Eu tenho uma mentalidade que preserva e acumula, tenta organizar e sistematizar.
Memória é isso: acumular, organizar, sistematizar, preservar, utilizar, ressignificar, e tornar presente.
O reflexo dessa mentalidade (e de todas as outras) é criar uma realidade. No meu caso, a realidade aparece na forma de abarrotamento. Papéis demais, coisas demais, (livros nunca são demais), e nem sempre portam o significado e a memória que motivou preservá-los.
O ano "novo" é tempo de renovação, então hoje vou continuar o processo de me desfazer de objetos que não me dizem mais nada. Algumas coisas vão se perder, e outras até podem fazer falta no futuro, quando eu lembrar que tinha, mas já não mais.
Lembrar e esquecer são partes do mesmo processo, e é preciso abrir espaço para o novo chegar.
Feliz Ano Novo e felizes novas memórias.
O brasileiro não tem memória.
Neste blog desmascaramos esta mentira.
Neste blog desmascaramos esta mentira.
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
domingo, 30 de dezembro de 2018
Revivalismo
Se tem uma coisa que eu não suporto é esse impulso pelo passado falso/idealizado chamado revivalismo.
"Retrô" e "vintage" ( http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/07/vintage.html) são sofrivelmente toleráveis, embora a falsificação seja evidente, pela pescaria descontextualizada dos elementos passados. Mas vá lá, estou sendo apenas rabugenta.
Mas revivalismo, não. É uma espécie de ressurreição temporária e efêmera que se alastra como fogo em rastilho de pólvora e traz tudo o que há de deplorável em modismos.
E pior, transformar esse passado idealizado em signo de distinção, e linguagem hermética de grupos que apenas imaginam como era o passado, valorizam referências passadas, mas sequer respeitam a opinião dos idosos que lá estiveram.
A ressurgência é um impulso à memória, de caráter restaurativo, que como todo uso pode ser positivo ou negativo. Usar o passado como ferramenta, parâmetro, significado e significância é tudo o que defendemos, mas não para afirmar o que nunca existiu e confundir os contemporâneos.
Não. Apenas pare. Chega de falsificar o passado.
"Retrô" e "vintage" ( http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/07/vintage.html) são sofrivelmente toleráveis, embora a falsificação seja evidente, pela pescaria descontextualizada dos elementos passados. Mas vá lá, estou sendo apenas rabugenta.
Mas revivalismo, não. É uma espécie de ressurreição temporária e efêmera que se alastra como fogo em rastilho de pólvora e traz tudo o que há de deplorável em modismos.
E pior, transformar esse passado idealizado em signo de distinção, e linguagem hermética de grupos que apenas imaginam como era o passado, valorizam referências passadas, mas sequer respeitam a opinião dos idosos que lá estiveram.
A ressurgência é um impulso à memória, de caráter restaurativo, que como todo uso pode ser positivo ou negativo. Usar o passado como ferramenta, parâmetro, significado e significância é tudo o que defendemos, mas não para afirmar o que nunca existiu e confundir os contemporâneos.
Não. Apenas pare. Chega de falsificar o passado.
Marcadores:
Direito à memória coletiva
sábado, 29 de dezembro de 2018
Pedra do Ingá - Sítio arqueológico de Itacoatiaras do Ingá, Paraíba
sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
Benjamin e o patrimônio paleontológico (2): Museu de História Natural de Ingá
Nesta série, o fascínio de Benjamim pela Paleontologia que começou no post http://direitoamemoria.blogspot.com/2018/01/benjamin-e-o-patrimonio-paleontologico.html, continua.
Benjamin sorrindo para os fósseis |
Benjamin refletindo com réplicas de fósseis |
Olha para cá, Benjamin! |
Bnejamin concluindo o seu discurso sobre fósseis. |
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
Formas de lembrar (15): um brinde
Brindar é um gesto de saudação e comemoração. Brindamos à saúde, à felicidade, à memória, e bebemos para que tudo isso se torne verdade.
Sem dúvida, brindar pode ser uma forma de lembrança, mas às vezes a idéia vai longe demais:
Brinde a John Boyle O'Reilly - Foto de Flávia Braga |
E o verso |
A idéia lembrar desses condenados em garrafas de vinho é bem interessante, mas não menos é a história dos personagens, sua biografia dramática e atribulada.
Para entender e conhecer: https://www.19crimes.com/
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
Restituição de bens culturais
Notícia importante https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2018/11/21/franca-ira-devolver-a-africa-obras-de-arte-saqueadas-durante-periodo-colonial.ghtml
Lembro que essa não é uma iniciativa isolada e nem nova na França: http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/05/retornorestituicao-de-bens-culturais-as.html
Lembro que essa não é uma iniciativa isolada e nem nova na França: http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/05/retornorestituicao-de-bens-culturais-as.html
Marcadores:
Direito à memória coletiva,
Patrimônio material
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Para Augusto dos Anjos
Mais uma homenagem à memória do poeta preferido do blog, que juntamos às outras:
http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/04/aniversario-do-poeta-augusto-dos-anjos.html; http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/03/memoria-poetica-augusto-dos-anjos.html; http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/02/centenario-do-livro-eu-de-augusto-dos.html; http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/02/comemoracoes-do-centenario-de-eu-de.html
http://direitoamemoria.blogspot.com/2016/05/augusto-dos-anjos-cismas-do-destino.html
https://direitoamemoria.blogspot.com/2012/03/lembrar-augusto-dos-anjos.html
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
Decisão do Supremo Tribunal Federal no Programa Memória do Mundo (UNESCO)
Notícia importante e interessante: http://stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=398450
Marcadores:
Patrimônio imaterial,
Patrimônio material
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
Calma, Arqueologia
A Arqueologia tem tanta novidade, que quase não dá para acompanhar. E essa agora? https://brasil.elpais.com/brasil/2018/12/08/internacional/1544267960_630635.html
Não sei por onde começar. Não vou comentar.
A história das pirâmides podia bem ficar sem essa.
Não sei por onde começar. Não vou comentar.
A história das pirâmides podia bem ficar sem essa.
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
Ecos do Império: a ação judicial mais antiga do Brasil ainda em andamento
Segundo a notícia, tramita desde 1895 e vai ser julgada em 2018: https://br.noticias.yahoo.com/stj-julga-posse-pal%C3%A1cio-guanabara-162400675.html
Marcadores:
Direito à memória coletiva,
Patrimônio material
segunda-feira, 19 de novembro de 2018
A bela da fera
A Catedral de León é chamada pelos habitantes de "Pulchra" - a bela em Latim - Leonina.
Não dá para explicar, é uma beleza que se sente.
Inesquecível.
Não dá para explicar, é uma beleza que se sente.
Beleza pura - Foto Marcelo Müller |
Beleza gótica - Foto Marcelo Müller |
Bela - Foto Marcelo Müller |
Bela rosácea - Foto Marcelo Müller |
Mais beleza - Marcelo Müller |
domingo, 18 de novembro de 2018
Formas de lembrar (14): caminhando e lembrando
O denominado "Caminho de Santiago" iniciou, segundo conta a tradição, com a peregrinação para visitar o túmulo do Apóstolo São Tiago, cujo corpo foi encontrado no Campo da Estrela (Compostela), erguendo-se uma catedral para sepultá-lo.
Portanto, fazer o caminho é uma forma de lembrança celebrativa, uma das expressões do direito à memória dos mortos ( cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2010/11/o-direito-memoria-dos-mortos.html).
