O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quinta-feira, 30 de abril de 2020

Antes do coronavirus

A série "antes" pretende discutir mudanças e como elas afetam o nosso modo de viver.  Já refletimos sobre o mundo antes da luz elétrica, do plástico...E que mudou agora? Como era o mundo antes do coronavirus(COVID-19)?

Vou começar pelas mudanças individuais, pelo que aconteceu comigo.

Antes do coronavirus, sair de casa era sempre um risco pois a minha cidade é bem violenta.  Antes o risco e o medo eram indiretos mas agora é um risco de morte direto e difuso, que vem pelo ar e transmitido por objetos outrora inocentes.

Sem contar que dentre todos, o meu bairro é o que tem o maior número de vitimas na cidade. Sair de casa, então, ganhou um novo significado.

Antes, o normal da vida era externo e sem muito tempo para reflexão. Não pensava  muito nas centenas de pessoas que passavam por mim todos os dias, todas muito ocupadas com a própria vida e apenas decorando o ambiente cotidiano. Hoje, percebo a todos como seres vulneráveis, como eu também sou, folhas da mesma árvore, ondas do mesmo mar.

A minha vida ganhou uma nova normalidade pois continuo a fazer o que sempre fiz, apenas faço tudo em casa, inclusive  faxina e cozinhar, que eram esportes que eu não praticava.  Sem dúvida, quando essa situação toda for passando, as mudanças no meu comportamento serão duradouras:

- planejar melhor o consumo. O exercício de ter que fazer compras de itens de subsistência para períodos prolongados me fez perceber o que é realmente necessário.

- Reforçar o pensamento na coletividade, que agora foi expandida.  Todas as pessoas são passíveis de sofrer com toda essa situação, mas evidentemente outras são mais vulneráveis por questões físicas, econômicas e sociais.  O valor de cada vida tem que ser percebido e afirmado.

- Cuidar da casa, de mim e dos meus de uma maneira totalmente diferente.

- Solidariedade é o sentimento do momento.

Aprendi algumas lições com essa situação toda, que espero poder levar para o resto da minha vida.

Do ponto de vista coletivo acredito que haverá também mudanças profundas. Embora não possa destacar aspectos "positivos" de uma pandemia, talvez tudo isso traga uma consciência e uma responsabilidade ambiental mais consistentes, e outras formas de relacionamento social.

Esse post vai continuar com observações comparativas.



quarta-feira, 29 de abril de 2020

Imortalidade e memória

A imortalidade é uma qualidade conferida pela memória coletiva, que preserva uma memória individual.

Imortal é quem é lembrado, e a imortalidade pode ser definida como a sobrevivência individualizada na memória coletiva, que subsistirá enquanto os lembrantes exercerem o seu papel.

Fico pensando (não consigo evitar) que há sobrevivência da memória dos mortos na memória dos vivos mas, por outro lado, há casos em que as pessoas esquecidas, ainda que vivas, já não sobrevivem.

Cultivar uma lembrança requer identificação e ser esquecido é uma espécie de morte.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Formas de lembrar (21): uma flor

Um cravo, para lembrar a Revolução de 25 de abril de 1974, em Portugal.


segunda-feira, 27 de abril de 2020

Quarentena

Hoje faz quarenta dias que estou em isolamento.

Nesse tempo, saí quatro vezes de casa.  Infelizmente, soube que aqui onde moro há o maior número de infectados da cidade, e isso significa que tenho que redobrar os cuidados.

No ano novo planejei muitas coisas para 2020, que talvez nunca se realizem.

domingo, 26 de abril de 2020

Mesquita sagrada em Meca fechada

A Grande Mesquita de Meca, onde está a Caaba, está fechada assim como muitas pelo mundo.

Nesse período de Ramadã, as famílias estão confinadas e cumprindo suas obrigações religiosas: cf. https://anba.com.br/com-mesquitas-fechadas-ramada-acontece-dentro-de-casa/

sábado, 25 de abril de 2020

Carta

Frio na barriga quando o carteiro aparecia e, com razão, pois algumas das informações mais importantes da minha vida vieram por cartas.

Hoje trazem apenas contas.  Onde estão as boas notícias, as frases de amor, as notícias de afetos distantes?

Um e-mail não é tão místico, a emoção é diluída. Não tem a espera, não tem a jornada que uma carta percorre até chegar ao destino das minhas mãos.

Voltarei a escrever cartas.

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Memória e diversão

A memória é construída com atenção e intenção.

Muitas pessoas reclamam da sua péssima memória quando, na verdade, estão com problemas para registrar a informação devido à pouca atenção que imprimem.

Vários fatores interferem no registro da informação e condições pessoais o modulam. Entretanto, ninguém distraído vai conseguir memorizar correta e suficientemente.

