse.

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  4. Um homem chamado Beezow Doo-Doo Zopittybop-bop-bop-a foi preso nos Estados Unidos: http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2016/02/homem-com-nome-que-lembra-solo-de-bateria-e-preso-pela-3-vez-nos-eua.html.

    Segundo a reportagem, ele conseguiu trocar o nome "Jeffrey Drew Wilschke" por esse novo nome.

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  5. A novíssima geração da minha família é composta pelos seguintes personagens: José, Maria, Mateus, Ulisses, Lourenço, Francisco, Magnólia e Benjamin.

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