O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









domingo, 28 de outubro de 2012

Penico

Penico é um utensílio doméstico em extinção, e também é conhecido como urinol. Distingue-se de outros objetos com a mesma finalidade, por exemplo as aparadeiras e comadres, devido à sua forma característica e pelo fato de exigir do usuário uma certa flexibilidade.

As aparadeiras são utilizadas em hospitais e residências para permitir aos doentes fazer suas necessidades fisiológicas enquanto deitados.  Já os penicos, que eram (são) guardados embaixo da cama, exigem que a pessoa se levante, coloque os seus pés no chão frio, o que certamente aumenta a vontade de urinar, abaixe-se e dobre-se para apanhá-lo embaixo da cama, o que certamente precipita qualquer vontade que se guardaria para o penico.  Além disso, exige uma certa flexibilidade corporal já que a pessoa tem que se abaixar e sentar, mirando em um objeto relativamente pequeno.

Talvez por tudo isso, somado a um certo desprezo, o uso dos penicos está decrescendo, e hoje está praticamente restrito aos bebês. Penico não é "troninho" e não é aparadeira, mais respeito.

Recentemente tentei  comprar um penico para adultos, e não encontrei nenhum.  Gostaria de encontrar um daqueles feitos da ágata, de preferência novo, porque se for usado vou ficar pensando o tempo todo nas experiências passadas do objeto, e não vou gostar nada.

Antigamente, quando os banheiros ficavam fora das casas, os penicos facilitaram muito a vida das pessoas.  Acho importante prestar uma homenagem a esse objeto, continuando a usá-lo. Não concordo que as bacias do aparelho (também conhecidas no Brasil como "privadas" ou "patentes") substituíram os penicos, e acredito que há espaço para todos, inclusive para as latrinas.



sábado, 20 de outubro de 2012

Esquecendo um grande amor passo a passo (2)

Não existe uma receita para esquecer, mas procedimentos que podem ser utilizados para superar um amor mal-sucedido (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/01/receita-para-esquecer-um-grande-amor.html).

O primeiro passo, sem dúvida, é terminar a relação amorosa, como analisamos no post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/02/esquecendo-um-grande-amor-passo-passo-1.html.  O término pode ser discreto ou com estrépito, mas deve ser definitivo.

Nada impede de, terminada a relação amorosa, os indivíduos continuarem outras espécies de relação social benéfica. Esse tipo de relacionamento positivo e duradouro, em que o amor se transforma em amizade, é uma construção que exige esforço e compreensão, e raramente dá certo.

Vamos pensar na regra, e não na exceção.  A regra é que alguém vai se sentir abandonado e rejeitado com o término da relação, e por isso precisa superar o grande amor.

O segundo passo é o desapego. E desapegar-se é um complexo de atos simultâneos e sucessivos que vão desde excluir objetos (memorabilia) do indivíduo, passando por diversão de foco (pensar em outras coisas), até a associação do indivíduo com coisas desagradáveis.

Embora eu pessoalmente não goste dessa última técnica (porque às vezes a associação reforça a memória em outros aspectos), reconheço que funciona para desgostar. É mais efetivo, entretanto, identificar o motivo que levou ao fim do relacionamento pois, afinal de contas, se acabou é porque não  estava bom.

Às vezes não existe um motivo.  Então o motivo será o conjunto da porcaria de relação que vocês tiveram juntos.

Quando é que alguém sabe que o processo de desapego terminou?  Quando a lembrança não produz mais sintomas.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Memória coletiva e autoritarismo (3): o legado do medo

Os períodos ditatoriais têm efeitos que se prolongam no tempo, mesmo após a queda dos regimes, razão pela qual a transição para os períodos democráticos varia quanto às formas e ao tempo de concretização.

Já discutimos em dois outros posts (cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/05/memoria-coletiva-e-autoritarismo.html, http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/06/memoria-coletiva-e-autoritarismo-2.html) alguns aspectos danosos dessa reminiscência ditatorial que permeia a nossa memória coletiva, especialmente na cultura de desrespeito aos direitos fundamentais.

Essa mentalidade autoritária é transmitida entre nós, e às vezes pode até passar despercebida. Mas olhando em nossa volta, é possível identificá-la em práticas sociais, músicas, discursos.  Talvez o efeito mais palpável dessa persistência seja o medo.

Os brasileiros em geral temem.

Não digo que seja um medo abstrato ou desarrazoado, já que efetivamente vivemos uma realidade de violência cotidiana.  E ele se manifesta de forma concreta: nas grades em portas e janelas, inúmeros seguros, alarmes, câmeras (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/02/resgatando-instituicoes-antigas-fosso.html).

A falta de segurança é uma grande indústria, muito rentável, mas não vamos tratar disso agora.  Evidentemente que esse ambiente de desrespeito aos direitos fundamentais e falta de segurança geram o medo constante, escultor de uma sociedade de feições deformadas.