Mas além dessa celebração explícita da memória de Santiago, o Caminho também é repleto de marcos memoriais de peregrinos falecidos. Não só daqueles que faleceram durante a peregrinação, e geralmente o marco indica o local do falecimento, mas também daqueles peregrinos que fizeram o caminho e que, por quaisquer motivos, os familiares e parentes acreditam que seria uma forma de homenagem à sua memória deixar alguma lembrança de sua peregrinação.
Muitas dessas lápides ou mesmo pequenos marcos com fotografias são cobertos por pedras depositadas pelos peregrinos. Embora o ato de aposição de uma pedra no Caminho de Santiago possa assumir diversos significados, por exemplo, o ato simbólico de desapego de um problema ou um pedido, no caso desses marcos memoriais parecem refletir o costume judaico de honrar a memória dos mortos.
Portanto, fazer o caminho é uma forma de lembrança celebrativa, uma das expressões do direito à memória dos mortos ( cf. http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2010/11/o-direito-memoria-dos-mortos.html).
Mas além dessa celebração explícita da memória de Santiago, o Caminho também é repleto de marcos memoriais de peregrinos falecidos. Não só daqueles que faleceram durante a peregrinação, e geralmente o marco indica o local do falecimento, mas também daqueles peregrinos que fizeram o caminho e que, por quaisquer motivos, os familiares e parentes acreditam que seria uma forma de homenagem à sua memória deixar alguma lembrança de sua peregrinação.
Muitas dessas lápides ou mesmo pequenos marcos com fotografias são cobertos por pedras depositadas pelos peregrinos. Embora o ato de aposição de uma pedra no Caminho de Santiago possa assumir diversos significados, por exemplo, o ato simbólico de desapego de um problema ou um pedido, no caso desses marcos memoriais parecem refletir o costume judaico de honrar a memória dos mortos.
Homenagem à peregrina Foto - Marcelo Müller |
Monumento à memória dos falecidos - Foto de Marcelo Müller |
Pedrinhas e cruz - Foto Marcelo Müller |
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
Meu cachorrinho
Hoje senti uma saudade enorme do meu finado cachorro, que se chamava Pitty.
Um poodle superalimentado e tão mal-humorado que parecia pertencer a outro planeta. Pitty não gostava de crianças, mas minha mãe o considerava uma.
Pitty nunca aprendeu nada que os cachorrinhos usualmente aprendem: não fazia suas necessidades no lugar certo, só fazia as refeições em cima da minha cama e embaixo das cobertas.
Aparentemente, ele achava que eu gostava de encontrar pedaços roídos de galinha embaixo do meu travesseiro.
Avançava contra as visitas e os de casa. Armava emboscadas para nos atacar. Latia para os fantasmas e ficava com um olhar perdido por longos períodos.
Pitty também era obrigado a tomar gemada, assim como todas as crianças da casa mas, diferentemente de nós, podia fazer a maior birra sem levar uma calibragem de mamãe.
Pitty não admitia um não como resposta. Era mimado, não gostava de afagos e só tinha um verdadeiro amor na vida: meu irmão mais velho.
Como diria um antigo ministro brasileiro, cachorros também são pessoas, e aquele era uma das mais difíceis. No entanto, nos amávamos profundamente e não posso lembrar dele senão com saudades e lágrimas nos olhos.
Um poodle superalimentado e tão mal-humorado que parecia pertencer a outro planeta. Pitty não gostava de crianças, mas minha mãe o considerava uma.
Pitty nunca aprendeu nada que os cachorrinhos usualmente aprendem: não fazia suas necessidades no lugar certo, só fazia as refeições em cima da minha cama e embaixo das cobertas.
Aparentemente, ele achava que eu gostava de encontrar pedaços roídos de galinha embaixo do meu travesseiro.
Avançava contra as visitas e os de casa. Armava emboscadas para nos atacar. Latia para os fantasmas e ficava com um olhar perdido por longos períodos.
Pitty também era obrigado a tomar gemada, assim como todas as crianças da casa mas, diferentemente de nós, podia fazer a maior birra sem levar uma calibragem de mamãe.
Pitty não admitia um não como resposta. Era mimado, não gostava de afagos e só tinha um verdadeiro amor na vida: meu irmão mais velho.
Como diria um antigo ministro brasileiro, cachorros também são pessoas, e aquele era uma das mais difíceis. No entanto, nos amávamos profundamente e não posso lembrar dele senão com saudades e lágrimas nos olhos.
quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Formas de lembrar (13): Ex-votos
O ex-voto é um objeto que materializa a gratidão por uma graça alcançada, e pode assumir formatos diversos:
Ex-votos Fotografia Marcelo Müller |
Um ex-voto é uma forma de lembrar a graça alcançada, uma representação da gratidão, que também é consequência da memória.
terça-feira, 13 de novembro de 2018
Patrimônio imaterial - imagens de fé em Juazeiro do Norte (2018)
Fotos autorizadas pelo autor Marcelo Müller - que é o meu marido querido- na romaria de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil (2018):
Fé, esperança, caridade. Pessoas, necessidades e dores.
Aos pés do Padre Cícero - Foto Marcelo Müller |
Benção dos chapéus - Foto Marcelo Müller |
Penitentes - Foto Marcelo Müller |
Flagelo - Foto Marcelo Müller |
Marcadores:
Direito à memória coletiva,
Patrimônio imaterial
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Novo blog de Fabiana
Perdi um livro em minha biblioteca, e já o procuro há alguns dias.
Depois de usar de todos os métodos conhecidos, não consegui encontrá-lo. É uma tarefa acima das minhas forças normais, que exige medidas desesperadas.
Já tentei a serenidade (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/09/serenidade.html), mas não funciona neste caso, então resolvi que vou arrumar a minha biblioteca.
Mas não é simplesmente "arrumar". É agir para que isso nunca mais se repita, então, vou fazer duas coisas:
a) Catalogar todos os livros;
b) Fazer um blog postando cada um deles.
É um longo caminho, mas é preciso percorrê-lo.
Depois de usar de todos os métodos conhecidos, não consegui encontrá-lo. É uma tarefa acima das minhas forças normais, que exige medidas desesperadas.
Já tentei a serenidade (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/09/serenidade.html), mas não funciona neste caso, então resolvi que vou arrumar a minha biblioteca.
Mas não é simplesmente "arrumar". É agir para que isso nunca mais se repita, então, vou fazer duas coisas:
a) Catalogar todos os livros;
b) Fazer um blog postando cada um deles.
É um longo caminho, mas é preciso percorrê-lo.
quinta-feira, 8 de novembro de 2018
Lembrança celebrativa: França versus Pétain
Nesta época em que se comemora o fim da Primeira Guerra Mundial, muitas foram as iniciativas para lembrar fatos e pessoas. A mais polêmica, talvez, venha da França, onde uma homenagem aos marechais que lutaram na guerra abriu uma discussão sobre a possibilidade, ou não, de estendê-la a quem posteriormente foi considerado um traidor da Nação e colaborador nazista.
O Marechal Pétain, que lutou bravamente pela França na Primeira Guerra Mundial, tornou-se uma figura mal vista na Segunda Guerra Mundial por colaborar com os nazistas que invadiram a nação, e foi condenado por traição por isso. Como, então, homenageá-lo pelos feitos da Primeira Guerra, esquecendo os da Segunda?
Eis a questão: https://www.theguardian.com/world/2018/nov/07/nazi-collaborator-phillipe-petain-world-war-stirs-anger
Sem dúvida, a memória é seletiva, e o passado pode ser ressignificado, mas não há como esquecer parte da biografia do personagem para homenageá-lo parcialmente, salvo se a intenção for a reabilitação.
