O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Feliz 2021

Desejo a todos um ano novo com felicidade e saúde renovadas, e que nos tornemos pessoas melhores.


Todos nós estamos juntos na mesma tempestade, mas em barcos muito diferentes. Para mim, 2020 ensinou a solidariedade dos pequenos e grandes gestos, e da importância da gratidão. Sem dúvida um ano que entrará para a memória.


A todos aqueles que lêem este blog deixo o meu agradecimento e votos de lembranças felizes.


2021 seja gentil.

sábado, 26 de dezembro de 2020

Férias 2020 (parte 3): fim de férias

Desde a infância as férias para mim significavam duas coisas: ler muitos livros de ficção e deixar minhas unhas crescerem.

Sim, porque como eu era obrigada a estudar piano (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/11/aula-de-piano.html) eu não podia ter as unhas grandes nem pintadas, e sempre tive apreço e fascínio por elas. Digitar é uma parte importante do meu trabalho diário e por costume e eficiência mantenho as minhas unhas bem curtas.

Por isso, a minha primeira providência ao entrar de férias é deixar minhas unhas crescerem livremente.  Esse ano, por causa da pandemia, tive que aprender a fazer a manicura, e orgulhosamente consegui até fazer a mão esquerda (!):

Comprovação de habilidades
Comprovação de habilidades manuais

Nessas férias li a biografia de André Matos, muitos poemas, ouvi muita música mesmo, e fiz diversas expedições aos cômodos da minha casa.  Terça-feira (23/12) recomecei as minhas atividades normais.

Passei muito tempo sonhando com o que eu faria nas próximas férias. Planejei viagens incríveis que talvez eu consiga realizar, e aprender muitas coisas novas.

Veremos.


quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Natal 2020

Neste ano não vamos ter celebração em família por razões sanitárias.

Nossa festa natalina sempre foi um momento de confraternização verdadeira, de felicidade e gratidão por estarmos mais um ano juntos.

Em 2020 ficamos juntos de uma forma diferente. Por causa do isolamento social passei meses sem visitar meus pais e irmãos, mas isso não nos deixou distantes.  Pelo contrário, buscamos estar sempre próximos e disponíveis uns para os outros, felizes simplesmente porque todos estão bem.

Natal é isso, e também muitas lembranças.  

Vou dedicar esse dia a lembrar dos natais felizes da minha vida, especialmente aqueles na casa da minha vovó Aline. Reencontrar na memória momentos junto aos meus entes sempre queridos.

Vou aproveitar também para aprofundar algumas das reflexões que fizemos no blog sobre presépios (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/11/presepio.html,  http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/11/presepio-2.html), a ceia natalina (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/12/ceia-de-natal.html), a trilha sonora bimbalhante (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/12/musicas-natalinas.html), o costume de dar presentes (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2013/12/dadivas-natalinas.html),  algumas dúvidas que ainda tenho (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/12/feliz-natal-e-algumas-questoes.html), e cartões natalinos (http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/12/cartoes-natalinos.html).

 


quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Produtos centenários (7)

Nossa preferência de sempre, como destacamos nos posts:


Álcool desde 1729

1877

Sim, eu demoro um pouco mais para fazer compras porque além de ser uma das raras oportunidades de sair de casa, é também uma janela para o mundo.  Gosto de ver produtos de vários lugares, pensar nas pessoas que os criaram, como usá-los, e quando tem uma data assim - 1729 - eu também penso o que estava acontecendo naquele momento histórico.

De vez em quando também compro produtos totalmente estranhos e bizarros aos meus olhos só para tentar descobrir como usá-los.  Alguns se mantêm um completo mistério e eu nunca acerto, principalmente temperos, porque eu estou nessa exótica fase de cozinhar.