As pessoas têm medo de exercer os seus direitos, que só posso considerar como efeito da reminiscência autoritária .  Vou ilustrar com exemplos do cotidiano:

a) Quando vão expressar a sua opinião, algumas pessoas utilizam a frase "eu não tenho medo, eu falo mesmo".  Você já ouviu isso?  É uma forma de preparação para uma eventual discordância que virá, superando um contexto que parece ensinar o contrário.

b) Mesmo quando o ambiente é propicio ao debate e à eventual discordância, as pessoas temem dar a sua opinião, especialmente se ela for discordante da autoridade presente.

c) Reclamações de direitos não são bem recebidas por membros do grupo.  Quantas vezes já presenciei cidadãos indignados porque foram mal-atendidos em bancos, supermercados, serem olhados de esguelha e julgados mal por outros cidadãos que também sofreram e sofrerão o mesmo tipo de situação.

Essa pressão contrária às reivindicações é quase física.

Quantas vezes eu já ouvi a frase:  "fui demitido, mas se eu entrar com uma ação trabalhista eu fou ficar sujo". Sujo fica quem não cumpre as obrigações trabalhistas.

É claro que faz parte dos períodos de transição um certo estranhamento com o exercício de direitos, o que leva alguns cidadãos a extrapolarem em certas situações.  O abuso do direito e o exercício arbitrário das próprias razões fazem parte de uma mesma ignorância, que só será superada com uma educação jurídica da população.

domingo, 14 de outubro de 2012

Bolo de noiva

Tradição das mais gostosas, sempre o considerei um ótimo motivo para ir às cerimônias de casamento.

Na minha região, o bolo de noiva tradicional é feito com frutas secas (principalmente ameixa, oba!), uma bebida alcoólica para conservá-lo (rum ou vinho tinto), e cobertura de açúcar branquinho.

Todo bolo de noiva bem feito tem o mesmo gosto, que é gosto que me faz lembrar da infância, e pelo qual me apaixonei.

Sempre que sou convidada às cerimônias de casamento tradicional, localizo primeiramente onde o bolo está, e fico por ali orbitando.  Depois, vejo alguém confiável para perguntar de que é feito, quem fez, e quando fez.

Percebo que a tradição está sendo gradualmente modificada, pois agora as noivas estão fazendo até bolos de chocolate, ou mesmo de cupcakes empilhados.  Essa é uma das poucas situações em que posso afirmar que o chocolate não é bem vindo.

A tradição também está sendo modificada porque qualquer padaria hoje vende bolos de noiva em fatia.  Há alguns anos isso era impensável, e a gente tinha que esperar um casamento acontecer para comer o bolo.  Hoje em dia basta ir na padaria da esquina e comprar uma fatia sem nenhum significado, mas igualmente gostosa.

Acho que concordo com essa banalização do bolo de noiva, mas discordo totalmente quanto à mudança de sabores porque bolo de noiva respeitável tem que ser de ameixa e rum (ou outro conservante).  Eu até entendo que não sejam mais colocadas frutas cristalizadas, que eu detesto, mas elas também são uma incômoda parte da tradição.

Enfim, as pessoas guardam pedaços congelados do bolo de noiva para serem comidos após doze meses. Essa é uma comemoração muito peculiar, pois não lembro de nenhuma outra comida guardada por tanto tempo no Brasil.

sábado, 13 de outubro de 2012

Afeganistão: governo reescreve a História do país


Identificamos seis elementos que podem ser utilizados em uma política do esquecimento (DANTAS, 2010):

- a produção da memória oficial sem os fatos inadequados

- a concessão de anistias

- a fabricação de um consenso, geralmente sob a forma de discurso de "superação das ideologias"

- o silêncio sobre fatos conflituosos

- a busca da reconciliação nacional

- Comemorações da datas cívicas, escolhidas especificamente para veicular certos valores, em detrimento de outros

Nessa semana tivemos o inolvidável exemplo do item "produção da memória oficial sem os fatos inadequados", quando o governo do Afeganistão resolveu reescrever o passado, excluindo dos livros didáticos referências dos conflitos dos últimos 40 anos, ou apresentando uma mera cronologia, sem apresentar o contexto econômico, social, político e religioso que levaram ao atual estado de coisas (cf. http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/08/120818_afeganistao_livros_ac.shtml).

Não tenho dúvidas de que em breve, qualquer que seja a ordem de aparição dos elementos acima, o governo irá implementar a sua política de esquecimento.

A mesma coisa aconteceu no Brasil, e esses elementos são facilmente reconhecíveis.  Atualmente, vivemos o momento de neutralizar alguns deles.  Por exemplo, o elemento "silêncio sobre os fatos conflituosos" vem sendo desvelado pelos vários sobreviventes de tortura que vão ao público contar sua história.

