O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Imagens do Camino: o início





A travessia dos Pireneus, em condições complexas.

O início foi difícil, mas apenas com as dificuldades do início.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Fabiana refletindo- Foto: Marcelo Müller

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Formas de lembrar (11) : uma placa

Uma placa que é uma ordem:

A ordem é lembrar
Foto: Fabiana Dantas

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Diálogo surreal (13): Sobre a Fada do Dente

É uma tradição através da qual os dentes de leite caídos são indenizados por uma entidade sobrenatural chamada Fada do Dente.  O dente deve ser depositado embaixo do travesseiro para ser substituído por dinheiro.

Realmente não sei a origem da tradição, nem tenho a intenção de estudar esse tema no momento, embora reconheça o seu valor simbólico e econômico, mas lembro que eu também fui visitada pela Fada do Dente quando era pequena e recebi pequenas compensações financeiras pela minha banguelice.

O diálogo abaixo aconteceu entre a minha irmã e o seu filho, então pequenino, sobre a Fada do Dente. Ele perdeu um dentinho, e  o colocou embaixo do travesseiro. Agora posso dizer (crianças, parem de ler essa postagem imediatamente) que os pais ou responsáveis colocam o dinheiro embaixo do travesseiro e a minha irmã, infelizmente, esqueceu de fazê-lo:

- Mamãe, mamãe! Veio ele sonolento do quarto, segurando um dentinho na mão, com uma carinha desapontada.   "A Fada do Dente não colocou o dinheiro dessa vez e deixou o dente".

- É meu filho, não se preocupe. Coloque o seu dentinho embaixo do travesseiro hoje pois tenho CERTEZA de que ela vai aparecer.

- Mamãe, acho que a Fada do Dente veio, mas não pôde deixar o dinheiro e pegar o dente porque era substituta. Uma Fada do Dente Substituta.

- Como? A mãe perguntou, já com vontade de rir. Por que você pensou isso?

- É, mamãe,  ela deve ter vindo, olhou o dente mas, como é substituta, não podia pegar e deixar o dinheiro.  Tem que esperar a Fada principal voltar. Ela deve estar doente.  Lá na escola também é assim, os professores substitutos não podem aplicar prova.

Nessa noite, após melhorar de uma gripe que só atinge as Fadas, a titular voltou e indenizou o dentinho.

Moral da história: se você quiser continuar acreditando em Fadas do Dente - titulares ou substitutas - é hora de começar a bater palmas.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Formas de lembrar (10): gravar e repetir

A etimologia da palavra record, em Inglês, aponta para gravar algo na memória, tornando possível evocar a informação guardada profundamente, no coração.

Sobre essa relação entre a memória e o coração, citamos em uma postagem anterior (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2011/11/memoria-do-direito.html )que a palavra em Português "decorar" (do Latim de cor), saber de coração, tem similar origem porque esse órgão era tido como a sede dos sentimentos, da inteligência e do saber (CUNHA, 2001, p. 216).

Geralmente, associamos a idéia de gravar uma informação através de meios mecânicos. Mas, e se o meio de gravar e reproduzir for através de um pássaro? Já vimos que alguns pássaros podem reproduzir incrivelmente alguns sons, como o inacreditável pássaro-lira (http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2012/02/passaro-lira-e-memoria-sonora.html)

Pois bem, diz-se que o pássaro de Winston Churchill (será?) aprendeu a xingar os nazistas como só o primeiro-ministro faria: https://noticias.uol.com.br/tabloide/ultimas-noticias/tabloideanas/2004/01/19/aos-104-arara-de-churchill-continua-xingando-hitler-e-os-nazistas.htm

A notícia é antiga, e não consegui descobrir se Charlie - o pássaro - ainda está vivo e xingando, nem se é verdadeira.

Mas se for, e torço para isso, é uma ótima maneira de ouvir e aprender o que Churchill pensava sobre assunto.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Patrimônio cultural familiar (5): contar um conto



Famílias não são apenas afetos e desafetos entre pessoas.  São estruturas que permitem a criação, manutenção e transmissão de modos de viver, fazeres e saberes.