Como já citei anteriormente, não considero se o produto é novo ou se foi descontinuado, nem mesmo se a empresa foi transformada ou vendida.  O que me importa é a narrativa de origem e a continuidade usada como elemento de marketing.


terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Um carnaval qualquer

Nesta semana o prefeito da minha cidade disse que não haverá carnaval em 2021.

Nunca um governante teve tamanha ousadia. Nunca uma barbaridade destas passaria incontestada, não fosse essa impensável situação da pandemia COVID-19.

O carnaval na minha cultura e no meu lugar no mundo é uma parte fundamental da nossa identidade. Quem não é do carnaval não pode entender. Nascer, ser adestrado para brincar, viver e lembrar os carnavais da vida é algo profundo para nós, aqui deste lado da Humanidade.

O carnaval, qualquer um, é uma necessidade.  Um ritual coletivo em que se pode expressar os sentimentos mais profundos e afirmar a própria liberdade individual.

Para nós, um  bom carnaval quebra a dormência da semente da felicidade. Por isso, mesmo que não possamos nos expressar coletivamente da maneira a que estamos acostumados, ainda encontraremos modos de fazê-lo.

Vai ser interessante pensar e fazer de um jeito diferente, com respeito à dor dos familiares e à memória dos vitimados.

2021 não será um carnaval qualquer.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Sete quarentenas - 21/12/2020

Hoje faz 280 dias de distanciamento social, sete quarentenas.

Em todo esse tempo só saí de casa para comprar mantimentos e remédios, consultas  e fui a um restaurante uma vez, e não irei de novo.

Comparando aos primeiros quarenta dias, onde a ansiedade tentava colocar prazos irrealizáveis para resolver a pandemia, acho que estou mais tranquila em relação à necessidade de permanecer em casa.

A situação na minha cidade piorou nos últimos dias, e por causa disso não vamos ter as comemorações presenciais de Natal em família. Não vamos nos ver, mas isso significa que o amor e o cuidado são maiores que a tradição.

Quando estava na quinta quarentena, o corpo de pandemia parecia diluir-se e as pessoas pareciam esquecer, tão felizes que estavam por voltar ao normal.

Bem, desde então parece que estamos vivendo  que se chama de "segunda onda", que na verdade ainda é a mesma, nossa percepção é que flutua e tenta fixar marcos.

Ainda que venha a vacina, e quando, a normalidade vai demorar a se instalar.


quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Viva o cuscuz!

O novo patrimônio imaterial da humanidade💓:https://en.unesco.org/news/unescos-inscription-couscous-traditions-example-international-cultural-cooperation

Um patrimônio imaterial compartilhado -e esse é o motivo da inscrição - pela Argélia, Tunísia, Marrocos e Mauritânia, com o belo nome de couscous.

O modo de fazer e consumir são os aspectos notáveis que levaram à inscrição. Confiram o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=8q3DFyrljSo&feature=emb_logo

Aqui na minha região também consumimos o cuscuz (e por isso escolhi grafar assim), e é uma parte muito importante da nossa gastronomia. Aqui o nosso cuscuz é de milho, e cozido no vapor.

Como acompanhamentos normalmente utilizamos galinha guisada, ou o famoso "bife do olhão" - bife do olho grande - que é uma forma jocosa de chamar o ovo frito.

Para os mais glamourosos, também chamamos o ovo frito de "globo de ouro" hehehe.

Então, cuscuz com bife do olho grande ou cuscuz com globo de ouro 😂. Será que os argelinos, marroquinos, mauritanos e tunisianos reconheceriam a nossa versão como couscous?

Certamente é uma herança da nossa colonização, e fiquei curiosa para saber por quais mãos essa tradição nos foi legada.

Estou tão feliz com essa inscrição que vou aprender a fazer couscous.




segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Férias 2020: parte 2

Neste ano peculiar de 2020, minhas férias foram divididas em duas partes, e este período é o segundo.  

Férias em isolamento . Optei por permanecer em casa porque acho que é o correto a se fazer nesse momento.