O Marechal Pétain, que lutou bravamente pela França na Primeira Guerra Mundial, tornou-se uma figura mal vista na Segunda Guerra Mundial por colaborar com os nazistas que invadiram a nação, e foi condenado por traição por isso. Como, então, homenageá-lo pelos feitos da Primeira Guerra, esquecendo os da Segunda?
Eis a questão: https://www.theguardian.com/world/2018/nov/07/nazi-collaborator-phillipe-petain-world-war-stirs-anger
Sem dúvida, a memória é seletiva, e o passado pode ser ressignificado, mas não há como esquecer parte da biografia do personagem para homenageá-lo parcialmente, salvo se a intenção for a reabilitação.
Marcadores:
Direito à memória dos mortos
sexta-feira, 2 de novembro de 2018
Resgatando conhecimentos tradicionais (2): forjar utensílios
Existem alguns conhecimentos que acompanham a História da Humanidade desde os primórdios, e que se tornaram banais ou desnecessários ao longo do tempo. Na série "Resgatando conhecimentos Tradicionais" tentamos refletir sobre a importância de manter vivos esses saberes: http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/02/resgatando-conhecimentos-tradicionais.html.
Por exemplo, criar seus próprios utensílios.
Agora se você deseja uma faca ou uma colher é muito fácil, basta comprar. Não para nós, que damos valor ao trabalho artesanal: essa faca foi feita para mim pelo meu irmão, que também fez o arco do primeiro post.
Faca para Fabiana |
Faca e bainha |
Agora alguns ofícios tradicionais voltaram à moda, e há até programas de televisão sobre forjadores e outros saberes antigos. Torço para que mais e mais pessoas dêem valor a essas técnicas, a esses objetos e às pessoas incríveis que os fazem.
Marcadores:
Direito à memória coletiva,
Patrimônio imaterial
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
Trabalhos de Fabiana publicados sobre direito à memória e patrimônio cultural
Vou criar um marcador específico, e postar aqui os meus artigos que estão disponíveis em meio digital, atualizando-o sempre:
http://seer.agu.gov.br/index.php/EAGU/article/view/1975/1702
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/14082/12951
https://revistas.ufpr.br/direito/article/view/50773/33356
https://www.even3.com.br/anais/iiisimposioicomosbrasil/154260-autenticidade-de-bens-culturais--um-olhar-juridico/
http://seer.agu.gov.br/index.php/EAGU/article/view/1975/1702
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/14082/12951
https://revistas.ufpr.br/direito/article/view/50773/33356
https://www.even3.com.br/anais/iiisimposioicomosbrasil/154260-autenticidade-de-bens-culturais--um-olhar-juridico/
quarta-feira, 31 de outubro de 2018
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Formas de lembrar (12): construir abrigos provisórios
Lembrar a peregrinação pelo deserto através da construção de abrigos provisórios (cabanas), nem que seja na varanda do seu apartamento: é assim que os judeus lembram através das sucás.
Para ver a variedade e a beleza dessas tendas, é só dar uma busca na internet.
Construir e permanecer na sucá, cujo plural aparentemente é sucot (ou sukkot), que dá nome à celebração, é uma forma de agradecimento pela colheita e o termômetro para os dias tranquilos ou atribulados em razão do resultado obtido. E mais, uma forma incrível de lembrar.
Lembrar a peregrinação dos antepassados, que continua no presente. Lembrar de ser grato. Lembrar que Deus provê, e lembrar que as colheitas boas e más fazem parte da vida.
Para ver a variedade e a beleza dessas tendas, é só dar uma busca na internet.
Construir e permanecer na sucá, cujo plural aparentemente é sucot (ou sukkot), que dá nome à celebração, é uma forma de agradecimento pela colheita e o termômetro para os dias tranquilos ou atribulados em razão do resultado obtido. E mais, uma forma incrível de lembrar.
Lembrar a peregrinação dos antepassados, que continua no presente. Lembrar de ser grato. Lembrar que Deus provê, e lembrar que as colheitas boas e más fazem parte da vida.
Marcadores:
Direito à memória coletiva,
Patrimônio imaterial
sexta-feira, 26 de outubro de 2018
Fases
Nada pode parar o tempo, mas podemos nos esforçar para preservar a beleza para as próximas gerações.
Fases |
Um trabalho de amor, dedicação e de atenção aos detalhes. O desejo de permitir que as coisas floresçam e se desenvolvam: as folhas de madeira voltem a crescer, os entalhes voltem a brilhar, não como antes, mas com a beleza de agora.
quarta-feira, 24 de outubro de 2018
terça-feira, 23 de outubro de 2018
Conhece-te a ti mesmo, Brasil (12): a questão do imediatismo
"Fulano está vendendo o almoço para comprar o jantar". Essa expressão mostra o sentido de "emergência", a necessidade de resolver os problemas conjunturais quando eles acontecem, sem partir de um planejamento maior (de médio ou longo prazo), ou lidar com as consequências de uma procrastinação que transforma questões em problemas (http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/04/conhece-te-ti-mesmo-brasil-procrastinar.html), e problemas em emergências.
Resolver imediatamente o caso torna-se a obsessão, nem que para isso deixemos de lado as discussões mais profundas que estão na base do iceberg, do qual a emergência é apenas a ponta.
Se a ponta é uma gordurinha localizada? Tome moderadores de apetite, ou adote-se a dieta da moda.
Se a ponta é o bumbum da moda? Injete-se todo tipo de substância bizarra.
O problema do imediatismo é resolver apenas as questões pontuais, deixando de ver a conjuntura de forma mais ampla, e sem sequer pensar profundamente e em prazos médios e longos. Daí tomar decisões ineficazes, ou que não fazem sentido dentro de um cenário específico, são o resultado esperado.
Soluções profundas e sólidas exigem planejamento, fiscalização, adaptação, avaliação de resultados, novo planejamento, fiscalização, adaptação, avaliação de resultados e disciplina, muita disciplina, para fazer tudo isso com metas e objetivos claros e bem traçados, ciclica e incansavelmente.
As virtudes da Constância, Temperança e Prudência são inimigas do imediatismo.
Resolver imediatamente o caso torna-se a obsessão, nem que para isso deixemos de lado as discussões mais profundas que estão na base do iceberg, do qual a emergência é apenas a ponta.
Se a ponta é uma gordurinha localizada? Tome moderadores de apetite, ou adote-se a dieta da moda.
Se a ponta é o bumbum da moda? Injete-se todo tipo de substância bizarra.
O problema do imediatismo é resolver apenas as questões pontuais, deixando de ver a conjuntura de forma mais ampla, e sem sequer pensar profundamente e em prazos médios e longos. Daí tomar decisões ineficazes, ou que não fazem sentido dentro de um cenário específico, são o resultado esperado.
Soluções profundas e sólidas exigem planejamento, fiscalização, adaptação, avaliação de resultados, novo planejamento, fiscalização, adaptação, avaliação de resultados e disciplina, muita disciplina, para fazer tudo isso com metas e objetivos claros e bem traçados, ciclica e incansavelmente.
As virtudes da Constância, Temperança e Prudência são inimigas do imediatismo.
Marcadores:
Direito à memória coletiva
segunda-feira, 8 de outubro de 2018
Citações sobre a memória: Eclesiastes
O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol.
Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.
Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois.
Eclesiastes 1: 9-11
Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.
Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois.