As famílias, como qualquer outro grupo, também têm a sua identidade e o seu patrimônio cultural.  A herança de uma família vai além dos meros bens econômicos: há todo um acervo de valores imateriais e culturais transmitidos através das gerações.  Refletimos sobre aspectos desse importante acervo nos posts http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2015/08/patrimonio-cultural-familiar.html , http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2017/04/patrimonio-cultural-familiar-2-arte-de.htmlhttps://direitoamemoria.blogspot.com.br/2017/05/patrimonio-cultural-familiar-3.html?m=0 e http://direitoamemoria.blogspot.com.br/2017/12/patrimonio-cultural-familiar-4-os-fatos.html


Os conhecimentos transmitidos através das gerações podem ultrapassar a importância do grupo familiar e constituir-se em um importante documento de um tempo ou um modo de fazer, com acontece com uma interessante tradição familiar no Rio Grande do Norte, confira: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42996543.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Diálogo surreal: especial de carnaval

Essa sou eu, tentando fazer exercícios às 5 da manhã, e ao encontrar uma amiga no parque, puxo uma conversa baseada nos lugares-comuns adequados à época do ano:

- Fabiana:  Bom dia!  Tudo bem?  Agora que o carnaval acabou e o ano começou de verdade, vamos começar fazendo exercício, né não?

- Acabou o carnaval? Acabou nada, tem até domingo.  No sábado vou para o bloco "não sei o que", que vai sair.

- Bloco "não sei o que"? Não conheço.  Sai onde?
- Não sei.
- Não sabe o que? O bloco ou onde sai?
- Os dois.
-"Não sei o que" é o nome do bloco?
- Sei não.
- Espera um pouco.  Você disse que no sábado vai atrás de um bloco chamado "não sei o que?", ou vai atrás sem sequer saber o nome do bloco?
- Exatamente, não sei o nome do bloco.
- E sai onde?
- Não sei, me disseram que é sábado.
- Horário?
- Não sei.

Ok, não sabe o nome do bloco, nem onde sai, e nem o horário. Tudo bem, não me leve a mal, ainda é carnaval, mas que parece que bebe, disso eu tenho certeza.

Só não sei o que.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Boas lembranças...Pamplooona

A chegada em Pamplona foi uma das mais difíceis.  Éramos tão iniciantes ainda no Camino, apenas o nosso quarto dia, e parecia que a aventura estava acima de nós.

Bem, realmente estava, pois se trata de superar limites de vários tipos.

Por isso Pamplona para nós adquiriu um significado todo especial.  Chegamos em meio às festividades de San Fermin (o San Cernin), que é uma das manifestações culturais mais complexas e inexplicáveis que eu já vi.

E lá estávamos nós, cansados e sem entender nada, no meio daquele mar de gente vestida de vermelho e branco, celebrando a memória do padroeiro e sua própria identidade.

Festa, muita bebida, muita gente na rua, até aí tudo bem pois reconheço um bom carnaval mesmo quando está disfarçado. Mas então havia os touros, as cores vibrantes, aquela alegria agressiva e contagiante, e todo mundo compartilhando o momento, como se fosse um segredo que todo mundo sabia.

Eu, que passei tão pouco tempo sentindo aquela vibração, também bebi, amei Navarra, e só não corri na frente dos touros porque as minhas pernas doíam miseravelmente.Aquela cidade e aquela luz marcaram profundamente a minha memória, e não consigo lembrar de Pamplona sem sorrir e cantarolar.

Algumas imagens para lembrar:

Fabiana  no encierro.
Foto Marcelo Müller

Encierro Pamplona 2017.
Foto Marcelo Müller

Melhor correr.
Foto Marcelo Müller

Com a Navarra, a minha lembrança é peculiar: tem um som alto (e isso nunca tinha acontecido), e um jeito específico de evocar. Fala-se e pensa-se NAVARRRA, como se a memória viesse das vísceras.  Coisa mais doida.

sábado, 10 de fevereiro de 2018