Obviamente em alguns momentos lamento por não poder viajar, já que é um dos meus esportes favoritos.  Gosto de sair e ver os mundos, as pessoas, monumentos e idiomas, mas dessa vez não foi possível.

Estou em casa, fazendo faxina e cozinhando, e sendo grata por isso.

Eu tinha planos incríveis para o ano de 2020, mas eles foram irremediavel e profundamente alterados por uma vontade maior e superior à minha.

Diferentemente dos anos anteriores, não fiz planos para 2021.  Tenho alguns projetos e perspectivas, mas aprendi com 2020 que é melhor focar no presente e lembrar o passado, pois o futuro realmente a Deus pertence. 

domingo, 13 de dezembro de 2020

Impressões da pandemia 2020: volume 2

Essa série  é um registro para a Fabiana do futuro lembrar dos detalhes da vida durante a pandemia.

No volume 1 refleti sobre como a pandemia me fez conhecer a minha cozinha, de forma literal e metafórica, pela necessidade de aprender a cozinhar, em um processo que durou meses mas ao qual sobrevivi e evoluí de maneiras inesperadas.

Devo dizer que me acho uma cozinheira capacitada hoje em dia, embora a minha mãe discorde muito disso.  Quando vamos juntas ao mercado adquirimos produtos totalmente diferentes, e a ela tem certeza de que o que eu compro não é comida.

Por causa do período inicial da quarentena - tempos áureos do vegetarianismo crudívoro - eu adquiro muitos produtos que não precisam ser cozidos, e como crus alguns que o senso comum teima em cozer.

Brócolis, por exemplo, como cru. Alguns eu espero germinarem para comer cru, como grão de bico.

A minha mãe discorda profundamente dessa forma de cozinhar, e fica indignada com algumas substituições que eu faço, e fiz porque não sabia como preparar determinados alimentos.  Não sei fazer carne vermelha, troco por shitake.

Eu sei, não faz sentido, mas a gente faz o que pode.  Essa foi também uma lição indelével que aprendi com a pandemia: adaptação e resiliência.  E de não me incomodar com as risadas dos meus irmãos, sempre tão certeiros e impiedosos, como se fossem os soberanos da gastronomia.

Afirmar o meu modo de fazer e sentir, ainda que incompreendido pelos outros, é uma lição de clareza da pandemia para a vida.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Modelo presa por fotos inadequadas junto ao patrimônio arqueológico

Notícia importante: https://oglobo.globo.com/cultura/modelo-presa-por-usar-trajes-inadequados-durante-sessao-de-fotos-em-piramide-no-egito-24784905

Essa notícia é importante porque nos permite raciocinar em diversas direções:

1) Sobre o caráter simbólico dos bens culturais e como eles impõem uma noção de "decorum".  A forma de utilizar e reproduzir os monumentos deve ser compatível com a sua importância simbólica.

2) A falta de decorum pode significar uma ofensa grave ao que o monumento representa.  No caso, as pirâmides são símbolos do Egito, e conspurcar a sua imagem é potencialmente ofender a todos os egípcios.

3) Por que a imagem dessa mulher é indecorosa? Seria diferente das imagens das mulheres pintadas nas pirâmides?

4) O que seria o limite do decoro neste caso? Existem normas específicas que prescrevem como as pirâmides podem ser retratadas?

Em alguns países há restrições quanto ao que pode e não pode ser retratado ou reproduzido.

5) Quem ou o que se ofendeu com o retrato da mulher? Tratou-se evidentemente de uma fantasia, uma consequência da própria propaganda que se fez do patrimônio arqueológico egípcio há séculos.

Misterioso, exótico, cheio de perigos, maldições e ouro: essa é a fantasia que recobre a Arqueologia do Egito e que vende pacotes turísticos.

6) Fiquei com uma dúvida: será que a vedação é por que as fotos ocorreram in situ, ou as consequências seriam as mesmas usando apenas a imagem da pirâmide como fundo?