Eclesiastes 1: 9-11
domingo, 30 de setembro de 2018
Manifestações de setembro de 2018
Ontem, dia 29/09/2018, houve diversas manifestações pelo Brasil contra propostas de raiz fascista que dominam o discurso eleitoral. Mais do que uma manifestação contra determinado candidato, parece que os cidadãos foram se manifestar contra certas idéias que vulneram minorias e estimulam a permanência das estruturas autoritárias e violentas na sociedade brasileira, das quais pudemos ter alguns vislumbres nos posts da série "Memória Coletiva e Autoritarismo": http://direitoamemoria.blogspot.com/2012/05/memoria-coletiva-e-autoritarismo.html; http://direitoamemoria.blogspot.com/2012/06/memoria-coletiva-e-autoritarismo-2.html; http://direitoamemoria.blogspot.com/2012/10/memoria-coletiva-e-autoritarismo-3-o.html; http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/06/memoria-coletiva-e-autoritarismo-4.html; http://direitoamemoria.blogspot.com/2016/06/memoria-coletiva-e-autoritarismo-5.html.
Medo, naturalização da violência, uma visão deturpada de ordem pública, recorrente desrespeito aos direitos fundamentais e a negação da diversidade que impede o reconhecimento dos grupos vulneráveis são legados de um autoritarismo não superado. Cicatrizes na nossa memória coletiva, cujos vestígios embasam essa identificação com o discurso violento apresentado como solução e projeto.
É evidente que, por haver um clima democrático, também há aqueles que se manifestam favoráveis a esse tipo de projeto e solução, pela identificação já citada.
Fazendo um recorte breve, desde 2013 assistimos a uma consistente prática de manifestações políticas (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/06/manifestacoes-sobre-direitos.html), não necessariamente partidárias, que demonstram a necessidade de dar maior eficácia aos direitos individuais, sociais, econômicos e políticos, em meio a uma crise de legitimação de instituições e de recessão. Alguns desses direitos históricos estão sendo modificados, suprimidos, acrescidos e ressignificados, mostrando que estamos em meio a uma fase transicional.
Porém, é uma transição sem metas claras.
Ainda é cedo para definir uma narrativa que explique esse nosso tempo, porém acredito que já há alguns aspectos interessantes que deixo aqui registrados, para acompanhar seus desdobramentos:
a) Independentemente do resultado da eleição, o próximo presidente eleito deverá travar uma relação com o Poder Legislativo em novas bases. O sistema de governo do Brasil é Presidencialista, mas comporta-se na prática como parlamentarista: há uma grande interferência do Legislativo na Administração Pública, realizada através da negociação de cargos para acomodar e garantir aliados.
A governabilidade vem sendo garantida por essa capacidade de acomodação o que é de fato muito ruim para a democracia, já que se baseia no loteamento dos cargos. Essa interferência faz com que alguns afirmem o Brasil como semi-presidencialista, mas isso é a cultura política falando, não o texto constitucional.
É preciso delinear melhor os Poderes, aplicando o princípio da separação de forma mais clara.
b) A sociedade civil e os cidadãos parecem começar a se organizar melhor para defender os seus interesses. Destaco a aqui, especialmente, o papel das torcidas organizadas de futebol, que são formas de agremiação multiníveis e apartidárias. A novidade não é misturar política e futebol no Brasil, porque isso sempre ocorreu, mas agora isso ocorre de uma maneira diferente: os times de futebol são algumas das mais antigas agremiações brasileiras, e congregam gerações diversas com um objetivo comum.
Torcer pelo mesmo time, neste ano de 2018, parece que ganhou um novo significado que é, literalmente, compartilhar valores éticos da sua agremiação. Essa é uma novidade interessante.
c) A narrativa democrática vem sendo construída no Brasil. São muitas décadas de autoritarismo e a definição do que a democracia significa para os brasileiros é uma missão inconclusa. Mais do que isso, é uma tarefa cotidiana até ser criado um legado democrático que possa ser repassado às futuras gerações (cf. https://www.conpedi.org.br/publicacoes/66fsl345/8g6821fe/f4ahS97zqGIsp2yR.pdf).
d) A polarização continua, e é sempre entre "extremos", reais ou não: "Direita e Esquerda", "Ele sim/Ele não", "coxinhas e mortadelas". Esse tipo de categorização preliminar, evidentemente, vai perder força e definhar porque não consegue acomodar as diversas variantes do pensar e do querer humanos. É uma simplificação grosseira e deve ser tratada enquanto tal.
e) Há dúvidas sobre a aceitação do resultado das eleições. No ano de 2014, o candidato derrotado não aceitou o resultado, mas dificilmente haveria uma repetição dos procedimentos e consequências que levaram ao impedimento da então presidente.
Como a História não se repete, mas rima, talvez haja desdobramentos não institucionais.
Passadas as eleições, será interessante acompanhar essa nova fase do cenário político brasileiro. Vamos observar e registrar para lembrar e aprender.
Boa sorte a todos nós nas próximas eleições.
Medo, naturalização da violência, uma visão deturpada de ordem pública, recorrente desrespeito aos direitos fundamentais e a negação da diversidade que impede o reconhecimento dos grupos vulneráveis são legados de um autoritarismo não superado. Cicatrizes na nossa memória coletiva, cujos vestígios embasam essa identificação com o discurso violento apresentado como solução e projeto.
É evidente que, por haver um clima democrático, também há aqueles que se manifestam favoráveis a esse tipo de projeto e solução, pela identificação já citada.
Fazendo um recorte breve, desde 2013 assistimos a uma consistente prática de manifestações políticas (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/06/manifestacoes-sobre-direitos.html), não necessariamente partidárias, que demonstram a necessidade de dar maior eficácia aos direitos individuais, sociais, econômicos e políticos, em meio a uma crise de legitimação de instituições e de recessão. Alguns desses direitos históricos estão sendo modificados, suprimidos, acrescidos e ressignificados, mostrando que estamos em meio a uma fase transicional.
Porém, é uma transição sem metas claras.
Ainda é cedo para definir uma narrativa que explique esse nosso tempo, porém acredito que já há alguns aspectos interessantes que deixo aqui registrados, para acompanhar seus desdobramentos:
a) Independentemente do resultado da eleição, o próximo presidente eleito deverá travar uma relação com o Poder Legislativo em novas bases. O sistema de governo do Brasil é Presidencialista, mas comporta-se na prática como parlamentarista: há uma grande interferência do Legislativo na Administração Pública, realizada através da negociação de cargos para acomodar e garantir aliados.
A governabilidade vem sendo garantida por essa capacidade de acomodação o que é de fato muito ruim para a democracia, já que se baseia no loteamento dos cargos. Essa interferência faz com que alguns afirmem o Brasil como semi-presidencialista, mas isso é a cultura política falando, não o texto constitucional.
É preciso delinear melhor os Poderes, aplicando o princípio da separação de forma mais clara.
b) A sociedade civil e os cidadãos parecem começar a se organizar melhor para defender os seus interesses. Destaco a aqui, especialmente, o papel das torcidas organizadas de futebol, que são formas de agremiação multiníveis e apartidárias. A novidade não é misturar política e futebol no Brasil, porque isso sempre ocorreu, mas agora isso ocorre de uma maneira diferente: os times de futebol são algumas das mais antigas agremiações brasileiras, e congregam gerações diversas com um objetivo comum.