REFERÊNCIA

DANTAS, Fabiana Santos. Direito fundamental à memória. Curitiba: Juruá, 2010.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

12 de Outubro de 2013

Feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil: http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/10/12-de-outubro-feriado-de-nossa-senhora.html

O que isso significa?

1) Que apesar da Lei 6802/80 instituir um "culto público e oficial", na verdade não existe um culto público e oficial enquanto ritual. 

2) O dia dedicado à Nossa Senhora Aparecida é apenas um feriado, salvo para os devotos.

3) Para o resto dos cidadãos que não são devotos, o que significa?

Mais um ano, mais um feriado, e mais perguntas sobre a sua significância social.

Hoje também é comemorado extensiva e efusivamente o "Dia das Crianças", ocasião em que os petizes recebem dádivas, a despeito de não ser seu aniversário ou Natal.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Eleições 2012: Prefeito e Vereadores

Ontem, domingo dia 07 de outubro de 2012, foi o dia dos cidadãos brasileiros exercerem o seu dever cívico de votar.

Lembro que votar, no final dos anos 80, era considerado uma grande conquista dos cidadãos, depois de décadas de ditadura.  Sim, havia, eleições na época da ditadura mas não havia a liberdade de expressão necessária para a criação de um ambiente político saudável.

Lembro que, quando era criança e adolescente, ainda nem tinha idade para ser cadastrada eleitoralmente, meu pai nos levava para comícios, para aprendermos a participar do processo eleitoral.  Eram comícios de efeito, mas ainda não havia o formato de show dos atuais.  Nós sentávamos ali para ver um político (não necessariamente candidato) falar sobre a construção de um mundo melhor: meu pai sempre acreditou nos discursos desse tipo, acho que é uma característica de sua geração, mas a minha já pegou um mundo desmaravilhado.

Então, existe uma grande diferença entre aqueles que consideram as eleições a ""festa da democracia", e eu, que não concebo uma festa onde a gente é obrigado a ir, e não servem bebidas.

A geração dos meus pais lutou pela volta da democracia.  Mas a vitória veio imbuída do espírito autoritário que ronda a nossa memória coletiva (cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/05/memoria-coletiva-e-autoritarismo.html  e http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/06/memoria-coletiva-e-autoritarismo-2.html)  e molda  a nossa mentalidade.  Quando pensaram em restabelecer o amplo direito de participação política, transformaram esse direito em um dever.

E as pessoas têm que se justificar quando não podem exercer o seu direito.  Isso não é muito esquisito? 

Já passou da hora de mudar a norma que estabelece a obrigatoriedade do voto.  Uma solução, honrando a tradição autoritária, poderia ser manter a obrigatoriedade do cadastramento eleitoral, mas sem a necessidade do comparecimento à votação ou justificativa.

Ou então deslocar a obrigatoriedade do voto para a obrigatoriedade de fiscalizar a gestão do candidato eleito.  Aqui falta um efetivo controle popular das decisões administrativas e políticas.

Para finalizar, duas observações:

1) A primeira é que o modo de realizar eleições é um orgulho nacional.  Afirmam, e acredito, que o processo eleitoral brasileiro é um dos mais eficientes e honestos.

2) Infelizmente, procedimento é forma, e como tal não garante um conteúdo adequado.É difícil escolher entre tantos candidatos que dizem exatamente a mesma coisa, independemente da legenda partidária (sobre isso, recomendo assistir a esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=PfO3tAtHYsA).

Todos parecem saber exatamente quais são os problemas do Brasil e quais são as medidas necessárias para superá-los.  Infelizmente, os mesmos problemas continuam eleição após eleição, o que nos leva a concluir que o verdadeiro problema do Brasil é de planejamento, execução e avalição das políticas, qualquer que seja o partido eleito.

sábado, 6 de outubro de 2012

Direito à memória dos mortos: o caso de Virgulino Ferreira - o Lampião

Virgulino Ferreira, conhecido como Lampião, foi um personagem muito interessante  do início do século XX, no Brasil.

É lembrado como bandido ou como herói, e dependendo da versão que prevalece, ganhará ou não homenagens e estátuas.

No Estado da Federação Brasileira em que eu moro, ele sempre foi considerado um criminoso, que possuía boas relações políticas e econômicas com os oligarcas de então, razão da sua improvável carreira. E também ganhou muitas homenagens.

Eu sempre fiquei vivamente impressionada com a estética do bando de Lampião.  Eles usavam umas roupas, acessórios, jóias (e dizem perfumes franceses) que pareciam destoar totalmente do árido ambiente sertanejo onde viviam e morreram.