7) Será que se consideram ofensivos alguns filmes como Cleópatra, protagonizado por Elizabeth Taylor? Ela era mais sexy do que as fotos proibidas.

8) Há outros atos considerados ofensivos no trato do patrimônio cultural, obviamente que não sejam roubo, furto e vandalismo?

9) As fotos seriam consideradas inadequadas se não tivessem relação com monumentos? Ou ser em um monumento é um agravante?

10) Quais são as consequências jurídicas e sociais para a modelo e o fotógrafo?

Vou tentar acompanhar os desdobramentos do caso e colocar o que encontrar nos comentários.






quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Impressões da pandemia 2020: volume 1

Esse post é um registro para a Fabiana do futuro lembrar dos detalhes da vida durante a pandemia.

Quando o isolamento social começou para mim, em 16/03/2020, a minha primeira providência foi comprar mantimentos e remédios para os próximos quarenta dias.

Naquela ocasião "quarentena" significava algo muito diferente.  Pensei (ou melhor seria dizer sonhei?) que a questão do coronavirus estaria resolvida em pouco mais de um mês.  Um erro baseado na ignorância pois à época não sabia o que era esse vírus e nem o que era uma pandemia.

Quarentena que durou meses e me forçou a aprender um novo modo de viver.

Quando o isolamento começou eu não sabia cozinhar, então tive que aprender a me virar.  Na verdade, nos primeiros meses me tornei vegetariana crudívora porque não sabia cozinhar meus alimentos.

Minha alimentação foi composta basicamente de verduras, frutas e sucos, e como resultado perdi nove quilos.  Algumas coisas saíram da minha vida e nunca mais vão voltar: refrigerantes, cerveja e pães.

Apesar dessa virada radical e benéfica na alimentação, mantive algumas ilusões e diversões alimentares como bolo de chocolate. 

Aos poucos fui aprendendo a cozinhar e fiz isso assistindo a aulas no Youtube.  Hoje me considero capaz, e quando coloco a trilha sonora do Inverno de Vivaldi me considero uma ótima cozinheira.

Isso tudo teve um estranho efeito: tornei-me muito mais exigente com ingredientes e refeições, e hoje torço o nariz para alguns dos restaurantes que eu gostava de ir.  Faço melhor e consigo reproduzir os pratos de que gosto de forma satisfatória.

Planejo minhas refeições e me sinto muito feliz quando consigo fazer do jeito que imaginei.  Quem diria que cozinhar poderia ser algo gratificante?

O ano de 2020 me levou para lugares exóticos e nunca dantes visitados, como a minha cozinha.



quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Dia do Heavy Metal - Goiás

O Estado de Goiás declarou o dia 08 de junho, data do falecimento de Andre Matos, como data comemorativa estadual denominada "Dia do Heavy Metal".

Como sou fã de Andre Matos e advogada, trouxe a imagem da lei estadual publicada no Diário Oficial do Estado:




A lei tem a função simbólica de reconhecer e valorizar o estilo musical e, embora não faça referência, é uma forma de efetivar o direito à memória de Andre Matos como lembrança celebrativa do seu falecimento.

Leis são importantes para todos, e para mim de um jeito especial já que trabalho com elas todos os dias, mas celebraríamos a vida dele independente disso.




quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Rabanadas

Ou  fatias paridas, fatias douradas, pain perdu.  Adoro qualquer que seja o nome.

Comê-las-ei todas.

E, por causa de 2020, acabei aprendendo a fazer e me tornei autossuficiente em rabanadas.  Para ver uma receita boa de fazer, ensinada pelo chef Alex Atala: https://www.youtube.com/watch?v=e7rgnNywYxs

Fiquei chocada ao descobrir que podem ser salgadas :O.  Para mim e a minha memória só existem rabanadas cobertas de açúcar e canela, e elas são sinônimo de festas natalinas.