Torcer pelo mesmo time, neste ano de 2018, parece que ganhou um novo significado que é, literalmente, compartilhar valores éticos da sua agremiação. Essa é uma novidade interessante.
c) A narrativa democrática vem sendo construída no Brasil. São muitas décadas de autoritarismo e a definição do que a democracia significa para os brasileiros é uma missão inconclusa. Mais do que isso, é uma tarefa cotidiana até ser criado um legado democrático que possa ser repassado às futuras gerações (cf. https://www.conpedi.org.br/publicacoes/66fsl345/8g6821fe/f4ahS97zqGIsp2yR.pdf).
d) A polarização continua, e é sempre entre "extremos", reais ou não: "Direita e Esquerda", "Ele sim/Ele não", "coxinhas e mortadelas". Esse tipo de categorização preliminar, evidentemente, vai perder força e definhar porque não consegue acomodar as diversas variantes do pensar e do querer humanos. É uma simplificação grosseira e deve ser tratada enquanto tal.
e) Há dúvidas sobre a aceitação do resultado das eleições. No ano de 2014, o candidato derrotado não aceitou o resultado, mas dificilmente haveria uma repetição dos procedimentos e consequências que levaram ao impedimento da então presidente.
Como a História não se repete, mas rima, talvez haja desdobramentos não institucionais.
Passadas as eleições, será interessante acompanhar essa nova fase do cenário político brasileiro. Vamos observar e registrar para lembrar e aprender.
Boa sorte a todos nós nas próximas eleições.
segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Memória Poética: Pablo Neruda
SI TÚ ME OLVIDAS
QUIERO que sepas
una cosa.
una cosa.
Tú sabes cómo es esto:
si miro
la luna de cristal, la rama roja
del lento otoño en mi ventana,
si toco
junto al fuego
la impalpable ceniza
o el arrugado cuerpo de la leña,
todo me lleva a ti,
como si todo lo que existe,
aromas, luz, metales,
fueran pequeños barcos que navegan
hacia las islas tuyas que me aguardan.
si miro
la luna de cristal, la rama roja
del lento otoño en mi ventana,
si toco
junto al fuego
la impalpable ceniza
o el arrugado cuerpo de la leña,
todo me lleva a ti,
como si todo lo que existe,
aromas, luz, metales,
fueran pequeños barcos que navegan
hacia las islas tuyas que me aguardan.
Ahora bien,
si poco a poco dejas de quererme
dejaré de quererte poco a poco.
si poco a poco dejas de quererme
dejaré de quererte poco a poco.
Si de pronto
me olvidas
no me busques,
que ya te habré olvidado.
me olvidas
no me busques,
que ya te habré olvidado.
Si consideras largo y loco
el viento de banderas
que pasa por mi vida
y te decides
a dejarme a la orilla
del corazón en que tengo raíces,
piensa
que en ese día,
a esa hora
levantaré los brazos
y saldrán mis raíces
a buscar otra tierra.
el viento de banderas
que pasa por mi vida
y te decides
a dejarme a la orilla
del corazón en que tengo raíces,
piensa
que en ese día,
a esa hora
levantaré los brazos
y saldrán mis raíces
a buscar otra tierra.
Pero
si cada día,
cada hora
sientes que a mí estás destinada
con dulzura implacable.
Si cada día sube
una flor a tus labios a buscarme,
ay amor mío, ay mía,
en mí todo ese fuego se repite,
en mí nada se apaga ni se olvida,
mi amor se nutre de tu amor, amada,
y mientras vivas estará en tus brazos
sin salir de los míos.
si cada día,
cada hora
sientes que a mí estás destinada
con dulzura implacable.
Si cada día sube
una flor a tus labios a buscarme,
ay amor mío, ay mía,
en mí todo ese fuego se repite,
en mí nada se apaga ni se olvida,
mi amor se nutre de tu amor, amada,
y mientras vivas estará en tus brazos
sin salir de los míos.
____________
Comentário: Pode parecer um poema sobre o esquecimento mas na verdade é um compromisso de lembrar do amor recíproco, e de como até mesmo as pequenas coisas podem ser os suportes da lembrança de um grande amor.
Obrigada, Flávia, pelo poema, mas nós não caímos mais nesse tipo de conversa, ¿verdad?
Obrigada, Flávia, pelo poema, mas nós não caímos mais nesse tipo de conversa, ¿verdad?
domingo, 23 de setembro de 2018
Direito à memória dos mortos: veracidade e integridade do passado de José Jobim
O Embaixador José Jobim foi uma testemunha importante da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu e, segundo afirma-se, iria denunciar o seu superfaturamento, sendo assassinado por isso:
https://epoca.globo.com/diplomata-foi-morto-pela-ditadura-antes-de-denunciar-corrupcao-no-regime-confirma-nova-certidao-23089585
Em 2018, o Estado Brasileiro reconhece o homicídio, retificando o atestado de óbito de suicídio para homicídio. Dificilmente saberemos quem o matou e mandou matar, e provavelmente nunca saberemos se a obra de Itaipu foi superfaturada, quem roubou e mandou roubar.
O Erário Público, mais uma vez, também será uma vítima indefesa.
https://epoca.globo.com/diplomata-foi-morto-pela-ditadura-antes-de-denunciar-corrupcao-no-regime-confirma-nova-certidao-23089585
Em 2018, o Estado Brasileiro reconhece o homicídio, retificando o atestado de óbito de suicídio para homicídio. Dificilmente saberemos quem o matou e mandou matar, e provavelmente nunca saberemos se a obra de Itaipu foi superfaturada, quem roubou e mandou roubar.
O Erário Público, mais uma vez, também será uma vítima indefesa.
quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Lugar inesquecível (2): o quintal da sogra
"Casa da sogra" é uma expressão utilizada para indicar um lugar desordenado, onde reina a confusão. Deve ser da mesma circunscrição da "Casa da Mãe Joana" que, inclusive, deve ser sogra de alguém.
Evidentemente, quem cunhou essa expressão não conheceu a minha, cuja casa é tão bonita e arrumadinha. Tudo no devido lugar, cheirando a limpeza e sol, e enfeitada com muitas, muitas flores, de todos os tipos e cores, cultivadas com disciplina, amor e muito trabalho diário.
Tudo isso para dizer que ela, como o meu irmão (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/10/lugar-inesquecivel-o-quintal-do-meu.html), também possui um quintal mágico, com árvores frutíferas, plantas medicinais, e as tais lindas flores.
Olha só:
Espaço cheio de vida, e toda vida vale: o passarinho, o gato, a menina, o alecrim, a sogra, os vizinhos, os espíritos, todos convivendo, cada um com seu adubo especial.
Evidentemente, quem cunhou essa expressão não conheceu a minha, cuja casa é tão bonita e arrumadinha. Tudo no devido lugar, cheirando a limpeza e sol, e enfeitada com muitas, muitas flores, de todos os tipos e cores, cultivadas com disciplina, amor e muito trabalho diário.
Tudo isso para dizer que ela, como o meu irmão (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/10/lugar-inesquecivel-o-quintal-do-meu.html), também possui um quintal mágico, com árvores frutíferas, plantas medicinais, e as tais lindas flores.
Olha só:
Casa da Sogra. |
Pequena visão entre as folhas e flores. |
Uma entre tantas lindas flores de Karen. |
Espaço cheio de vida, e toda vida vale: o passarinho, o gato, a menina, o alecrim, a sogra, os vizinhos, os espíritos, todos convivendo, cada um com seu adubo especial.
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Lidar com o passado (1): Alemanha e Nazismo
A Embaixada da Alemanha no Brasil publicou um vídeo para mostrar como é o ensino de História lá, e que não temem abordar assuntos difíceis, como o nazismo: https://twitter.com/Alemanha_BR/status/1037303279724781568.