São necessários o espírito certo e o ambiente certo para aprender e ser criativo, senão o esforço não será recompensado.  Sobre uma experiência exótica de estudo, confira o post: https://direitoamemoria.blogspot.com/2011/07/memoria-e-aprendizado-estudando-kant-no.html

Percebo que há uma tendência à distração, incrementada pelo uso indiscriminado da tecnologia. Para mim é profundamente angustiante ver alunos tentando aprender enquanto se desdobram para ver as mensagens no celular, respondê-las, entender a exposição e memorizá-la.

Além da distração, também há o problema da diversão.  Essa palavra é associada a momentos de lazer e relaxamento mas, em sua origem, significa afastar-se, mudar o foco. Se para a memorizar é preciso atenção e intenção, tudo aquilo que desvie o foco é prejudicial ao registro.

Nesse sentido, divertir-se é prejudicial à memória.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Alma antiga

Não há nenhuma evidência de que realmente existam, mas a alma antiga (old soul) é um conceito bem interessante.  Por falta de uma explicação melhor, a alma antiga consegue trazer memórias e aprendizados de vidas passadas, e com isso apresenta uma maior compreensão da vida e das pessoas, mais serenidade.

Ou então, como prefiro, é alguém que aprende com a  experiência e tem a capacidade de apreciar o passado, em sua infinita grandeza e com seu precioso acervo de informações.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Direito ao esquecimento trans

Assistindo a um documentário sobre a vida de pessoas trans que realizaram ou estavam no processo de realizar a cirurgia de redesignação sexual conforme os complexos procedimentos legais no Brasil, percebi uma forte demanda pelo direito ao esquecimento do próprio passado, que é a fronteira da memória individual dos vivos.

O direito individual à memória dos vivos pode ser analiticamente exposto em seis posições jurídicas distintas: o direito à integridade do passado, o direito à veracidade do passado e o direito à reserva do passado, ligados aos direitos de personalidade; direito de acessar as fontes da cultura nacional, de criar e transmitir memória (DANTAS, 2010).

Não ser conhecida como alguém que fez uma transição enquadra-se no direito à reserva do passado, ou seja, de manter determinados fatos na esfera íntima da informação. Vincula-se ao direito à intimidade mas dele se distingue porque a sua abrangência não depende do estilo de vida que a pessoa leva: a intimidade de uma pessoa pública é menor do que uma pessoa anônima, mas a reserva do passado não depende dessa variável.

Há pessoas que não demandarão o esquecimento ou reserva do passado anterior à transição, mas há quem deseje que os registros anteriores sejam esquecidos e cancelados, e que a informação seja restrita à sua intimidade, e neste caso configura-se o direito ao esquecimento ou de ser esquecido (DANTAS, 2010, p. 93), cujo limite é o interesse público na manutenção da informação.



Referência

DANTAS, Fabiana Santos.  Direito fundamental à memória.  Curitiba: Juruá, 2010.

terça-feira, 21 de abril de 2020

DNA ancestral

Nos últimos anos a resposta à pergunta "quem eu sou" parece estar vinculada à prova de "onde eu vim", viabilizada pela a realização de exames conhecidos como "DNA ancestral".

A falácia é óbvia visto que a proveniência geográfica não explica o modo de ser e a visão de mundo, que são aquisições culturais que ocorrem através do processo de socialização.

Dito isto, e sem demonstrar muito entusiasmo, estou interessada em descobrir minhas origens. Há muito mito, e pouco fato, no patrimônio imaterial da minha família e chegou a hora de buscar de forma profunda e sistemática.

Veremos.


segunda-feira, 20 de abril de 2020

Souvenir (20): Florianópolis 2


Mais um azulejo de viagem para a coleção:


Azulejo de viagem

domingo, 19 de abril de 2020

A velhice como problema

Em algumas sociedades, o valor da pessoa é medido pela sua capacidade de trabalho.  Não raro, pessoas aposentadas (aquelas que trabalharam por boa parte da vida) são mal vistas porque não estão "produzindo", não estão fazendo nada, e por isso também são consideradas obsoletas e descartáveis.

Quando se trata da velhice, existem outros problemas associados: a percepção de que aquela vida está no fim e que não vale nenhum esforço; a velhice não é "estética" e em algumas sociedades há toda  uma cultura de negação dos efeitos do tempo sobre o corpo.

Multiplicam-se procedimentos estéticos para rejuvenescer, e alguns alteram tão profundamente que o indivíduo não se reconhece mais, e nem é reconhecido.  A nova identidade do não-tempo e do não-ser.

