Sábado de mais um carnaval que não houve.
Sábado em um mundo entristecido pela fome endêmica, pela peste pandêmica e pela guerra crônica.
Como explicar, então, essa necessidade de carnaval e a tristeza por não poder pulá-lo?
Simplesmente porque o carnaval não é apenas alegria festiva. É uma celebração que engloba felicidade, mas também expressa outros sentimentos necessários à sanidade individual e coletiva.
Quando meu carnaval voltar vai ser épico.
A fome é uma constante no mundo, então não se pode dizer que o respectivo cavaleiro é um visitador. É tão comum que quase não causa indignação.
O segundo cavaleiro, a peste, veio sob a forma de pandemia, a primeira experiência de simultaneidade realmente experimentada pela Humanidade. Com a pandemia entendemos o que significa a globalização e como as distâncias físicas e simbólicas foram encurtadas.
Hoje, acordei com a notícia de que começou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, com potencial de se generalizar.
Aquela região - Ucrânia - tornada independente em 1991 era conhecida como "Malo Russia" ou "Rus de Kiev", e sempre foi objeto de uma dinâmica de autonomia e anexação, como refletimos no post http://direitoamemoria.blogspot.com/2014/03/mapa-mundi.html.
Nós aqui no blog, por diversas razões e pelo destino, sempre estamos de olho na Ucrânia, especialmente depois de um processo de desmonumentalização onde substituíram uma estátua de Lênin por Darth Vader (http://direitoamemoria.blogspot.com/2015/10/monumento-darth-vader.html) e Chewbacca foi preso lá por dirigir sem documentos.
Independência recente, posição estratégica e relevância simbólica fazem daquela região um alvo permanente das pretensões imperiais russas.
Dificilmente as nascentes repúblicas de Donetsk e Lugansk serão reconhecidas internacionalmente como novos Estados, pelo menos nas próximas décadas. Talvez passem a integrar a Comunidade de Estados Independentes, uma confederação que na verdade é a sombra da Federação Russa e uma reminiscência da União Soviética.
Infelizmente, vamos ter que observar os movimentos do terceiro cavaleiro do Apocalipse, torcendo para que esse conflito não se generalize.
A Tv Cultura produziu um documentário comemorativo dos 80 anos da Semana de Arte Moderna de 1922.
Vinte anos depois, resgatamos esse documentário que está disponível no Youtube:
Embora seja muito associada à Literatura, a Semana de Arte Moderna também foi importante para a Música Brasileira.
O maestro Heitor Villa-Lobos é herói nacional (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/L12455.htm) e participou da Semana de Arte Moderna, e tem composições belíssimas.
Uma das minhas músicas brasileiras favoritas (cf. https://direitoamemoria.blogspot.com/2014/07/dez-musicas-brasileiras-que-eu-adoro.html) é de sua autoria: Bachianas Brasileiras nº 2, especialmente o movimento chamado "Trenzinho do Caipira"(https://www.youtube.com/watch?v=wIG4h7lvj4Y).
Gosto também dessa lindeza de Prelúdio das Bachianas Brasileiras nº 4, que neste vídeo é executada de uma maneira muito fascinante por uma orquestra descalça e dinâmica: https://www.youtube.com/watch?v=FqqAj5UAW4c
Lindo.
Entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922 aconteceu um evento que assumiu um significado cada vez mais relevante para a cultura brasileira : a Semana de Arte Moderna de 1922.
Um projeto de identidade nacional, de caráter prospectivo, que tentou afirmar uma certa maneira de ser brasileiro. Os grandes intelectuais da época, de diversas formas de manifestação artística, procuraram dar a sua contribuição.
Um dos frutos dessa visão de mundo foi o nascimento da política nacional de preservação, a criação de um órgão público destinado a construir essa política específica e a construção de critérios que acabaram por selecionar aqueles bens que fariam parte da nossa memória coletiva.
Estudemos sempre.
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| https://twitter.com/Alemanha_BR/status/1491119142211973122/photo/1 |
Obrigada mais uma vez, Embaixada da Alemanha. Toda semana temos uma polêmica inconsequente e sem profundidade sobre o nazismo no Brasil.
Não é neonazismo mestiço, é continuidade. Aqui a experiência educacional e de visão de mundo dos nazistas sobreviveu e prosperou. O ovo da serpente eclodiu e deu à luz a discursos, narrativas, comportamentos e à estética que surpreende e nos revolta periodicamente.
Nazistas fugiram para a América do Sul, e antes disso espalharam a sua palavra entre as comunidades de expatriados que aqui se encontravam. Os fascistas fizeram o mesmo e criaram um ambiente propício para a transmissão e propagação dos seus valores.
E essa ideologia foi difundida, normalizada e enraizada. É tão normal que alguém, em 2022, acha que defender ideais nazistas é liberdade de expressão.
Ameaça não é liberdade de expressão. Ameaçar a vida das pessoas, a sua existência enquanto membro de qualquer grupo, por ser membro de um grupo, não é opinião e é intolerável.
Vamos lembrar, respeitar a memória coletiva e a memória dos mortos, esse é o nosso dever.
Aproveitando que a internet não esquece, resgatei alguns vídeos com previsões e projeções para 2020.
Quem poderia prever ou imaginar as voltas que o mundo vem dando desde então?
Aqui no blog mostramos Benjamin conhecendo o patrimônio paleontológico:
http://direitoamemoria.blogspot.com/2018/01/benjamin-e-o-patrimonio-paleontologico.html
http://direitoamemoria.blogspot.com/2018/12/benjamin-e-o-patrimonio-paleontologico.html
http://direitoamemoria.blogspot.com/2019/01/benjamin-e-o-patrimonio-paleontologico-3.html
Agora a aventura é sobre o patrimônio arqueológico:
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| Ben visitando o patrimônio no museu |
Essa visita trouxe muitas emoções. Ben viu várias coisas diferentes no Museu: uma liteira (e ele disse que carregá-la era trabalho forçado), louças preciosas, artefatos arqueológicos, pinturas contemporâneas, e assinou o seu nome no livro de visitas.
Ben agora sabe assinar o seu próprio nome💓
Feliz aniversário, querido.
No post https://direitoamemoria.blogspot.com/2018/11/formas-de-lembrar-13-ex-votos.html, falamos que ex-votos são uma forma de lembrar, e também de agradecer.
Olha só os ex-votos que encontrei nessa semana:
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| Ex-votos |
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| caminho do almoço |
O meu pai nasceu no Estado do Amazonas, isso nos permitiu entrar em contato com um modo de viver e fazer bem diferente do lugar em que vivemos.
Uma das melhores novidades é tomar tacacá:
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| Tacacá |
Um caldo gostoso à base de tucupi (caldo de mandioca fermentado) com camarão e jambu, essa erva tão engraçada que dá sabor e dormência à boca.
Quando dá saudade a gente sempre toma um tacacá juntos, e meu pai conta as estórias de quando morava no Amazonas, e navegava por aqueles rios lindos.