É breve mas vale a pena para explicar que aprender História não ocorre só na escola, mas através da própria leitura da cidade e dos seus monumentos, através das memórias familiares, e também que História não é só o passado, mas o presente e, no caso do Nazismo, a necessidade de combater os ideais remanescentes diariamente.
(Aqui faço um breve parêntese para dizer que o vídeo não explica, mas para nós brasileiros seria uma grande lição a ser aprendida, que lidar com o passado é uma política pública. A forma como se constrói a narrativa histórica, que tipo de valores essa narrativa vai legar aos futuros cidadãos, e a sua eficácia, serão determinantes para a compreensão dos fatos históricos.)
É por isso que negar o Holocausto é crime, e é por isso que lá, como aqui, os símbolos nazistas são proibidos.
Lá na Alemanha, a herança desse passado é encarada de frente, com responsabilidade e constitui uma política pública, que tem até nome próprio: Vergangenheitsbewältigung. A idéia é garantir que esse tipo de ideologia racista e destrutiva não volte a matar pessoas.
A idéia saudável é fomentar a discussão e a reflexão, mas não foi isso que aconteceu no Brasil. Alguns brasileiros acham que podem, sem nenhum embasamento, discordar da forma como a Alemanha representa e apresenta o seu passado: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/13/politica/1536853605_958656.html?%3Fid_externo_rsoc=FB_BR_CM.
A polarização "direita-esquerda-volver" apareceu de uma forma bem estranha nessa polêmica porque a suposta extrema direita brasileira quer afirmar que o Nazismo é uma ideologia de esquerda (?) e que Hitler possui características que o aproximam de ditadores de esquerda. Como se isso fosse o suficiente e o necessário para legitimar a sua própria ideologia.
Enfim, e independentemente de entrar no mérito dessa discussão, novamente pecamos pelo princípio e pela forma: de não saber discutir idéias, e reduzir as discussões à polarização infrutífera que por vezes nega a realidade e tenta desfigurar arbitrariamente o passado.
E nega a dor das pessoas.
O vídeo deveria suscitar a discussão de como é importante lidar com o passado, e não fingir que ele não aconteceu, ou que pode "desacontecer" ou ser "desacontecido". A reflexão poderia ser: como podemos aprender a lidar com os nossos traumas históricos, a partir do exemplo alemão?
Com esse vídeo, oficialmente agora é 8 x 1 para a Alemanha.
sábado, 15 de setembro de 2018
Delenda est
O esquecimento é uma forma de destruição. Observem: https://www.huffpostbrasil.com/entry/hillary-clinton-helen-keller-cut-from-texas-courses_us_5b9c8a93e4b013b0977af5f7
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Bolinho de chuva
Quando era pequena lia os livros de Monteiro Lobato, especialmente a coleção do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Já falei do autor e dos seus personagens em outras postagens (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/01/o-dia-do-saci.html, http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/07/memoria-brasileira-o-petroleo-e-nosso.html), a quem atribuo minha preocupação com o Saci e agradeço por haver aprendido a palavra sinclinal.
Mas três coisas nunca me saíram da cabeça: o vestido do casamento de Narizinho, feito por Dona Aranha, que tinha a cor do mar e os peixinhos nadavam nele (!), a canastra de Emília (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/03/arco-da-velha.html), e o bolinho de chuva de Tia Nastácia.
Sem dúvida, esse último passou a ser o objeto do meu desejo simplesmente porque é comestível.
Infelizmente, esse doce não é da minha região e eu nunca o vi, até hoje. Demorou, mas a minha vez chegou. O meu marido sabe fazer bolinhos de chuva.
Vou dizer de novo, mas de outro jeito: o meu marido sabe fazer os bolinhos de chuva de Tia Nastácia.
Na semana passada, do nada e depois de tantos anos casados, ele disse que estava com vontade de fazer bolinhos de chuva. E eu fiquei parada, sem saber o que dizer, boquiaberta.
E hoje ele fez:
E eu comi, muitos, muitos, bolinhos de chuva. Finalmente.
Mas três coisas nunca me saíram da cabeça: o vestido do casamento de Narizinho, feito por Dona Aranha, que tinha a cor do mar e os peixinhos nadavam nele (!), a canastra de Emília (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/03/arco-da-velha.html), e o bolinho de chuva de Tia Nastácia.
Sem dúvida, esse último passou a ser o objeto do meu desejo simplesmente porque é comestível.
Infelizmente, esse doce não é da minha região e eu nunca o vi, até hoje. Demorou, mas a minha vez chegou. O meu marido sabe fazer bolinhos de chuva.
Vou dizer de novo, mas de outro jeito: o meu marido sabe fazer os bolinhos de chuva de Tia Nastácia.
Na semana passada, do nada e depois de tantos anos casados, ele disse que estava com vontade de fazer bolinhos de chuva. E eu fiquei parada, sem saber o que dizer, boquiaberta.
E hoje ele fez:
Bolinhos de chuva segundos antes da devastação |
E eu comi, muitos, muitos, bolinhos de chuva. Finalmente.
sábado, 8 de setembro de 2018
Restruição (6): Salve Maria
Restruição, quando a restauração provoca um dano em um bem cultural. Já carpimos e sofremos aqui no blog pelo Ecce Homo da Iglesia de Borja (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/08/restruicao.html), pela máscara de Tutancamon (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/01/restruicao-2-iconica-mascara-dourada-de.html), pela fonte de Ibitinga (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/07/restruicao-3-o-caso-da-fonte-de-ibitinga.html), pelo Castillo de Matrera (http://direitoamemoria.blogspot.com/2016/03/restruicao-4-o-caso-do-castillo-de.html), e pelo pobre São Jorge (http://direitoamemoria.blogspot.com/2018/06/restruicao-5-salve-sao-jorge.html).
Agora nem a Sagrada Família escapou: Maria, Jesus e Sant'Ana ganharam cores fluorescentes: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/restaura%C3%A7%C3%A3o-desastrosa-colore-escultura-de-maria-e-jesus-na-espanha/ar-BBN1hLX.
¿Qué pasa, España?
Agora nem a Sagrada Família escapou: Maria, Jesus e Sant'Ana ganharam cores fluorescentes: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/restaura%C3%A7%C3%A3o-desastrosa-colore-escultura-de-maria-e-jesus-na-espanha/ar-BBN1hLX.
¿Qué pasa, España?
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
A destruição do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista
Mais uma perda irreparável no Brasil:
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/02/incendio-atinge-a-quinta-da-boa-vista-rio.ghtml
😢
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/09/02/incendio-atinge-a-quinta-da-boa-vista-rio.ghtml
😢
domingo, 2 de setembro de 2018
Exumando a História: a batalha dos restos mortais de Franco
Observem: https://elpais.com/politica/2018/08/24/actualidad/1535068644_179548.html
O governo espanhol pretende exumar o restos mortais de Franco, por discordar da forma e do local onde jazem. É uma questão simbólica de qual valor - e qual memória - vai ser atribuído ao personagem.
É um personagem histórico? Sem dúvida. Como entrará para a História? Essa é a questão.
O governo espanhol pretende exumar o restos mortais de Franco, por discordar da forma e do local onde jazem. É uma questão simbólica de qual valor - e qual memória - vai ser atribuído ao personagem.
É um personagem histórico? Sem dúvida. Como entrará para a História? Essa é a questão.
quarta-feira, 8 de agosto de 2018
Divulgação: Pasta Grannies
Esse canal do Youtube é muito legal: https://www.youtube.com/user/pastagrannies.