Mas uma coisa sempre me indignou em relação aos cangaceiros: a maneira como suas cabeças foram expostas à curiosidade e execração pública por anos a fio.  Foram caçados na caatinga, mortos, e foi dado um tratamento extremamente desrespeitoso aos seus restos mortais.  Para ver a fotografia das cabeças expostas: http://acarifotosefatos.blogspot.com.br/2011/06/cangaco-as-cabecas-mais-valiosas-do.html

Considero o tratamento aos restos mortais dos cangaceiros uma violação ao direito à dignidade dos  mortos. Mas nessa semana, não bastasse toda a polêmica que Lampião provoca há quase oitenta anos, revelando-se o Cangaço uma fonte quase inesgotável de estudos e especulações, descobrimos que talvez Virgulino Ferreira tivesse uma orientação sexual homoafetiva, entre outras "revelações".

Tal afirmação levou os familiares do cangaceiro a processar o autor do livro: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,neta-de-lampiao-processa-autor-de-livro-sobre-o-avo,940260,0.htm.

Vamos analisar do ponto de vista do direito à memória dos mortos (cf. outros posts no marcador respectivo, que aparece  no final deste post): o fato de alguém possuir orientação homoafetiva ou não pode ser relevante para alguns aspectos da biografia, mas não deve, em si, ser considerada ofensiva.  No caso, só haveria violação à memória dos mortos se a informação for falsa, porque haveria inobservância do direito à veracidade do passado.

O raciocínio vale também para as inúmeras personagens históricas (cf. http://www.terra.com.br/istoegente/43/reportagens/rep_gays.htm) que, vez por outra, têm a sua biografia reescrita no item opção/orientação sexual, o que frequentemente também se revela irrelevante.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Memórias de uma Guerra Suja - Livro de Marcelo Netto e Rogério Medeiros

Passei esta semana lendo o livro "Memórias de uma Guerra Suja", de Marcelo Netto e Rogério Medeiros, que publicaram e analisaram o relato do Sr. Cláudio Guerra, ex-delegado do DOPS do Espírito Santo, que segundo conta foi um ativo personagem no aparelho repressivo do Estado Brasileiro no período da ditadura militar de 1961-1988 (cf. post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/09/memoria-brasileira-ditadura-de-1961-1988.html)

Há muitos anos tenho o hábito de fichar tudo o que eu leio, e ultimamente estou estudando formas de sintetizar ao máximo (com  completude) minhas leituras.  Nessa minha fase minimalista, pude entender o seguinte do sinistro relato:

1) Havia um grupo de parceiros, denominado "Comunidade da Informação", composto por pessoas civis, servidores públicos civis e militares, que utilizavam a informação para combater a subversão.  Essa comunidade era a base do aparelho repressivo do Estado.

2) A parceria acontecia por motivos diversos: ideológicos (combater o mal comunista), financeiros (aproveitar as benesses da instransparência ditatorial); distúrbios psicológicos (gostar de machucar outras pessoas), e pelo desejo de obter e manter-se no poder, com todos os privilégios diretos e indiretos que a posição traz.  Havia também aqueles que orbitavam apenas para "frequentar", mas que não eram membros efetivos.

3) O Sr. Cláudio Guerra afirma ter sido o executor de pessoas e ações, por motivos ideológicos e hierárquicos.

4) Sozinho ou acompanhado foi responsável direto pela morte das seguintes pessoas:  Nestor Veras, Ronaldo Mouth Queiroz,  Emanuel Bezerra dos Santos, Manoel Lisboa, Manoel Aleixo, Ismael Veríssimo, Tenente Odilon.

5) Sozinho ou acompanhado foi responsável pela ocultação dos cadáveres dos seguintes desaparecidos: Merival Araújo, João Batista Rita, Joaquim Pires Cerveira, Ana Rosa Kucinski Silva, Wilson Silva, David Capistrano, João Massena, Fernando Santa Cruz Oliveira, Eduardo Coleia Filho, José Roman, Luiz Ignácio Maranhão, Almir Custório, Ranúsia. 

6) A maioria dos restos mortais foi incinerada em uma usina.  Mas esclarece a existência de quatro cemitérios clandestinos.

7) Ainda esclarece que foi responsável pela explosão da Rádio Nacional em Angola (27/05/1977), e participou de diversos atentados para sabotar o processo de redemocratização, inclusive o atentado no Riocentro.

Apesar desse complexo relato exigir uma extensa corroboração antes de ser considerado fidedigno, recomendamos a leitura atenta desse livro a todos aqueles que acompanham os trabalhos da Comissão da Verdade e estudam a memória desse período.

Referência

MEDEIROS, Rogério & NETTO, Marcelo.  Memórias de uma guerra suja. Rio de Janeiro:  Topbooks, 2012.


terça-feira, 2 de outubro de 2012