O brasileiro não tem memória.

Neste blog desmascaramos esta mentira.









sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

O estranho caso do GPS medroso

A idéia era viajar de carro até a Chapada Diamantina, o que daria uns bons 900 km, ou mais. Considerando a distância, e a pouca orientação dos motoristas (eu e meu marido), resolvemos programar o GPS que, sem dúvida, seria um guia muito melhor do que aquele pequeno mapa ensebado que guardo no porta-luvas do veículo.

Tudo certo, partimos para mais essa aventura, pois viajar é preciso.  Quando saímos de casa, e demos a volta para rumar na direção Sul, o GPS começa a apitar desesperado mandando que retornássemos.  Vejam bem,  nós estávamos a apenas alguns metros, e ele já queria voltar para casa. Pensei com meus botões que talvez ele tivesse esquecido alguma coisa, ou apenas não gostasse de viajar.

Apesar de todos os nossos esforços de reprogramação, o GPS continuava a resmungar e choramingar apitando, pedindo para voltar para casa.  E tanto chateou que acabei desligando-o por um tempo.

Uns duzentos quilômetros depois, quando rumávamos para o Estado de Alagoas, liguei o GPS e imediatamente ele começou a apitar, dizendo que devíamos fazer a inversão da marcha e apontando o caminho de casa.  Será possível?

Ele não se conformava e precisamos adotar medidas drásticas. Ficou de castigo até a Chapada Diamantina e não participou dos passeios.

Na volta, imaginamos que ele cooperaria pois, finalmente, estávamos cumprindo o seu desejo de voltar para casa.  Pensei que assim ficaríamos amigos de novo mas, engano total, ele queria se vingar.

Segui fielmente as orientações e, por causa dele, nos perdemos em Maceió - capital do Estado de Alagoas - dando voltas e mais voltas pelo centro, pegamos dois engarrafamentos infernais e demoramos quase duas horas para encontrar a maior rua do Brasil (a BR 101), tarefa fácil para qualquer GPS iniciante e sem maus bofes.

Depois disso tudo, resolvi não trocar as pilhas e vê-lo, lentamente, adormecer o sono dos justos.  Vez por outra, ele religava e apitava um pouco, resistindo heroicamente.  No final das contas, acho que ele estava apenas ansioso por enfrentar a viagem, e estressado pela responsabilidade de cuidar do nosso caminho.

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