Fala da preservação do modo de fazer pasta pelas vovós italianas, transmitindo o saber.
Melhor do que isso só mesmo comer todas essas delícias.
Fala da preservação do modo de fazer pasta pelas vovós italianas, transmitindo o saber.
Melhor do que isso só mesmo comer todas essas delícias.
Marcadores:
Divulgação,
Patrimônio imaterial
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
Souvenir (16): Pamplona, Navarra.
Navaaaaaaaaaaaaaarra!
Trouxe um lenço, que compõe a vestimenta daqueles que participam de Sanfermines, para lembrar:
E lembro com o coração aquecido e um sorriso: http://direitoamemoria.blogspot.com/2018/02/boas-lembrancaspamplooona.html
domingo, 5 de agosto de 2018
terça-feira, 31 de julho de 2018
sábado, 28 de julho de 2018
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Diálogo surreal (14): sobre coercitividade e bebês.
-Vou escrever. Senta aí, Fabiana, disse Benjamin, com a autoridade dos seus dois anos.
- O que você está escrevendo?
- O nome.
Rabisca, rabisca, rabisca.
- Está lindo, vou lavar louça.
- Não pode, senta aí. Você está de castigo.
- Eu estou de castigo? Por que?
Rabisca, rabisca, rabisca. E disfarça.
- O que eu fiz para estar de castigo?
Rabisca, pensa, disfarça.
- Eu não fiz nada de errado. Então não estou de castigo. Nullum crimen, nulla poena sine lege, Benjamin. Além do mais, você não pode me colocar de castigo. Você não é a minha mãe.
Benjamin sorriu, achando graça no Latim, e virou para mãe dele e disse: "Milena, coloca ela de castigo".
- Assim não vale. Ela não é a minha mãe. Só vovó Irá pode.
Rabisca, rabisca, pensa...
Dá um sorriso lindo para a Tia Fabiana e diz, resolvendo tudo: fica sentada de castigo porque você está feliz.
____________
Boa tentativa, Benjamin, mas não é assim que funciona com Tia Fabiana.
- O que você está escrevendo?
- O nome.
Rabisca, rabisca, rabisca.
- Está lindo, vou lavar louça.
- Não pode, senta aí. Você está de castigo.
- Eu estou de castigo? Por que?
Rabisca, rabisca, rabisca. E disfarça.
- O que eu fiz para estar de castigo?
Rabisca, pensa, disfarça.
- Eu não fiz nada de errado. Então não estou de castigo. Nullum crimen, nulla poena sine lege, Benjamin. Além do mais, você não pode me colocar de castigo. Você não é a minha mãe.
Benjamin sorriu, achando graça no Latim, e virou para mãe dele e disse: "Milena, coloca ela de castigo".
- Assim não vale. Ela não é a minha mãe. Só vovó Irá pode.
Rabisca, rabisca, pensa...
Dá um sorriso lindo para a Tia Fabiana e diz, resolvendo tudo: fica sentada de castigo porque você está feliz.
____________
Boa tentativa, Benjamin, mas não é assim que funciona com Tia Fabiana.
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Vandalismo no Coliseu
Por que? https://g1.globo.com/mundo/noticia/brasileiro-de-17-anos-e-denunciado-por-vandalismo-apos-gravar-inicial-no-coliseu-em-roma.ghtml
Lembrando que aqui, lá, e em todo lugar, destruir bens culturais é imperdoável, além de ser crime.
Em 2013, outro adolescente pichou um templo no Egito tentando imortalizar o seu nome, lembram? http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/05/vandalismo-em-templo-egipcio.html.
Eu lembro.
Lembrando que aqui, lá, e em todo lugar, destruir bens culturais é imperdoável, além de ser crime.
Em 2013, outro adolescente pichou um templo no Egito tentando imortalizar o seu nome, lembram? http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/05/vandalismo-em-templo-egipcio.html.
Eu lembro.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
sábado, 14 de julho de 2018
sexta-feira, 29 de junho de 2018
Memória Poética - Zé Ramalho
Numa luta de gregos e troianos
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a história de um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor
Alexandre figura desumana
Fundador da famosa Alexandria
Conquistava na Grécia e destruía
Quase toda a população Tebana
A beleza atrativa de Roxana
Dominava o maior conquistador
E depois de vencê-la, o vencedor
Entregou-se à pagã mais que formosa
Mulher nova bonita e carinhosa
Faz um homem gemer sem sentir dor
A mulher tem na face dois brilhantes
Condutores fiéis do seu destino
Quem não ama o sorriso feminino
Desconhece a poesia de Cervantes
A bravura dos grandes navegantes
Enfrentando a procela em seu furor
Se não fosse a mulher mimosa flor
A história seria mentirosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor
Virgulino Ferreira, o Lampião
Bandoleiro das selvas nordestinas
Sem temer a perigo nem ruínas
Foi o rei do cangaço no sertão
Mas um dia sentiu no coração
O feitiço atrativo do amor
A mulata da terra do condor
Dominava uma fera perigosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor
(Canção "Mulher nova, bonita e carinhosa", de Zé Ramalho).
____________________
Os fatos históricos não são tão precisos, mas a verdade é que as histórias de amor atravessam gerações, e, até nelas, quem conta um conto, aumenta um ponto.
quinta-feira, 28 de junho de 2018
Sonhos e memórias
Alguns dizem que sonhos são formas de lembrar, e outros que são formas de ver o futuro. E há quem diga que são uma forma de faxina, utilizada pelo cérebro para se livrar de impressões.
Não sei do que são feitos os sonhos, mas os meus são bem interessantes. Até já participei de uma passeata pela preservação do torrone (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/06/salvem-o-torrone.html)
Ultimamente, estou sonhando muito com provas e exames, fonte de muita angústia. Volto ao colégio e estou sempre sem as minhas tarefas. Estou sempre na iminência de fazer uma prova para a qual não estudei, e no limite de ser reprovada em alguma coisa.
Vixe.
Não sei do que são feitos os sonhos, mas os meus são bem interessantes. Até já participei de uma passeata pela preservação do torrone (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/06/salvem-o-torrone.html)
Ultimamente, estou sonhando muito com provas e exames, fonte de muita angústia. Volto ao colégio e estou sempre sem as minhas tarefas. Estou sempre na iminência de fazer uma prova para a qual não estudei, e no limite de ser reprovada em alguma coisa.
Vixe.
quarta-feira, 27 de junho de 2018
Arqueologia fascinante (5): escavando Woodstock.
Arqueólogos, sempre mexendo em locais sagrados: http://www.abc.es/cultura/musica/abci-arqueologos-rastrean-woodstock-para-reconstruir-gran-festival-hippie-1969-201806251021_noticia.html
Marcadores:
Direito à memória coletiva,
Patrimônio material
terça-feira, 26 de junho de 2018
Restruição (5): Salve (são) Jorge
Restruição, quando a restauração provoca um dano em um bem cultural. Já carpimos e sofremos aqui no blog pelo Ecce Homo da Iglesia de Borja (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/08/restruicao.html), pela máscara de Tutancamon (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/01/restruicao-2-iconica-mascara-dourada-de.html), pela fonte de Ibitinga (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/07/restruicao-3-o-caso-da-fonte-de-ibitinga.html) e peo Castillo de Matrera (http://direitoamemoria.blogspot.com/2016/03/restruicao-4-o-caso-do-castillo-de.html.
Eis que até um santo virou vítima de restruição na Espanha: https://https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44618307?ocid=socialflow_facebook.
Vamos chorar e ranger os dentes.
Rezemos.
