O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









domingo, 23 de agosto de 2020

Diálogo surreal (15): a Caixa de Pandora

Há dois anos me meti em um diálogo surreal digno de lembrar com um Benjamin de dois anos de idade, sobre bebês e a coercitividade (https://direitoamemoria.blogspot.com/2018/07/dialogo-surreal-14-sobre-coercitividade.html).  Ontem, tivemos outro capítulo da estória maluca das nossas conversas.

- Tia Fabiana, me ajuda a procurar a caixa?

- Claro, onde foi que você a viu pela última vez?  

(uma pergunta totalmente lógica e coerente, da tia ocupada em servir o almoço mas empenhada em ajudar).

- Não sei.

- Certo, então me diz como ela é que eu já vou te ajudar.

- Ela é pequena, mas ou menos desse tamanho (abriu os bracinhos para mostrar que era bem grande), e a gente coloca todas as maldades do mundo nela.

- 😕.  Você já viu essa caixa?

- É de uma menina do desenho. É Pandora.

(Pausa para descobrir como encontrar artefatos mitológicos).

- Entendi. Mas para que você quer encontrar a caixa de Pandora?

- Eu quero abrir e colocar os meus brinquedos dentro.

- Mas essa caixa foi feita para guardar as maldades do mundo e impedir que elas saiam por aí fazendo maldades.  É para ficar fechada, Benjamin. Coloque os seus brinquedos naquela caixa ali perto da televisão.

- Não, eu quero a caixa de Pandora.

- Mas a caixa é dela, não é sua.  Você vai ter que perguntar para Pandora se ela empresta a caixa para você guardar os brinquedos.

- Você tem celular?

- Tenho.

- Então liga e pergunta para ela.

- Tá bom, mas não na hora do almoço porque não é educado incomodar as pessoas nesse horário. Depois do almoço a gente liga para Pandora e pergunta, está certo?

- Tá.

Então agora venha almoçar e depois você vai juntar todos esses brinquedos espalhados para guardar.

- Na caixa de Pandora?

- Não por enquanto você vai guardar na caixa de brinquedos que está perto da televisão.


E esse seria o ponto final da conversa se o meu interlocutor não fosse Benjamin, que não esquece e não desiste. Agora nós estamos procurando o telefone de Pandora para pedir a caixa dela emprestada, e isso vai durar muito.


domingo, 16 de agosto de 2020

Resgatando xingamentos antigos (especial 2): Shakespearean insults

Nesta série em que resgatamos xingamentos antigos reservamos um espaço especial para aqueles que se tornaram clássicos. Já falamos aqui da resposta dos cossacos ao sultão Mehmed IV (1675) no post http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/07/resgatando-xingamentos-antigos-especial.html.

Nada melhor para um bom xingamento do que ser consagrado em um clássico da Literatura. Grandes obras, grandes insultos.  Quanta elegância poder xingar como Shakespeare faria, não é?

Olha só alguns exemplos interessantes: https://www.telegraph.co.uk/news/2016/04/23/15-great-william-shakespeare-insults-which-are-better-than-swear/.

Xingamentos à altura da criatividade do autor, e que ainda nos ajudam a expandir a compreensão da injúria em Língua Inglesa.



sexta-feira, 7 de agosto de 2020

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Épico e memorável

Ser épico é mostrar valores como a grandiosidade e a dramaticidade que impressionam.  E é a impressão profunda e duradoura que torna algo memorável.

Eu não sei cozinhar, como já testemunhei em vários posts (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/08/receita-de-tilapia.htmlhttps://direitoamemoria.blogspot.com/2013/06/desafio-para-memoria-receita-de-vatapa.html), e não tinha interesse em aprender (http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/08/patrimonio-cultural-familiar.html).

Entretanto com as quarentenas fui forçada a cozinhar e, o pior, a comer as refeições que eu faço, mas sempre agradecida por ter comida à mesa.

Hoje foi diferente. Resolvi elevar o nível e cozinhei com a trilha sonora do Inverno de Vivaldi.

Gente, fez toda a diferença.  Parecia que eu sabia o que estava fazendo e que estava em um daqueles filmes que glamourizam a função de cozinheiro.

A música conseguiu transmitir a tensão na hora de colocar o sal e a glória quando, finalmente, vi que tinha acertado fazer o macarrão.

É sério, funciona.  Tudo que você faz fica épico e heróico com essa trilha sonora.