Os marcos temporais são muito utilizados: vez por outra tem alguém comemorando o centenário de um time de futebol, casais comemorando "Bodas" (de prata, ouro, etc), que na verdade indicam a resistência do objeto comemorado ao tempo.
Como eu adoro a palavra "sesquicentenário" resolvi comemorar o meu centésimo quinquagésimo post. E por que eu gosto dessa palavra? Porque é engraçada, substitui com vantagem duas outras (centésimo e quinquagésimo, essa última nem devia existir), e principalmente é uma palavra que já nasceu com gosto de antiguidade.
Acho que, no geral, ser sesquicentenário já induz o respeito, provocado pela legitimação que o passar do tempo traz. Não é pouca coisa ser sesquicentenário.
Entre esses 150 posts alguns se destacam na preferência dos leitores. Eis aqui o Top 5:
1) Em primeiro lugar: http://direitoamemoria.blogspot.com/2010/06/o-direito-veracidade-e-integridade-do.html. Esse é um marco pessoal pois foi a primeira vez que publiquei um texto no blog. Como eu não sabia o que era um blog (e até hoje discuto com Dra. Denise sobre isso), o meu primeiro post foi uma "Introdução", porque acho que um blog limpinho e honesto tem que começar com uma, não é? Então esse é o segundo post.
Esse talvez seja o meu post mais emocional, pois não consigo esquecer a situação das avós e netos argentinos, famílias interrompidas pela ditadura militar.
2) Em segundo lugar: http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/02/egito-11-de-fevereiro-de-2011-revolucao.html. Nós acompanhamos nesse post o desenrolar da agora chamada "Primavera Árabe", e esses períodos de transição entre regimes ditatoriais e a democracia incipiente são especialmente interessantes para mim, do ponto de vista humanitário porque acredito que a democracia seja um valor humano, mas também do ponto de vista acadêmico porque permite uma análise em tempo quase real dos processos de construção política de regimes democráticos.
3) Em terceiro lugar, a receita para esquecer um grande amor: http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/01/receita-para-esquecer-um-grande-amor.html. Impressionante como todo dia alguém acessa o nosso blog procurando uma receita para esquecer um grande amor. Mundo vasto, mundo... Cheio de gente apaixonada e sofrendo, que peninha...
Não se preocupem, demora mas passa. Jorge Luís Borges, o eminente escritor argentino, em algum texto ou poema que eu não fichei, mas lembro bem, disse que o prazo para essa dor passar são trezentos dias.
Esse senhor era um sábio: trezentos dias é o prazo que funcionou para mim.
4) Em quarto lugar, uma reflexão sobre tatuagem e memória, especialmente enquanto marcos identitários: http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/01/tatuagem-e-memoria.html.
Esse post teve um desdobramento no "Tatuagem e Memória 2" porque fiquei muito impressionada com as tatuagens erradas. Caramba! Existe algo de muito humano em tornar um erro indelével, não acham?
5) Em quinto lugar entre os mais lidos, está o post sobre a Deusa Memória (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/01/deusa-memoria.html). Esse post iniciou como uma reflexão sobre o caráter divino da memória, representado pela deusa grega Mnemosyne, e continuou com a busca por entidades que a presidem em outras culturas, como Nanã (nos cultos afro-brasileiros), Hermes, Tezcatlipoca, entre outros.
Vou dizer que Mnemosyne é a madroeira da memória, porque não entendo como uma entidade feminina pode ser padroeira.
Então, comemoremos o marco de 150 posts!
Mundo dos Gifs - Um mundo com mais vida!!!">
O poema de Jorge Luis Borges que eu citei acima:
ResponderExcluir"Despedida
Entre mi amor y yo han de levantarse
trescientas noches como trescientas paredes
y el mar será una magia entre nosotros.
No habrán sino recuerdos.
Oh tardes merecidas por la pena,
noches esperanzadas de mirarte,
campos de mi camino, firmamento
que estoy viendo y perdiendo…
Definitiva como un mármol
entristecerá tu ausencia otras tardes".
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Bem, não lembrava das palavras exatas mas lembrei das idéias: trezentas noites erguerão um muro entre os ex-amantes, definitivos como o mármore da ausência.
Trezentos dias e noites são um tempo suficiente para lentamente transformar a dor do fim do relacionamento em outra coisa. É o caminho da superação, não do esquecimento.
@Fabiana, esse negocio de prefixo numérico das palavras pode dar problema.
ResponderExcluirOutro dia, em uma reunião do conselho cientifico, com representantes do Ministério da Educação, os professores reclamavam da nova lei que transformou o contrato quadrienal em quinquenal. Reclamavam da dificuldade de fazer previsão orçamentaria por um tempo tão longo.
Dai uma certa professora de direito toma a palavra, liga o microfone, e diz: "Contrato quadrienal, quinquenal e mais o quê que o governo ainda vai nos obrigar a fazer? Contrato sexanal?"
Eu juro, foi assim mesmo, sem-tirar-nem-pôr (com o perdão do trocadalho facil). E o pior é que ela não se deu conta da m. que falou. Eu, claro, morri de rir.
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P.S. Parabéns pelo sesquicentenario.
hehehehehehe!
ResponderExcluirEssa vai entrar para os anais. hehehehehe
Comemoramos agora, outros tantos: 150 mil visualizações do blog, de todos os lugares do planeta.
ResponderExcluirE para comemorar, outro poema que trata de números, agora de Carlos Pena Filho:
ResponderExcluir"Nas mesas do Bar Savoy,
o refrão tem sido assim:
São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados."