O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quarta-feira, 31 de agosto de 2022

O último

Um brasileiro faleceu nesta semana e tal notícia não seria impactante em um lugar onde se morre por qualquer motivo, até mesmo de causas naturais.

Mas esse cidadão era diferente.  Era um sobrevivente do massacre do seu povo, o último da sua etnia que, por razões óbvias decorrentes do trauma, optou por se isolar e foi conhecido como o "Índio do Buraco".

Não saber o nome dele é apenas o começo da ignorância.  

Não sabemos o que aconteceu com a tribo inteira. Não sabemos quem os massacrou. Não sabemos fazer a Justiça que eles precisam e merecem.

Ele era o último do seu povo e com ele morrem toda uma cultura e uma parte da nossa diversidade.

cf. https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2022/08/29/quem-foi-o-indio-do-buraco-ultimo-sobrevivente-de-seu-povo-encontrado-morto-em-rondonia.ghtml


quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Coração de herói

Nessa semana o coração de D. Pedro I foi trasladado ao Brasil, no bojo das comemorações do bicentenário da Independência.

Segundo essa reportagem (https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/08/22/por-que-o-coracao-de-dom-pedro-i-fica-em-portugal-e-o-restante-do-corpo-no-brasil.ghtml) deixar o coração em Portugal é uma disposição testamentária do falecido imperador, que também é herói nacional.

O corpo do Imperador Pedro I e das imperatrizes D. Leopoldina e D. Amélia estão enterrados em um monumento situado em São Paulo, no Parque da Independência no Bairro do Ipiranga.  Foram exumados para estudos científicos em 2013 (https://direitoamemoria.blogspot.com/2013/02/exumacao-dos-restos-mortais-de-d-pedro.html).

Após as comemorações do bicentenário o coração de D. Pedro I deverá retornar à cidade do Porto, local em que, por disposição de última vontade, deve ficar .

Conforme observamos no post http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/12/banimento-do-brasil-da-familia-imperial.html, com a revogação do banimento da família real, ficou autorizado o traslado do corpo de D. Pedro II e da Imperatriz Thereza Christina, realizado em comemoração do centenário da Independência, em 1922, e hoje repousam na Catedral de Petrópolis (https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/onde-foram-parar-os-restos-mortais-de-dom-pedro-ii-e-seus-familiares.phtml).




sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Trauma e memória coletiva (3): alertas

No post http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/05/trauma-e-memoria-coletiva-viva-o-caso.html, descrevi o caos que aconteceu em 2011 em razão da memória coletiva sobre uma enchente na minha cidade.  

Depois no post https://direitoamemoria.blogspot.com/2015/03/trauma-e-memoria-coletiva-2-marcos.html vimos como a lembrança do  trauma é repassado e ensinado de geração em geração, como forma de conhecimento sobre o fato (e suas várias versões), inclusive com a criação de marcos.

As "pedras da fome" são uma forma de alerta e de lembrança sobre tempos dífíceis:https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/08/11/as-sinistras-pedras-da-fome-reveladas-em-rios-da-europa-apos-periodo-de-seca.ghtml

A memória não é só lembrança, é também advertência.


quarta-feira, 10 de agosto de 2022

A espada de Bolívar

A posse do presidente colombiano Gustavo Petro mostrou a força dos símbolos políticos.

A espada do Libertador Simón Bolívar esteve presente à posse em razão do primeiro ato de governo do Presidente Petro, e a sua história é um capítulo à parte: capturada pelo M-19, viajou pelo território como o próprio Libertador, até que voltou à Colombia.

O Rei da Espanha, diferentemente dos demais governantes presentes, não aceitou a simbologia e recusou-se a aplaudi-la:

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/08/09/espada-de-bolivar-conheca-a-reliquia-que-causou-controversia-envolvendo-o-rei-da-espanha-na-posse-do-primeiro-presidente-de-esquerda-da-colombia.ghtml

Afinal, se Bolívar era o Libertador, a Espanha era o opressor, e a recusa do Rei da Espanha mostra que essas narrativas, apesar de distantes no tempo, ainda são conflituosas.