Existe uma necessidade social de valorização dos idosos porque eles são os repositórios vivos da experiência, os guardiões da memória coletiva. Há sociedades que, por costumes e tradição, os valorizam profundamente e isso aparece como variadas manifestações de respeito.

No Brasil, onde não há essa deferência costumeira, foi necessário transformar essa necessidade em direitos, criando uma lei federal nº 10741/2033 (o Estatuto do Idoso) para dizer o óbvio:  que os idosos também tem os  direitos que já pertencem aos brasileiros simplesmente pelo fato de nascerem.

Foi preciso dizer em uma lei que as pessoas idosas têm o direito de ir e vir, liberdades civis (de crença, opinião, expressão), e envelhecer tornou-se um direito, observem:

"Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente".

E essa lei tem apenas um efeito simbólico, programático e pedagógico porque apesar da sua existência os idosos ainda não são respeitados como merecem.  A solução para efetivar a lei é educar a todos para tornarem-se velhos e respeitarem a si mesmos e aos outros independentemente da idade.

Ou então, como propusemos a título de brincadeira no post http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/08/resgatando-instituicoes-antigas-gerusia.html, resgatar a Gerúsia e botar para quebrar nessa molecada sem vergonha.

A situação fica ainda pior em tempos de pandemia pois os idosos são vulneráveis duplamente por questões físicas e sociais. Nessas horas, lembro do meu professor de Geografia, Creso, que em uma de suas aulas sobre Geografia Humana nos disse em tom muito sério: quando a geração de vocês estiver velha, o mundo estará bem pior que agora, com menos recursos, com menos respeito, e vocês serão animais velhos e sem possibilidade de sobreviver.

O breve silêncio dos adolescentes perturbados naquela sala de aula mostrou um pequeno nível de reflexão e, evidentemente, as palavras tem significado e profundidade diferentes para as pessoas. Palavras gravadas a fogo na memória dessa sua aluna, professor.

Quando os recursos estiverem escassos, e as escolhas tiverem que ser feitas, quem vai sobreviver? Quem vale o custo e o esforço?

sábado, 18 de abril de 2020

Souvenir (19) São Francisco do Sul


Para lembrar de uma viagem que fiz com Karen e Marcelo a São Francisco do Sul:





Visitamos o Museu do Mar, passeamos pelas ruas e apreciamos a comida, o lugar e o modo de viver das pessoas.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

30º dia

Trinta dias da quarentena.

Continuo trabalhando e estudando bastante, e sem sair de casa.

Recomecei as atividades físicas e estou aproveitando o tempo livre para arrumar a casa e aprender a fazer coisas com aulas no Youtube.

Deixo os meus votos de boa saúde a todos, que possamos superar essa situação em breve e que nos traga aprendizado.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Obras de Adriana Varejão


Adriana Varejão é uma importante artista plástica brasileira, uma das minhas favoritas, e em 2019 tive a oportunidade de ver a exposição "Por uma uma retórica canibal" à qual me referi no post http://direitoamemoria.blogspot.com/2019/07/exposicao-de-adriana-varejao-2019.html, onde podem ser vistas algumas das obras.

Revendo as fotos que tirei na exposição, selecionei outras que achei maravilhosas e que coloco aqui para sempre lembrar:


Obra de Adriana Varejão - Fotografia de Fabiana Dantas


      Obra de Adriana Varejão - Fotografia de Marcelo Müller


      Obra de Adriana Varejão - Fotografia de Marcelo Müller

Acho as obras lindas, e as idéias muito desnorteadoras.  Definitivamente, mudaram a forma como vejo e imagino os edifícios históricos.

Pensar que embaixo dos azulejos, das alvenarias existem sangue, músculos, um organismo que precisa ser preservado, que sofre e se machuca, trouxe uma outra perspectiva. Faz pensar e sentir.

Arte não é diversão, não é apenas entretenimento, mas uma forma de expandir a compreensão.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Lembranças de Lisboa (2)

Lugar bonito.

E um mar que fica ali pendurado na paisagem, desafiando a navegar.  Deve ser por isso que os portugueses amam o mar e são tão aventureiros.

Lisboa 

Vista do Castelo de São Jorge

Paisagem de pintura

terça-feira, 14 de abril de 2020

Aquarius


Algumas imagens do Oceanário de Lisboa, um dos passeios mais legais.  Tanto para ver e aprender, que não posso considerar o passeio relaxante.