Eis que até um santo virou vítima de restruição na Espanha: https://https://www.bbc.com/portuguese/internacional-44618307?ocid=socialflow_facebook.
Vamos chorar e ranger os dentes.
Rezemos.
domingo, 24 de junho de 2018
Lembrar Cássia Eller
Cássia Rejane Eller é uma grande cantora brasileira, falecida em 2001.
Eu adoro música em geral, qualquer gênero, e já fiz até uma lista das músicas brasileiras que eu adoro (http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/07/dez-musicas-brasileiras-que-eu-adoro.html). Músicas são as trilhas sonoras da minha vida e das minhas memórias (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/10/musicas-e-lembrancas.html), ilustram sentimentos e desejos (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/04/musicas-de-um-tempo-em-que-o-mundo.html?m=0).
Tudo isso para dizer que acho, só acho, que todas elas seriam melhor com Cássia Eller. Qualquer uma. Qualquer estilo. Qualquer época.
Hoje passei o dia ouvindo-a cantar, assisti a um belo documentário sobre a sua vida e carreira, ouvi entrevistas. Hoje foi o dia de lembrar dela.
Mas também lembrei de uma fase da minha vida tão interessante, há uns dezessete anos. Fui morar sozinha - contrariando a vontade dos meus pais - , fiz um monte de coisas diferentes, experiências que ajudaram a construir a minha identidade. Eu andava na rua, tomava os meus pileques quando queria (mas não dirigia), fazia o que queria, e ainda tinha tempo para cantar.
Os príncipes viraram uns chatos, que viviam dando no meu saco. Parei de pensar que eles existiam, e isso foi muito libertador. Tudo bem, eu nunca tentei ser uma princesa mesmo.
Essa foi uma época de libertação, de ganhar malandragem para a vida, e a trilha sonora foi de Cássia Eller.
Eu gostava de vê-la cantar no palco, achava bonito. Aliás, para mim existem duas cantoras belas de ver cantar: Clara Nunes (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/09/lembrar-clara-nunes.html) e ela.
Em tempos onde se discute tanto sobre o feminino, o feminismo, diga-se uma reflexão oportuna e necessária, especialmente para nós brasileiras, para mim foi ela quem melhor demonstrou a importância de ser livre.
Era irrelevante o "como": se ela usava um moicano verde, se bebia, se gritava, ou sei lá. Tudo o que importava para mim, e ainda é assim, eram as suas idéias de liberdade, a música, e aquela voz.
Que voz.
Eu adoro música em geral, qualquer gênero, e já fiz até uma lista das músicas brasileiras que eu adoro (http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/07/dez-musicas-brasileiras-que-eu-adoro.html). Músicas são as trilhas sonoras da minha vida e das minhas memórias (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/10/musicas-e-lembrancas.html), ilustram sentimentos e desejos (http://direitoamemoria.blogspot.com/2013/04/musicas-de-um-tempo-em-que-o-mundo.html?m=0).
Tudo isso para dizer que acho, só acho, que todas elas seriam melhor com Cássia Eller. Qualquer uma. Qualquer estilo. Qualquer época.
Hoje passei o dia ouvindo-a cantar, assisti a um belo documentário sobre a sua vida e carreira, ouvi entrevistas. Hoje foi o dia de lembrar dela.
Mas também lembrei de uma fase da minha vida tão interessante, há uns dezessete anos. Fui morar sozinha - contrariando a vontade dos meus pais - , fiz um monte de coisas diferentes, experiências que ajudaram a construir a minha identidade. Eu andava na rua, tomava os meus pileques quando queria (mas não dirigia), fazia o que queria, e ainda tinha tempo para cantar.
Os príncipes viraram uns chatos, que viviam dando no meu saco. Parei de pensar que eles existiam, e isso foi muito libertador. Tudo bem, eu nunca tentei ser uma princesa mesmo.
Essa foi uma época de libertação, de ganhar malandragem para a vida, e a trilha sonora foi de Cássia Eller.
Eu gostava de vê-la cantar no palco, achava bonito. Aliás, para mim existem duas cantoras belas de ver cantar: Clara Nunes (http://direitoamemoria.blogspot.com/2011/09/lembrar-clara-nunes.html) e ela.
Em tempos onde se discute tanto sobre o feminino, o feminismo, diga-se uma reflexão oportuna e necessária, especialmente para nós brasileiras, para mim foi ela quem melhor demonstrou a importância de ser livre.
Era irrelevante o "como": se ela usava um moicano verde, se bebia, se gritava, ou sei lá. Tudo o que importava para mim, e ainda é assim, eram as suas idéias de liberdade, a música, e aquela voz.
Que voz.
quinta-feira, 31 de maio de 2018
Direito ao esquecimento (CNJ)
Olha que interessante:
Fonte: https://www.pikcat.com/tag/cnj |
Sobre precedentes: http://www.stj.jus.br/sites/STJ/default/pt_BR/Comunica%C3%A7%C3%A3o/noticias/Not%C3%ADcias/Direito-ao-esquecimento-relativiza-avalia%C3%A7%C3%A3o-de-antecedentes-baseada-em-condena%C3%A7%C3%A3o-de-25-anos-atr%C3%A1s
quarta-feira, 30 de maio de 2018
Em memória de Audálio Dantas
Hoje faleceu o jornalista Audálio Dantas: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/jornalista-audalio-dantas-morre-em-sao-paulo.ghtml.
É autor do livro "As duas guerras de Vlado Herzog" que consta na seção "Sugestão de Leitura" ou "Fabiana recomenda" aqui no final do blog, à direita.
Apesar do belo sobrenome não é meu parente, e sinto como se o conhecesse porque já dialoguei com suas idéias em artigos que escrevi. É parte das minhas referências mas, mais do que disse e escreveu, tocou-me pelo que fez pela memória do falecido amigo Herzog.
Há uma foto histórica dele, sozinho, ao lado do caixão de Vladimir Herzog no velório, que para mim é o símbolo de lealdade e solidariedade, da perplexidade, da tristeza e saudade, tudo em um gesto, captado pela sensibilidade da fotógrafa Elvira Alegre.
Para ver a fotografia, que não vou reproduzir em respeito aos direitos da autora, basta colocar os nomes Dantas e Herzog em sítios de busca, ou vê-la aqui, nessa reportagem que fala sobre a fotógrafa: https://jornalggn.com.br/noticia/as-imagens-do-velorio-de-herzog-registradas-por-uma-jovem-fotojornalista.
É autor do livro "As duas guerras de Vlado Herzog" que consta na seção "Sugestão de Leitura" ou "Fabiana recomenda" aqui no final do blog, à direita.
Apesar do belo sobrenome não é meu parente, e sinto como se o conhecesse porque já dialoguei com suas idéias em artigos que escrevi. É parte das minhas referências mas, mais do que disse e escreveu, tocou-me pelo que fez pela memória do falecido amigo Herzog.
Há uma foto histórica dele, sozinho, ao lado do caixão de Vladimir Herzog no velório, que para mim é o símbolo de lealdade e solidariedade, da perplexidade, da tristeza e saudade, tudo em um gesto, captado pela sensibilidade da fotógrafa Elvira Alegre.
Para ver a fotografia, que não vou reproduzir em respeito aos direitos da autora, basta colocar os nomes Dantas e Herzog em sítios de busca, ou vê-la aqui, nessa reportagem que fala sobre a fotógrafa: https://jornalggn.com.br/noticia/as-imagens-do-velorio-de-herzog-registradas-por-uma-jovem-fotojornalista.
Assinar:
Postagens (Atom)