Conheci a estória de Saartjie Baartman, uma jovem mulher africana que virou atração de circo na Europa,século XIX, e passou a ser chamada de "Venus Hotentote", em referência à etnia a que pertencia.
A estória dessa jovem mulher merece ser lembrada, pela tragédia individual e coletiva que veicula, e por isso a escolhi para iniciar a série de lembranças sobre pessoas no blog.
Essa jovem mulher africana foi levada à Europa como uma curiosidade, para ser exibida em circos, feiras e exposições, pelas suas dimensões corporais avantajadas:
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Saartjie_Baartman
Mediante um pagamento, as pessoas poderiam tocar as suas partes íntimas e se divertir contemplando o "estranho" e o "bizarro" de suas formas. E ela foi gradualmente sendo prostituída até que faleceu, segundo informações, no ano de 1815, no auge dos seus vinte e poucos anos.
A história dela já seria memorável pelo que viveu, mas torna-se realmente indigna pelo tratamento dado aos seus restos mortais. O seu cadáver ficou exposto durante décadas em um museu francês, e após a sua corrupção, foram retiradas as partes mais "interessantes", como a vagina e o cérebro.
Os restos mortais e as representações que dele foram feitas (moldes) dessa cidadã africana viraram um motivo de querela entre a África do Sul e a França. A pretensão era que o corpo fosse repatriado para receber as honras funerárias devidas,e o pedido foi feito pelo então presidente Nelson Mandela.
A manutenção do cadáver de Saartjie Baartman em exibição representava a humilhação não apenas do povo africano, mas de toda mulher e de cada homem íntegro. Após vários anos e burocracia, finalmente Saartjie Baartman voltou para casa e foi enterrada em 2002.
Para reestabelecer a dignidade da sua memória não bastou enterrá-la, espero, conforme a sua cultura. A instituição "Saartjie Baartman Centre for Women and Children", cujo sítio é http://www.saartjiebaartmancentre.org.za/index.php?option=com_content&task=view&id=2&Itemid=39 , ajuda a promover a reabilitação da sua memória transformando-a em símbolo na luta contra os abusos.
Em 2010 foi lançado um filme sobre Saartjie Baartman, intitulado "Vênus Negra", tradução do original francês "Venus Noire".
ResponderExcluirTentei assisti-lo na quarta-feira passada, mas os ingressos já haviam esgotado...Que pena!
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160110_mulher_circo_africa_lab
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