Caminho profundo

Beleza etérea 

Indo

Voltando 



No Oceanário de Lisboa tive a oportunidade de apreciar a exposição "Florestas submersas" (http://direitoamemoria.blogspot.com/2019/09/exposicao-florestas-submersas.html", que me causou forte impressão. Inesquecível.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Basílica do Santo Sepulcro fechada

A Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, foi fechada em razão do coronavirus: http://www.rfi.fr/br/mundo/20200331-p%C3%A1scoa-e-outras-celebra%C3%A7%C3%B5es-religiosas-ser%C3%A3o-limitadas-na-terra-santa-por-causa-do-coronav%C3%ADrus

A última vez que isso aconteceu, segundo a reportagem, foi em 1349 por causa da Peste Negra.

domingo, 12 de abril de 2020

Professor Youtube

Nesta quarentena, tenho aprendido a fazer muitas coisas interessantes com várias pessoas interessantes no Youtube, por exemplo: aprendi a fazer sabão, kombucha, a cozinhar vagens. 

Acompanho discussões sobre horticultura, imigração, e assisto os meus canais favoritos, como English Heritage (https://www.youtube.com/user/EnglishHeritageFilm), e outros voltados para a promoção do patrimônio cultural.

No começo da quarentena, como não sei cozinhar, estava assistindo canais sobre dieta crudívora mas agora já cozinho  alguns pratos, embora considere que há muitos benefícios em comer alimentos crus (vegetais, frutas, e oleaginosas).

Não sei fazer sushi, e não vou me arriscar por questões de respeito com o patrimônio cultural alheio (http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/01/a-percepcao-do-patrimonio-dos-povos.html).  Tenho certeza de que se eu tentasse, o meu sushi poderia ser considerado uma afronta irreparável a todos os povos que criaram, desenvolveram e preservaram o modo de fazer.

Melhor não. 

No Youtube tem muita informação apta a se tornar conhecimento, mas exige de quem assiste muito bom senso e um poder reação imediato às bobagens.


sexta-feira, 10 de abril de 2020

Paixão de Cristo 2020

Paixão de Cristo - Fabiana Dantas

Paixão de Cristo - Fabiana Dantas

Paixão de Cristo - Fabiana Dantas

Paixão de Cristo - Fabiana Dantas

Torturado, condenado, sacrificado.  A paixão de Cristo em imagens do Mestre Aleijadinho no Santuário do Bom Jesus de de Matosinhos (em Congonhas/MG), artista que também percorreu sua própria Via Crucis.

A identificação dos cristãos com o sofrimento de Cristo é um dos alicerces da fé cristã, e a tradição afirma que Jesus "padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus, e está sentado à direta de Deus, de onde virá para julgar os vivos e os mortos".

Esse é o credo e hoje é a data do sacrifício.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

quarta-feira, 8 de abril de 2020

Coronavirus 2020: pelos mortos e pelos vivos

Uma lembrança pelos mortos e por quem ficou.

Minhas orações estão com todos, a cada dia.

terça-feira, 7 de abril de 2020

Pó de múmia

A postagem anterior trouxe o link para um tour virtual à Tumba de Menna, e enquanto a visitava fiquei pensando em múmias.

Vi a minha primeira múmia no Museu do Louvre, e fiz uma postagem sobre ela: http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/04/o-primeiro-a-gente-nunca-esquece.html.

Há muitas múmias - naturais ou artificiais - diversas formas de  mumificação, e diferentes finalidades. Em geral é um processo post mortem, para preservar o cadáver, mas há casos de mumificação que iniciam em vida, como o Sokushinbutsu, o ritual de auto-mumificação dos monges budistas do Japão (cf.http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/10/direito-memoria-dos-mortos.html).

Dentre todas essas práticas, uma das mais intrigantes para mim é o uso farmacêutico do pó de múmia.  Imaginem: pegar uma múmia egípcia, reduzi-la a pó, e consumi-la para curar doenças.e para fins cosméticos.

Isso é tão errado, de tantas formas.

Primeiro, desrespeitar os restos mortais e a memória de alguém.  Aniquilar um importante documento histórico e toda a informação que poderia proporcionar.  Utilizar uma substância sem comprovação científica. Consumir outro ser humano (sem fins ritualísticos e contextualização cultural ainda por cima).

E, infelizmente, às vezes tudo isso era precedido de um espetáculo de "desenrolar" a múmia.  Retirar as bandagens em uma sessão pública, da qual pessoas podiam participar mediante o pagamento de um ingresso, movidas simplesmente pela curiosidade, como há relatos nos séculos XVI a XIX.

A pergunta estranha, que não quer calar, é: quantas múmias foram sacrificadas, consumidas, dessa forma?




domingo, 5 de abril de 2020

Depois do Coronavirus (d. CV)



O futuro é uma página de livro em branco:

Livro em branco


Como será escrita a história da pandemia? Como e quando será o final? Haverá um final, ou serão ciclos?
Como será a memória de cada um de nós? Daqueles que sobreviveram, e dos que se foram?
Como será a memória dos tantos mortos que não puderam receber dos seus familiares e amigos uma despedida adequada?