Descanso eterno?
Essa idéia não condiz mais com o moderno conceito de cemitérios brasileiros. Os cemitérios da nossa época são dinâmicos, mutáveis e instáveis, e deixaram de ter aquela conotação de eternidade que os acompanhou através de adjetivos como "perpétuo", "jazer", "lugar de repouso final".
Não. Alguns cemitérios brasileiros não são mais o dormitório da eternidade, o lugar de descanso final e jazimento. São apenas locais de depósito temporário, alguns inclusive por prazos exíguos, e cuja mentalidade atual admite até mesmo o seu deslocamento ou realocação.
Não posso concordar com essa idéia. Cemitérios são lugares de memória (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/08/cemiterio-lugar-de-memoria.html), e a permanência de sua localização é um importante marco na cidade e para as pessoas que guardam a memória dos mortos.
A pressa da pós modernidade está transformando o repouso final em soneca? Será possível que o crescimento das cidades não têm limites e até os mortos e sua memória têm que ser expulsos?
Antigos cemitérios estão sendo deslocados para dar lugar a condomínios, residências. A terra dos cemitérios, com despojos, já foi até utilizada como insumo da construção civil (http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/noticia/2011/09/mpf-investiga-cidade-de-ms-suspeita-de-usar-terra-de-cemiterio-em-obra.html). Parece até roteiro de filme de terror.
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